Gerou polêmica a coluna de Walter Navarro intitulada ?Guarani Kaiowá é o c? Meu nome agora é Enéas p…!?. Publicada em 8/11 no jornal O Tempo, o texto tem, entre várias passagens consideradas preconceituosas, as seguintes: ?Como diriam o Marechal Rondon e os irmãos Villas Boas, ?Índio bom é índio morto!? (…) Os guaranis kaiowá não passam de recolhedores de mel no meio do mato. É o povo mais primitivo do mundo, nem chegou à Idade da Pedra (…) Além de incestuosos, trocam os filhos por um reles anzol. Por isso, o Brasil é assim, uma mistura de índios flatulentos com criminosos portugueses??. Protestos nas redes sociais, de leitores e entidades culminaram no afastamento de Navarro da Sempre Editora, que edita o jornal. A decisão também foi publicada em comunicado na fan page da empresa no Facebook: ?Informamos que o jornal O Tempo decidiu afastar o colunista Walter Navarro do seu quadro de colunistas e que a Sempre Editora não compactua com nenhum tipo de preconceito e/ou manifestação preconceituosa. Reforçamos, assim, o nosso compromisso com o bom jornalismo.?
Paulo Cabral acerta com a Bandnews FM
Paulo Cabral, que nos últimos quatro anos foi correspondente da BBC News para o Brasil, cobrindo o País em inglês para tevê, rádio e internet, foi contratado como âncora da Bandnews FM. Paulo foi apresentador e produtor do BBC World Service/BBC Brasil, em Londres (2002/2003), e correspondente em Washington (2004) e no Cairo (2005-2006). Antes disso, ainda no Brasil, foi repórter de Economia nas sucursais do Rio de Janeiro da Agência Folha (1998-1999) e do Estadão (2000-2001) e repórter, também de Economia, do Jornal de Tarde (1997), além de repórter especial da TV Bandeirantes (2007/2008). Ele deve começar ainda este ano, a partir de São Paulo, com a missão de editar e ancorar um novo jornal. Além da contratação de Paulo Cabral para a bancada da Bandnews FM, chegam também o editor Pablo Fernandez, que estava havia sete anos na Jovem Pan, e Ricardo Freire, que volta recontratado, novamente como colunista de viagens. Ele esteve na rádio por dois anos ate ir para a Estadão/ESPN, de onde saiu há alguns meses.
Motorpress descontinua Carro Hoje e apresenta novo site
A revista Carro Hoje mal começou seu segundo ano e encerra suas atividades nesta semana, com a edição 63. Em setembro, o diretor de Redação Mario Venditti comemorou o crescimento progressivo de circulação no primeiro ano de vida da semanal, mas os números não foram suficientes para atrair anunciantes que segurassem a versão impressa. Entretanto, o Grupo Motorpress resolveu manter parte da equipe e direcioná-la ao aprimoramento do site Carro Online, que mudou o leiaute e incrementou as seções de teste e redes sociais, entre outras. Venditti segue pilotando o barco com o auxílio de João Anacleto ? ambos também deverão colaborar com a revista Carro, outro título da Motorpress que continua nas bancas e já está em seu 19º ano. Quem deixa a empresa é Leandro Alvares, que era repórter da Carro Hoje e editor da Racing, outra marca do grupo. Antes, ele esteve por três anos no Jornal do Carro e destacou-se na produção de vídeos ? seus contatos são 11-99841-1663 / 5928-0717 e lalvares@gmail.com. Quem assume a edição da Racing é Venício Zambelli, diretor de Redação da Carro.
Obra de Douglas Tavolaro sobre Edir Macedo explode em vendas
Durante um ano e dois meses, o vice-presidente de Jornalismo e Esportes da Rede Record Douglas Tavolaro usou grande parte de seus intervalos de trabalho para escrever Nada a perder, o primeiro de uma trilogia de livros com memórias de Edir Macedo, que se transformou em um fenômeno de vendas. Em poucas semanas de mercado, a obra, editada pela Planeta, com 288 páginas e preço de R$ 34,90, já ostenta o título de livro de não ficção mais vendido do ano no Brasil, conforme atestam os dados do portal Publishnews. Os números impressionam: mais de 350 mil exemplares vendidos em três meses e uma maratona de lançamentos, com recordes de público e de vendas. Foram 29, até agora, entre eles os de São Paulo, em 10/11, na Livraria Nobel do Shopping Metrô Tatuapé, com 25.150 exemplares vendidos em cinco horas; João Pessoa, em 7/11, na Livraria Leitura do Manaíra Shopping, com 24.470 exemplares em quatro horas; Brasília, em 26/10, na Livraria Cultura do Shopping Casa Park , com 18.310 exemplares em quatro horas; e Salvador, em 20/10, na Livraria Cultura do Salvador Shopping, com 17.964 exemplares em quatro horas. Douglas esteve presente em todos e agora se prepara para os lançamentos no exterior: Buenos Aires (17/11), Bogotá (20/11), Caracas (22/11), Madri (8/12) e Lisboa (15/12), com edições em inglês, espanhol e português (de Portugal). Na Argentina, o lançamento será na charmosa livraria El Ateneo Gran Splendid, considerada pelo The Guardian a segunda mais bonita do planeta. Em janeiro, o livro será lançado em livrarias de Los Angeles, Boston, Miami, Nova York, Cidade do México, Angola, Maputo, Johhanesburgo e Londres. Com tal desempenho, Nada a perder ultrapassou as três biografias (até então) mais vendidas do ano, pela ordem: O x da questão (Eike Batista), É tudo tão simples (Danuza Leão) e Steve Jobs (Walter Isaacson). E há duas semanas superou também o fenômeno erótico 50 tons de cinza, transformando-se no livro mais vendido do País. Escrito em ordem não-cronológica, esse primeiro volume de memórias de Edir Macedo traz polêmicas e histórias inéditas sobre o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, que em 35 anos de pregação tornou-se líder de uma agremiação religiosa presente em 182 países. Você confere a seguir um rápido pingue-pongue que J&Cia fez com Douglas sobre o conteúdo de Nada a perder, e também sobre a crise que desaguou no agudo corte de pessoal de Record News e R7 na última semana, Jornalistas&Cia ? Sendo um livro de memórias, ele traz a versão do próprio Edir Macedo dos fatos. Pode nos contar alguns deles? Douglas Tavolaro ? Edir Macedo traz sua versão para fatos controversos de sua vida, como a prisão em 1992. Narra detalhes e as lições que tirou dos 11 dias em que ficou atrás das grades, em companhia de presos comuns. Conta detalhes íntimos de sua infância, como a humilhação que sofreu pelo defeito físico em uma das mãos. E surpreende o leitor ao revelar que um outro problema congênito, a doença de sua filha Viviane, foi o grande responsável pelo seu investimento pessoal na obra religiosa. Naquele momento, reavaliou sua vida e suas ações, como abrir mão da vida estável de funcionário público para se tornar um pregador. Nascia então um dos maiores fenômenos religiosos do mundo. J&Cia ? Como a obra foi estruturada e o que ela tem de especial? Douglas ? Intercalada por passagens religiosas, ela conta com rigorosa pesquisa jornalística, apurado levantamento de fotos e mais de 100 horas de entrevistas com Edir Macedo. Na minha opinião, o livro é uma oportunidade para conhecer um lado desconhecido e a intimidade do líder de um dos mais expressivos movimentos religiosos do mundo. É um relato que pode ajudar a explicar um fenômeno sociológico da história recente do País. J&Cia ? Quais os principais canais de divulgação que têm contribuído para esse excepcional desempenho ? boca a boca, aconselhamento dos pastores durante os cultos, publicidade, mídia espontânea? Douglas ? Todos os canais que você citou. Incluo as redes sociais e também um público de universitários, estudantes de Comunicação. J&Cia ? Você tem participado pessoalmente de todos os lançamentos? Douglas ? Sim, tenho comparecido pesso
Alexandre Matias é novo diretor de Redação da Galileu
Duas cartas abertas anunciaram mudanças de chefias em veículos importantes nas últimas semanas. Primeiro, Emiliano Urbim anunciou em editorial da edição 256 da revista Galileu, de novembro, que estava deixando a Direção de Redação. Numa carta ?endereçada a si mesmo?, escreveu: ?O pedido de demissão de próprio punho já partiu pro RH. Como sabemos, você escolheu tocar projetos pessoais que vinham sendo adiados pela dedicação que o cargo exige?. Adiante, relatou o carinho pelo trabalho realizado ao longo de um ano e meio, o crescimento da Galileu e a qualidade da equipe que lá continua. Poucos dias depois, Alexandre Matias, editor do caderno Link, do Estadão, anunciava em sua coluna Impressão Digital na internet (publicada em 11/11) e no impresso (12/11) sua saída após cinco anos no jornal. ?Quis o destino que meu último Link viesse na mesma semana em que o primeiro jornal que trabalhei acabou; o Diário do Povo, de Campinas, parou de circular no primeiro domingo deste mês?, escreveu. Acrescentou que continua nas páginas do Estadão por meio da coluna. Ele vai assumir o lugar de Emiliano na Galileu. Alexandre começa nesta 2ª.feira (19/11). ?Recebi uma proposta e, depois de conversar bastante dentro do jornal, achei melhor tentar o novo cargo. Cinco anos e meio de Link é o maior tempo em que passei trabalhando numa só empresa?, diz. Indicou o assistente Filipe Serrano para a sua vaga ? ?ele já tem condições para assumir este cargo, tanto que ficou no comando do caderno nos dois meses em que estive afastado por licença médica? ?, mas, por ora, vai editar interinamente. Já Emiliano conta que decidiu sair por vontade própria: ?Queria voltar a editar, escrever, fazer roteiro e ficção. Ainda pintou um livro-reportagem da Leya. E não tinha como conciliar esses planos com a dedicação que o cargo de diretor de Redação exige?. A mudança foi definida há algumas semanas, durante uma reunião tranquila com a diretora de Núcleo Paula Perim. Emiliano também está frilando ? vai ficar um mês na revista Alfa ? e divulga seu e-mail para oportunidades do gênero: eurbim@gmail.com.
Vaivém das redações!
Confira o resumo das mudanças que movimentaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais: São Paulo: Após as saídas de Yan Boechat e Dubes Sônego no final de outubro, a editoria de Economia do iG, sob o comando da editora-executiva Cristiane Barbieri, acaba de receber os reforços dos repórteres Murilo Aguiar e Klinger Portela. Ambos já integravam a equipe do portal: Murilo era estagiário da home e foi efetivado com a promoção, enquanto Klinger vinha atuando na coluna de Jorge Félix, que ainda não definiu seu substituto.Luciene Antunes deixou a redação de Exame PME, onde estava havia oito meses como repórter. Antes, foi repórter de Negócios Globais em Exame. Ela ingressou na Veduca, portal de videoaulas de universidades, como curadora e responsável pela Comunicação. Seus novos contatos são luciene.antunes@veduca.com.br. Distrito Federal: Maria Fernanda Seixas, repórter de Mundo do Correio Braziliense, deixou a editoria para cuidar exclusivamente do filho. No lugar dela assumiu Gabriela Walker, vinda do portal do jornal. Nesta 2ª feira (12/11), Thaís de Luna também deixou a editoria e o diário. Segue para a EBC, onde será repórter, pois foi aprovada no último concurso público. No Correio, ainda não foi substituída. Minas Gerais: Junia Brasil está temporariamente cobrindo Nacional e Gerais no Estado de Minas e no portal Uai, durante os plantões. Depois de três anos em O Tempo, ela atuou de março a agosto no Hoje em Dia e frilou para o jornal Tudo e para a revista Viver Brasil.Na CBN, registro para a chegada do repórter Marcelo Martins, que trabalhou na afiliada da Rede Minas em Juiz de Fora.Daniel Leite Andrade deixou a Rádio Globo/CBN e O Tempo para assumir como produtor na TV Record Minas. No jornal, a repórter Ana Carolina Caetano trocou a editoria de Opinião pela de Empregos.
Memórias da Redação ? Se for da China…
A história desta semana é uma colaboração do decano dos repórteres brasileiros, José Hamilton Ribeiro (ribeirohamilton@uol.com.br), que dispensa apresentações. Se for da China… Não tive relação direta com o Diário do Povo, de Campinas, cuja edição impressa deixa agora de circular. Na verdade, o ex-governador paulista Orestes Quércia, tentando comprar esse Diário do Povo (que era muito antigo), rebarbou com a pedida muito alta. Achou ?mais barato? fazer um jornal novo, e nesse ? Jornal de Hoje, ou JH ? foi em que trabalhei. Com o correr do tempo, e a força do jornal novo ? que implantou off-set e computador na cidade, no que os outros jornais tiveram de segui-lo (com atraso) ?, o Diário do Povo ficou mais barato, e aí Quércia o comprou, ficando temporariamente com dois jornais, mas aí eu já não estava mais em Campinas. Mas tem uma história engraçada envolvendo o Diário do Povo comigo, de certa forma. O jornal que eu fui fazer (o JH) veio com tecnologia avançadíssima (para a Campinas de então) e com uma redação nova, com alguns nomes conhecidos. O dono do DP, temendo a concorrência, tratou de reforçar sua redação, com bons jornalistas de São Paulo, incluindo o Luís Nassif, sua irmã Maria Inês Nassif, o Zé Roberto (?Palito de fósforo?), Tomé (da área de Economia) e José Eduardo Freire, marido da Lia Ribeiro Dias, que foi nossa companheira no Sindicato, e outros também importantes. Ficou faltando um grande nome para dirigir a redação e o empresário pediu para a secretária ligar para um grande jornal na época e convidasse seu brilhante diretor, um dos papas da imprensa naquele período, para dirigir o DP. Dizem que a resposta do diretor foi esta: ?Convite para dirigir o Diário do Povo? Se for o da China, diga que aceito?.
O que nos ensina a recente crise na BBC
Em primeiro lugar, que infortúnios como os que recaíram sobre a conceituada empresa de comunicação podem acontecer com qualquer um, em qualquer lugar, e de nada adianta tentar esconder problemas, ainda mais quando se busca prestígio como um grupo de mídia. É assim que a rede britânica tem agido. Criou até mesmo uma vinheta ? ?Crise na BBC? ?, que indica a cobertura sobre os recentes erros de reportagem sobre abuso sexual que já determinaram a demissão de três executivos e um editor sênior. Recapitulando: Jimmy Savile, ex-apresentador da rede, morreu em outubro de 2011, aos 85 anos, o que revolveu uma série de denúncias de estupro e assédio a menores que já o perseguiam em vida. A própria BBC destacou as investigações, mas um telejornal em especial, o Newsnight, resolveu cancelar suítes sobre o caso pouco após a concorrência levar ao ar novas acusações. Questionado sobre a suspeita de acobertamento, o editor sênior do programa, Peter Rippon, demitiu-se em 22 de outubro de 2011. O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, que também chegou a ser acusado de acobertamento, anunciou em março último que também estava se afastando do cargo, mas sem admitir qualquer pressão relacionada ao caso. Em setembro passou a faixa, oficialmente, a George Entwistle, que era diretor da BBC Vision. No início de novembro, o Newsnight voltou à baila, investigando uma acusação de abuso sexual de um morador do País de Gales contra um político conservador. O telejornal endossou um boato das redes sociais que mirava o ex-integrante da Câmara dos Lordes, Alistair McAlpine. O político negou e, pouco depois, a suposta vítima tampouco o reconheceu como seu agressor. Como decorrência, Helen Boaden, do Departamento de Jornalismo, e seu vice Steve Mitchell se afastaram de seus cargos. O próprio Entwistle demitiu-se, menos de dois meses depois de assumir o lugar de Thompson ? que por sua vez tornou-se presidente-executivo do New York Times no último dia 12/11 (2ª.feira). Nova polêmica: em vez de pagar somente o proporcional a que teria direito pelos 54 dias de trabalho, a BBC resolveu compensar o ex-executivo pelos serviços de um ano, com 450 mil libras, ou R$ 1,5 milhão. Todos os fatos descritos têm sido reportados pela própria BBC em rádio, tevê e internet. No portal, é possível recuperar boa parte do material, além de rever todos os pedidos oficiais de desculpas que o grupo veiculou, baixar PDFs de documentos oficiais sobre o caso, ler diferentes opiniões em artigos e análises, e rever os acontecimentos numa linha do tempo ou numa didática página de Perguntas & Respostas. O esforço da BBC em ser mais do que transparente, mas também rigorosa na apuração e na reportagem das próprias falhas é sua segunda lição: a negação reincidente dos próprios erros minariam sua credibilidade, mas o empenho em esclarecê-los ao público tem efeito contrário. Ainda mais diante da concorrência, que também esteve na mira recentemente, por ocasião das denúncias de grampos ilegais do jornal News of World, do grupo News Corporation, de Ruppert Murdoch ? que também exigiu cobertura regular do caso nos próprios veículos da rede, como o canal Fox News e o jornal The Times. Jornalistas&Cia já havia destacado a maturidade com que a Newsweek comunicou a leitores e colaboradores o encerramento de sua edição impressa, com dois meses de antecedência. Quem dera as empresas de comunicação do Brasil e de muitos outros lugares adotassem postura semelhante quanto aos próprios problemas. A dificuldade em se obter informações claras sobre as demissões das últimas semanas ? que ocorreram, vale lembrar, por problemas aparentemente menores do que acusações de abuso sexual ? deixaram centenas de colegas desnecessariamente apreensivos. Muitos ainda dizem estar a deriva em relação a seus futuros, à espera de definições de seus ex-patrões e de apoios de entidades de classe.
Abraji celebra uma década com muitos planos
A Abraji ? Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo prepara um evento internacional para celebrar seus dez anos de fundação. Será no dia 10/12, às 9h30, no auditório Freitas Nobre do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP, mesmo lugar onde tudo começou. Naquele ano de 2002, no seminário Jornalismo investigativo: ética, técnicas e perigos, 140 jornalistas decidiram criar uma instituição para trocar experiências e buscar melhoria da qualidade do jornalismo. Este ano, Rosental Calmon Alves, do Centro Knight de Jornalismo nas Américas, da Universidade do Texas, e que organizou aquele encontro, virá ao Brasil especialmente para a data. Lá estarão também todos os ex-presidentes da Associação, Marcelo Beraba, Angelina Nunes, Fernando Rodrigues e o atual, Marcelo Moreira. Na memória e no arquivo da Abraji está o clipping com as notas do Jornalistas&Cia, o primeiro a noticiar o surgimento da entidade, quando ainda sequer tinha nome. E agora, mais uma vez J&Cia e Abraji se unem, no Projeto 1.000 em 1. Nele, cem duplas de estudantes de Jornalismo vão entrevistar, durante um ano, autores de mil matérias premiadas sobre o processo de realização de suas reportagens vitoriosas. Os entrevistados estão sendo escolhidos com base no ranking Os mais premiados jornalistas brasileiros de todos os tempos, realizado por Jornalistas&Cia, com apoio metodológico do Instituto Corda. O resultado do projeto será a produção de mil vídeos de dez minutos cada com o making of das matérias selecionadas. Essa ideia de Angelina Nunes, de O Globo, e Marcelo Soares, da Folha de S.Paulo, com Sérgio Gomes, da Oboré, tem como propósitos gerar um material didático de alta qualidade para uso em universidades de todo o Brasil (mil aulas práticas, às quais estudante algum teria acesso de outro modo) e estabelecer uma ligação entre renomados profissionais do mercado e as universidades. Entrevista com Marcelo Moreira: Da dor do nascimento ao prestígio internacional Nesses dez anos, a Abraji contabilizou a presença de mais de cinco mil profissionais ou estudantes em 133 eventos: sete congressos, 19 seminários, 55 cursos presenciais, 43 cursos online, e nove palestras. Em 2012, a 7ª edição do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo teve mais de 900 participantes, de 25 Estados brasileiros e da Europa, África e América Latina. Marcelo Moreira, o presidente da Abraji, falou a Cristina Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro, sobre a trajetória e o futuro da entidade. Acompanhe: Jornalistas&Cia ? Parabéns pelo aniversário!Marcelo Moreira ? Estamos muito felizes, temos muito o que comemorar. Vemos a Associação respeitada, produzindo ferramentas importantes para os jornalistas brasileiros, reconhecida por todos: jornalistas, empresas, outras associações. J&Cia ? Você fez parte do grupo que, em 2002, criou a Abraji. Pode relembrar para nós como foi?Marcelo ? Nossas conversas começaram naquele período do desaparecimento de Tim Lopes. Eu era o chefe de Reportagem dele na TV Globo, o [Marcelo] Beraba era muito amigo, o Rosental [Calmon Alves] veio do Texas ao Rio para se unir ao nosso desespero. Primeiramente, queríamos encontrá-lo; depois que soubemos da morte, queríamos fazer justiça. Montamos um grupo de discussão no Sindicato (dos Jornalistas do Município do Rio). O Aziz [Filho] estava lá, o Nassif [Elias] era o presidente, muitos outros. Assim nasceu o Núcleo Tim Lopes, que fez manifestações, e foi lançada uma semente. Precisávamos nos reunir em uma associação. A primeira deste tipo no mundo foi a IRE ? Investigative Reporters and Editors, criada em situação semelhante. Um repórter do Arizona investigava uma máfia e foi assassinado. Os jornalistas da região se uniram para concluir a matéria em mutirão e provar que, quando se cala um jornalista, não se cala a imprensa. Beraba tinha contatos no México, com o Centro de Periodismo de Investigación. Era um momento favorável. Do encontro em São Paulo foi feita uma ata propondo a fundação de uma associação, considerado o primeiro documento oficial da Abraji, e não tinha nem nome. Beraba foi eleito o primeiro presidente. Apesar de fazer parte das
De papo pro ar ? Autógrafos
Luiz Gonzaga foi convidado certa vez para almoçar no Dinho?s Place, localizado até hoje na região dos Jardins paulistanos. O restaurante estava lotado de executivos engravatados e sérios. Gonzaga sentou-se e logo veio um garçom pedir autógrafo e logo outro e mais outro. Até o chefe da cozinha, que disse ser da sua terra, Exu. No começo os engravatados o ignoraram, mas logo um levantou-se para pedir autógrafo para um amigo nordestino, outro para a empregada nordestina, outro etc. etc.. Gonzaga, maroto: ? Vixe, como tem nordestino aqui!