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quinta-feira, setembro 18, 2025

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Relatório State of the Media revela preocupações de jornalistas com o futuro da imprensa

Relatório State of the Media revela preocupações de jornalistas com o futuro da imprensa

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Nem inteligência artificial, nem cortes de verba, nem liberdade de imprensa: de acordo com a edição 2024 do relatório State of the Media, que acaba de ser publicado pela Cision PR − o que mais preocupa jornalistas continua sendo a desconfiança do público na imprensa.

E os efeitos da crise de sustentabilidade financeira da indústria sobre as redações, que em anos recentes apareciam em segundo lugar entre as preocupações sob uma perspectiva setorial, cederam espaço para a necessidade de adaptação para as mudanças na forma de consumir notícias, embora a falta de recursos lidere entre os problemas que mais afetaram os entrevistados em nível individual.

O estudo State of the Media examina anualmente as percepções de jornalistas sobre a atividade e sobre relacionamento com assessores, dando elementos para construir relações sólidas a partir do entendimento da realidade das redações.

No início deste ano, a Cision havia apresentado os resultados de outra pesquisa concentrada nesse relacionamento. No State of the Media o foco é ampliado, abrangendo as questões setoriais da indústria. Foram ouvidos em janeiro e fevereiro mais de 3 mil jornalistas de América do Norte, Europa e Ásia.

Ao serem perguntados sobre o maior desafio do jornalismo em 2023, 42% dos entrevistados apontaram “manter a credibilidade como fonte de notícias confiável e combater acusações de fake news“, a exemplo do vinha ocorrendo em anos anteriores.

Quase empatada vem a necessidade de o setor alinhar-se ao comportamento do público consumidor de informação, com 41% dos votos. Em seguida, com distância considerável (36%), aparece a falta de pessoal e de recursos.

Em 2023, a deficiência de estrutura ocupava o segundo lugar entre os problemas do ecossistema de mídia. O terceiro era a diminuição das receitas publicitárias e da circulação, que agora figura em quarto lugar na lista de preocupações setoriais.

A inteligência artificial foi mencionada como desafio setorial, mas apenas em 6º lugar, citada por 26% dos jornalistas entrevistados − que talvez não tenham percebido ainda o impacto que as mudanças na busca do Google terão sobre o jornalismo.

Antes dela emergiu outro temor mais imediato: a competição com influenciadores e criadores de conteúdo − dentre eles jornalistas que deixaram as redações para criar newsletters, podcasts e canais no YouTube.

Quando a pergunta mudou para o que mais afeta os profissionais diretamente, 6 em cada 10 apontaram o enxugamento e os recursos reduzidos. O segundo problema é associado: equilibrar a necessidade de fazer matérias importantes com a pressão para impulsionar os negócios. A disputa com a desinformação online ocupa um importante 3º lugar − 33% dos entrevistados a mencionaram.

Se no passado jornalistas de redação ficavam distantes do que se passava no comercial e achavam que seu trabalho seria medido pelo impacto social, hoje a realidade é outra.

Segundo a pesquisa da Cision, o número de “furos” aparece em um nada honroso quinto lugar na lista do que os jornalistas acham que as empresas em que trabalham consideram métricas de sucesso − 20% o citaram. Ganhar prêmios vem em seguida, com 19%.

No topo está o engajamento, incluindo tráfego de link interno gerado, inscrições em newsletters, interações sociais e tempo de permanência. Foi citado com o métrica número um por 47% dos entrevistados.

Gerar links para fontes de receita (assinaturas e publicidade) aparece em seguida, apontado por 33%. E compartilhamento, que leva tantos jornalistas a batalharem por atenção nas redes sociais, vem em terceiro, mencionado por 24%.

Por isso, estar nas redes não é uma opção. Apenas 3% dos participantes da pesquisa da Cision disseram que não a utilizam no trabalho. Dos que as utilizam, 77% o fazem para promover conteúdo, enquanto 63% interagem com o público diretamente.

Diante desse contexto, a expectativa dos jornalistas de que os assessores entendam seu público e ofereçam pautas que interessem a ele não é apenas intolerância ou má-vontade, e sim uma necessidade para atender aos desafios de uma indústria transformada.


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Jhonatas Simião assume a coordenação de conteúdo da Seedz

Jhonatas Simião assume a coordenação de conteúdo da Seedz
Crédito: Jhonatas Simião/ Linkedin

Eleito na última semana entre os TOP 30 +Admirados Jornalistas da Imprensa do Agronegócio, Jhonatas Simião deixou o Notícias Agrícolas, onde foi repórter e editor nos últimos três anos, para assumir o cargo de coordenador de conteúdo da agtech mineira Seedz, empresa de soluções tecnológicas e dados para o agronegócio.

Ele chega em um momento de estruturação do setor, que no começo do ano ganhou o reforço da CMO Gabriela Viana (ex-Xiaomi, Google e Adobe) e em abril contratou a gerente de Conteúdo e Marketing Danielle Geneolle Carrion.

Com mais de uma década de experiência, Simião teve passagens pela comunicação do Instituto Agronômico de Campinas e pela consultoria Datagro, além de trabalhos como freelancer para empresas do setor. Ele passa a atender pelo jhonatas.simiao@seedz.ag.

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Zileide Silva é a vencedora do primeiro Prêmio Glória Maria de Jornalismo

Zileide Silva é a vencedora da primeira edição do Prêmio Glória Maria de Jornalismo, concedido pela Câmara dos Deputados ao profissional cujo trabalho ou ações mereçam especial destaque no jornalismo brasileiro. O resultado da votação, feita pela Mesa Diretora da Casa, foi anunciado em 22 de maio. A entrega do prêmio será em sessão solene marcada para 7 de agosto.

Zileide iniciou suas atividades profissionais na Rádio Jornal de São Paulo. Trabalhou na Rádio Cultura Brasil, na Rede Bandeirantes, na TV Cultura e no SBT. Atua na TV Globo desde 1997, como repórter de política e economia, e como apresentadora de telejornais da emissora. De 2000 a 2003, foi correspondente em Nova York, quando participou da cobertura histórica dos ataques de 11 de setembro de 2001.

Vale lembrar também que ela foi considerada a +Admirada Jornalista Negra de 2023, na primeira edição da premiação dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, realizada em novembro do ano passado, em São Paulo, iniciativa de Jornalistas Editora (que edita este J&Cia), 1 Papo Reto, Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação (Rede JP) e Instituto Neo Mondo.

Leia também: +Admirados do Agronegócio 2024 define jornalistas e veículos homenageados

Brasil247 anuncia parceria com plataforma argentina C5N

Julian Leunda (C5N) e Leonardo Attuch (Brasil247)

O Brasil247 anunciou em 28/5 um acordo de cooperação com o canal de notícias argentino C5N. O acerto inclui a produção conjunta de conteúdos jornalísticos, a colaboração em redes sociais e a criação de novos produtos audiovisuais, além da realização de seminários e eventos em ambos os países, fortalecendo ainda mais a relação entre Brasil e Argentina.

Na reunião de fechamento do acordo estiveram presentes representantes de ambos os meios de comunicação. Pelo Brasil247, participaram Leonardo Attuch, fundador e diretor presidente, Leonardo Sobreira, chefe de edição, Mario Vitor Santos, diretor de Relações Institucionais, e Marcia Carmo, correspondente em Buenos Aires. Pelo C5N, participaram Julian Leunda, vice-presidente de Relações Institucionais, Nicolas Bocache, diretor de Notícias e Conteúdos, Nelson Rivas, gerente Corporativo de Jurídico, e Guillermo Gammacurta, diretor de Conteúdos da Seção Digital.

19º Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji abre inscrições

19º Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji abre inscrições

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) abriu as inscrições para o seu 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. O evento será realizado de 11 a 14 de julho, no campus Álvaro Alvim da ESPM, em São Paulo. O Congresso terá formato híbrido, com atividades presenciais na ESPM que também serão transmitidas ao vivo, e conteúdos gravados exclusivos da modalidade online do evento.

Serão mais de 100 atividades temáticas no Congresso, que abordarão temas como a cobertura jornalística da Amazônia, eleições, segurança pública, corrupção, políticas públicas, democracia, técnicas de investigação e de gestão, produtos jornalísticos, uso e interpretação de dados, financiamento, segurança de jornalistas, audiência e estudos sobre jornalismo.

Nos três primeiros dias do evento ocorrerão as atividades do Congresso e do XI Seminário de Pesquisa em Jornalismo Investigativo. E no domingo, 14 de julho, será realizado o tradicional Domingo de Dados.

Em 2024, a homenageada é a jornalista, professora e escritora Fabiana Moraes. A cerimônia de homenagem acontecerá no primeiro dia do Congresso da Abraji, em 11 de julho, às 16h30. A organização exibirá um documentário sobre a trajetória da homenageada, transmitido simultaneamente pela internet.

Confira a programação e informações sobre inscrições no site da Abraji.

Veículos brasileiros discutem suas experiências com inteligência artificial no Festival 3i 2024

Veículos brasileiros discutem suas experiências com inteligência artificial no Festival 3i 2024

Veículos de notícias brasileiros compartilharão suas experiências com a inteligência artificial no Festival 3i 2024. O evento discutirá o papel dessa tecnologia no jornalismo e nas eleições, bem como formas de utilizá-la. Organizado pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor), o encontro ocorrerá de 13 a 15 de junho, no Rio de Janeiro.

Apesar das controvérsias, a inteligência artificial já impulsionou casos de sucesso em redações jornalísticas. No festival, três veículos discutirão a implementação e o impacto da IA em seu trabalho. O Núcleo Jornalismo, pioneiro no Brasil na publicação de diretrizes para o uso de IA, compartilhará seu processo de criação dessa política.

A Agência Pública demonstrará como utiliza ferramentas de IA para monitorar a influência de seu jornalismo. E Aos Fatos apresentará o funcionamento do chatbot Fátima, que usa tecnologia avançada para responder aos leitores sobre as checagens de fatos realizadas pelo veículo.

O evento também incluirá os workshops O uso de IA para a produção de conteúdo jornalístico e Como cobrir as eleições de 2024 a partir da conexão entre democracia e tecnologia, IA e plataformas sociais. Além disso, será apresentado um projeto da Agência Bori, em parceria com a Fundação Conrado Wessel, que utiliza IA para tornar as informações científicas mais acessíveis.

Confira a programação completa aqui.

Leia também: CNN Brasil remove jornal da programação e promove Débora Bergamasco

CNN Brasil remove jornal da programação e promove Débora Bergamasco

CNN Brasil remove jornal da programação e promove Débora Bergamasco
Crédito: Reprodução/ SBT News

 

A CNN Brasil anunciou que o telejornal Brasil Meio-Dia será retirado da programação. Quase nove meses após seu lançamento, o programa sairá do ar em junho, dando mais tempo ao Bastidores da CNN. As informações são do F5, da Folha de S.Paulo.

A mudança faz parte de uma reformulação na programação da emissora. Com as alterações, Débora Bergamasco e Iuri Pitta assumirão o comando do CNN 360. Eles substituirão Raquel Landim, que deixou o canal em abril.

Contratada como analista pela CNN, Débora trabalhou no SBT por quatro anos, onde foi a principal figura na cobertura política da emissora. Ela apresentava o programa Poder em Foco, transmitido aos domingos.

Ainda sem data exata definida, as alterações devem começar a ser aplicadas no próximo mês.

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STJ confirma condenação de assassinos de Valério Luiz

Entidades repudiam anulação de júri que condenou acusados de assassinar Valério Luiz
Crédito: Reprodução/ TV Anhanguera

A 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação dos assassinos do radialista Valério Luiz, morto a tiros em julho de 2012. O STJ rejeitou um recurso da defesa do empresário Maurício Sampaio, condenado como mandante do crime, que questionava a sentença. Na decisão, foram mantidas as condenações do próprio Maurício Sampaio, e também as de Ademá Figueredo, Urbano Malta e Marcus Vinícius Pereira Xavier.

A defesa de Mauricio Sampaio pedia que a condenação fosse anulada sob a justificativa de que um depoimento prestado por Marcus Vinicius em 2015 teria sido realizado sem a intimação dos demais réus e seus defensores, mas o STJ negou o recurso. Se o pedido fosse aceito, todo o processo do caso Valério Luiz seria anulado e voltaria à estaca zero, 12 anos após o crime.

A decisão do STJ manteve a sentença dos condenados: Maurício Sampaio, condenado a 16 anos de prisão por ter sido o mandante do crime; Ademá Figueredo Aguiar Filho, policial que atirou em Valério Luiz, também condenado a 16 anos de prisão; Urbano de Carvalho Malta, condenado a 14 anos de prisão, acusado de contratar Ademá Figueredo para executar o radialista; e Marcus Vinícius Pereira Xavier, condenado a 14 anos de prisão por ter ajudado a planejar o assassinato.

Em 5 de julho de 2012, Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, enquanto saia da rádio em que trabalhava. Segundo denúncia do Ministério Público, o crime foi motivado pelas críticas que ele fazia à direção do time de futebol Atlético Clube Goianiense. Na época, Maurício Sampaio era vice-presidente do clube.

Em 2022, Sampaio foi condenado a 16 anos de prisão por ter sido o mandante do crime. Em fevereiro deste ano, uma decisão liminar no STJ concedida pela ministra Daniela Teixeira havia anulado o julgamento, mas em abril, a própria ministra revisou sua decisão e agora em maio o STJ negou o recurso da defesa de Sampaio.

+Admirados do Agronegócio 2024 define jornalistas e veículos homenageados

Conheça os +Admirados da Imprensa do Agronegócio 2023
+Admirados da Imprensa do Agronegócio 2023

Depois de mais uma edição marcada por uma expressiva participação de eleitores em seus dois turnos de votação, a eleição dos +Admirados da Imprensa do Agronegócio apresenta em especial publicado nesta sexta-feira (24/5) os 30 profissionais e as 25 publicações que serão homenageados em sua edição de 2024, a quarta de sua história.

Foi um ano marcado também por uma intensa renovação, com mais de 30% dos eleitos sendo homenageados pela primeira vez.

Entre os jornalistas, 12 nomes figuram pela primeira vez entre os TOP 30: Alessandra Mello (AgFeed), Arno Baasch (Safras News), Carla Caroline da Silva (Canal Rural), Carol Lorencetti (g1), Gabriel Azevedo (Canal Rural), Janaina Barros (Canal Rural), Jhonatas Simião (Notícias Agrícolas), Luisa Nogueira (Play no Agro), Marcelo Toledo (Folha de S.Paulo), Michelle Valverde (Diário do Comércio), Renata Afonso (Terraviva) e Thamires Benetório (Play no Agro).

Já entre os veículos, oito das 25 publicações estreiam nos TOP 3 de suas categorias: Agência Embrapa (Agência de Notícias), Agro Resenha e Agrolink News (Áudio), Climatempo (Canal de Vídeo), AgFeed (Periódico Especializado), AgroRecord News e SBT Agro (TV Geral) e Terraviva (Site).

Além da homenagem aos +Admirados do Ano, durante a cerimônia de premiação, que acontecerá em 12 de agosto, no hotel Renaissance, em São Paulo, serão conhecidos os
TOP 5 jornalistas mais votados e os primeiros colocados nas categorias para veículos. Vale lembrar que nos anos anteriores Sidnei Maschio (2021), Beatriz Gunther (2022) e Renata Maron (2023) foram eleitos os +Admirados Jornalistas do Ano.

A eleição dos +Admirados da Imprensa do Agronegócio 2024 conta com os patrocínios de Cargill, Mosaic Fertilizantes, Syngenta e Yara, apoios de Elanco, Portal dos Jornalistas e Press Manager, colaboração de BRF e Lavoro e apoio institucional de Faesp – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e Rede Agrojor. Empresas e entidades que queiram associar suas marcas à premiação podem obter mais informações com Vinicius Ribeiro (vinicius@jornalistasecia.com.br).

Confira todos os homenageados aqui.

Autismo no jornalismo exige adequação e apoio da equipe

Autismo no jornalismo exige adequação e apoio da equipe

Mayariane Castro é a mais nova contratada do Correio da Manhã em Brasília. Aos 22 anos, ela é formada em Jornalismo pelo UniCeub. Entrou na faculdade precocemente, aos 16 anos. Ao passar por uma entrevista com Rudolfo Lago, chefe da sucursal do jornal, foi sincera e não hesitou em contar: “sou autista”. E mostrou por meio do currículo e de textos que tinha condições de exercer a profissão que escolheu. Sobre a contratação, Rudolfo esclarece que, na ocasião, não foi necessariamente o caso de promover inclusão, já que ele tinha uma vaga disponível e a profissional atendia bem ao que buscava. “É uma ótima profissional, que tem realizado de forma muito satisfatória o seu trabalho”, disse.

Kátia Morais, editora de J&Cia em Brasília, conversou com Mayariane sobre exercer a profissão, bem como o impacto do autismo no mercado de trabalho.

Jornalistas&Cia – Quem é a Mayariane que chegou recentemente ao Correio da Manhã? Como foi escolher e cursar Jornalismo quando se tem um diagnóstico de autismo?

Mayariane Castro – Sempre fui adiantada na escola, então cheguei à universidade bem nova. Além de ser considerada superdotada, só tive o diagnóstico de autismo recentemente, de grau dois, considerado moderado. Ainda assim o TEA (transtorno de espectro autista), que se caracteriza por causar dificuldades na comunicação e interação social, não me impede de exercer a profissão. Sempre fui uma pessoa que se comunicava melhor através da escrita, então optei por levar isso profissionalmente.

J&Cia – Você chegou a atuar na profissão antes? Qual trabalho está desempenhando no jornal?

Maya – Fiz dois estágios enquanto estudava, no IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) e no Funcef, além de ter sido monitora, por quatro anos, da Agência de Notícias do UniCeub, projeto comandado pelo professor Luiz Cláudio Ferreira, da EBC. Estou muito feliz por meu trabalho no jornal. Fui contratada como assistente de redação, responsável por fazer apurações políticas no Distrito Federal, e por cobrir o Palácio Buriti e a Câmara Legislativa dos Deputados para o caderno Nacional.

J&Cia – Como é exercer a profissão?

Maya – Como meu diagnóstico é recente, tenho aprendido a me adequar às necessidades de atuação no trabalho. A pessoa com autismo, por exemplo, precisa de rotina, e tem sido um exercício diário no sentido de precisar ter mais flexibilidade para escrever sobre temas diferentes a cada dia. Mas é uma questão de me adequar mesmo e também poder contar com o apoio da equipe. No que se refere à área sensorial, que consiste na dificuldade em lidar com barulho, por exemplo, preciso de apoio em relação a evitar esse tipo de ambiente. Essa conscientização e a cooperação das pessoas com quem trabalho são fundamentais para que eu possa me adequar ao trabalho. É uma moeda de troca.

J&Cia – Como você vê o mercado de trabalho para autistas? É inclusivo? Já teve dificuldades para se empregar?

Maya – Não é inclusivo. Já fui recusada em várias empresas, apesar das minhas aptidões, do meu currículo. Falo isso com absoluta convicção. Fui considerada, várias vezes, incompatível para a vaga, quando relatei possíveis dificuldades relacionais no trabalho do dia a dia. De forma geral, há uma visão estereotipada da pessoa com essa síndrome, relacionando-a a uma deficiência intelectual, quando o que é preciso é a conscientização desse processo limitante, para fazer as necessárias adequações ao trabalho.

J&Cia – E como você chegou a esse ponto de conscientização e autorreconhecimento na profissão?

Maya – Na vida mesmo. Além de jornalista, sou bailarina profissional. Atualmente danço na Cia de Dança Contemporânea e Danças Populares Brasileiras. A dança foi a maneira que encontrei para exercer a tão necessária terapia ocupacional para casos como o meu. O meu desenvolvimento se deve por ter conseguido aliar uma área de interesse com a expressão corporal, movimentos que deixam a desejar nos casos de autismo. Com a dança, portanto, exercito disciplina, coordenação, interação com outras pessoas, o que me ajuda na profissão e na vida.

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