Estão abertas até 15 de novembro as inscrições para o Prêmio IREE de Jornalismo, organizado pelo Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE). A premiação tem o objetivo de recohecer e incentivar trabalhos jornalísticos sobre a importância e o fortalecimento da democracia.
Podem ser inscritos trabalhos publicados entre 15 de novembro do ano passado e 15 de novembro deste ano. O prêmio tem três categorias: A Principal, que concederá R$ 50 mil para o vencedor; e Política e Economia e Negócios, que premiarão cada uma seus respectivos vencedores com R$ 30 mil.
Ernesto Paglia retorna à Globo com a série Caça Tempestades na Amazônia, dando continuidade a um trabalho iniciado em 2013. As gravações começaram na última quinta-feira (10/10), com a participação do cientista Osmar Pinto Júnior e da cineasta Lara Cardoso. As informações são do F5, da Folha de S.Paulo.
A nova atração explorará os desafios de caçar tempestades e os impactos desses fenômenos na vida das pessoas na Amazônia. A região é uma das três áreas do mundo com maior incidência de raios, registrando cerca de 300 mil tempestades por ano. Outros fenômenos, como os fulguritos – tubos vítreos formados pela energia dos raios ao atingir grãos de quartzo na areia –, também serão investigados.
O quadro será exibido no Fantástico, com estreia prevista para janeiro de 2025, marcando o retorno do grupo às câmeras 11 anos após a série País dos Raios.
Paglia deixou a emissora em 2022 e, desde então, realizou apenas trabalhos esporádicos no canal, sendo o último no início deste ano, sobre a crise climática na Groenlândia.
Nascido nos anos 1950, anos dourados do rádio e sua publicidade, Washington Olivetto sempre prestigiou o meio e seus profissionais em campanhas icônicas. Ele sabia que o poder da rádio estava na sua simplicidade e rapidez, e era capaz de transformar essas qualidades em saborosas histórias criativas.
Olivetto, com sua criatividade e visão, transformou a rádio em um aliado fundamental para a publicidade, e essa parceria rendeu momentos icônicos, como o célebre “Homem Bombril”, cujas versões adaptadas para a rádio conquistaram as mesmas gargalhadas que os comerciais de TV. Para ele, o poder da rádio reside na capacidade de evocar imagens e emoções através da palavra, sem depender do visual. “O rádio faz a pessoa sonhar”, dizia ele, reforçando sua opinião de que uma publicidade bem-feita no rádio era capaz de criar mundos inteiros na imaginação do ouvinte.
Além de sua maestria em criar peças publicitárias, Olivetto era um ouvinte fiel de rádio. Ele costumava citar as manhãs em que ouvia programas matinais e rádios de notícias como fonte de informação e inspiração. Em uma de suas últimas entrevistas, comentou que a digitalização do rádio, com o surgimento de podcasts e plataformas de streaming, não alterou sua força. “O rádio é imbatível na companhia que oferece”, afirmou. Era como se ele estivesse falando sobre um amigo próximo, que, apesar das mudanças ao longo dos anos, manteve sua essência e caráter.
Ao pensar na trajetória de Washington Olivetto e sua relação com o rádio é impossível não destacar a paixão que ele nutria por esse meio, algo que permeou toda a sua carreira. Seu uso criativo e inovador do rádio trouxe uma dimensão nova para a publicidade brasileira, tirando proveito de sua capacidade de falar diretamente com o ouvinte, como se o comercial fosse uma conversa íntima, uma troca de confidências. Essa maestria em contar histórias, aliada ao seu entendimento profundo da cultura popular, transformou suas peças em referência para as outras gerações.
O legado de Washington Olivetto no rádio é um testemunho de sua visão inigualável, seu amor pelas palavras e sua compreensão do poder da comunicação. Ao longo de sua carreira, ele fez mais do que criar campanhas de sucesso − redefiniu a maneira como o rádio poderia ser utilizado como ferramenta de engajamento e conexão com o público. A simplicidade e a intimidade do rádio sempre fascinaram Olivetto, que enxergava nesse meio uma capacidade de tocar as pessoas de maneira pessoal, única, transformando mensagens comerciais em verdadeiras conversas.
Mesmo diante de grandes transformações no mundo da comunicação, Olivetto manteve-se fiel ao potencial do rádio. Ele nunca o viu como uma plataforma menor ou ultrapassada, mas como um meio poderoso, capaz de criar vínculos emocionais profundos. Suas campanhas publicitárias, muitas vezes, vão além da venda de produtos; elas envolvem o público com narrativas acessíveis, envolventes e, acima de tudo, humanas − algo que o rádio, em sua essência, sempre representou para ele.
Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.
Álvaro Bufarah
(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Fundacentro lançaram uma pesquisa sobre a saúde mental dos jornalistas no Brasil. O estudo, iniciado em abril deste ano, busca identificar fatores que causam sofrimento mental na profissão e desenvolver políticas de proteção.
Coordenada pelo professor Marcelo Kimati Dias, do Departamento de Saúde Coletiva da UFPR, a pesquisa adotará uma metodologia quantitativa, através de um questionário padronizado, cujas respostas serão confidenciais e coletadas exclusivamente para fins estatísticos.
Além de identificar os impactos, o projeto visa a contribuir para pesquisas paralelas sobre trabalho e saúde. Os resultados deverão subsidiar políticas sindicais e negociações com empregadores para promover melhorias nas condições de trabalho e legislações que protejam trabalhadores do assédio e pressão no exercício da profissão.
O SBT anunciou a saída do narrador esportivo Cléber Machado, que estava na emissora há pouco mais de um ano. Em nota oficial, a assessoria de comunicação do SBT confirmou a saída do jornalista. A emissora escreveu que está ciente de uma proposta que Machado recebeu de um outro canal, mas não divulgou o destino do narrador.
A nota diz ainda que o SBT está negociando com Machado para que a saída ocorra apenas no final de novembro. A ideia é que o narrador continue à frente das transmissões e participando da programação da emissora até a final da atual edição da Conmebol Sul-Americana, em 23 de novembro.
O SBT agradeceu a “dedicação, o profissionalismo e o comprometimento” de Machado em seu trabalho na emissora. Também na nota, o narrador agradeceu pelo tempo que passou no SBT: “Faço questão de também agradecer e registrar a alegria de fazer parte do elenco do SBT, os colegas de trabalho, o ótimo ambiente e os resultados obtidos”.
A organização do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos anunciou nessa quinta-feira (10/10) os ganhadores da 46ª edição. A seleção dos vencedores foi realizada durante uma sessão pública de julgamento transmitida ao vivo no canal do prêmio no YouTube. A solenidade de premiação, assim como uma roda de conversa com os vencedores, será em 29/10, às 20h, no Tucarena, na PUC-SP.
Durante muitos anos, eu me apresentei no Prêmio Comunique-se, que era o Oscar do jornalismo no Brasil. Eu via, lá em São Paulo, jornalistas do Brasil inteiro e quem participava com a gente era Cid Moreira. Todo ano ele estava lá e nós tínhamos sempre, durante pelo menos dois dias, uma convivência muito interessante, com ele e a querida Fátima, dentro do Hotel Transamérica.
Era uma curiosidade, porque depois que a gente terminava o nosso trabalho, nós nos sentávamos no saguão do hotel e começávamos a beliscar, contar histórias, falar bobagem e o Cid comia cebola crua. Eram pratos e mais pratos de cebola crua. Ele comendo aquilo e a Fátima ficava apavorada.
Cid Moreira tinha uma coisa interessante, porque nós às vezes precisávamos nos reunir lá no restaurante, e a gente ficava num canto, para ensaiar. E TODO mundo que passava interrompia o nosso trabalho. Chegavam para o Cid Moreira e falavam:
– Ô Cid, você pode gravar aqui um negócio para mim, no meu telefone celular? Boa noite! Você pode?
Aí ele dizia:
– Boa noite!
– Não ficou bom. Fala de novo?
– Boa noite!
E outro:
– Pode gravar uma mensagem para o meu cunhado? O nome dele é Geraldo.
– Geraldo, tudo bem? Boa noite!
Ele não parava, atendia todo mundo. Teve uma época em que eu pedia a ele para se sentar atrás de uma pilastra, porque todo mundo que passava vinha falar com a gente.
Uma vez, eu estava no restaurante do hotel, entrei com ele, e o Zuenir Ventura estava lá sentado. Zuenir me segurou pelo braço e falou:
– Maurício, tudo bem?
Cid Moreira viu e falou:
– Maurício, aquele é o Zuenir Ventura?
– É.
Quando o Zuenir se levantou para sair, eu disse:
– Zuenir, vem cá, vou te apresentar aqui o Cid Moreira.
Eles não se conheciam! Um trabalhava no Globo, outro trabalhava na Rede Globo, e nunca tinham se falado. Eu apresentei os dois, e olha como foi que tomei um furo mundial de reportagem. Fui incapaz de juntar aquela cena, dois dos maiores jornalistas do Brasil e não registrei, não fiz uma foto, não anotei, não escrevi nada sobre aquilo.
Mas o grande acontecimento meu com o Cid Moreira aconteceu um dia em que estávamos ensaiando o que a gente ia fazer à noite e a minha filha Verônica ligou, porque queria saber se eu tinha chegado bem em São Paulo, não sei mais o quê:
– Cid, deixa eu atender minha filha aqui, que ela está querendo saber se eu cheguei bem e tal.
− Deixa que eu falo com ela.
Botei o celular no viva-voz, aproximei dele:
– Oi Verônica, tudo bem?
E a minha filha:
– Helinho, deixa eu falar com meu pai. Eu estou trabalhando aqui, quero só saber se ele chegou bem.
Verônica achou que era o Helinho, ele imitava todo mundo. [NR: Hélio Júnior é humorista e participa do show Plantão de Notícias, conduzido por Maurício Menezes]
– Verônica, é o Cid Moreira.
– P****, Helinho, deixa de ser chato, passa para o meu pai aí.
E ele:
– Maurício, sua filha está nervosa…
Beijo, Cid.
Maurício Menezes
A história desta semana é uma colaboração de Maurício Menezes, que foi repórter do Estadão no Rio por 25 anos, trabalhou mais de 40 anos na rádio Globo e hoje está na Tupi. Criou o Plantão de Notícias, um show de humor na TV e no teatro sobre os causos da imprensa brasileira, que reproduziu no livro Plantão de Notícias: os erros da imprensa.
Flaviane Castro iniciou nova jornada profissional como diretora de atendimento e operação da RPMA Comunicação, com a missão de liderar a entrega e relacionamento com os clientes da agia, a agência de marketing digital do grupo. Ali chega após 1 ano como head de comunicação digital na Giusti e 5 anos e 3 meses de FSB Comunicação, como head de integração prigital.
Nesse movimento, Renato Abdo, head da agia, passa a direcionar sua atuação na área de estratégia e criação para todo o Grupo RPMA, sendo responsável por comandar os times de Planejamento, Criação, Tecnologia e Dados e Audiovisual.
Comunicar é se fazer entender. Sem isso não há comunicação. Mas há muitas coisas tentando se passar por comunicação por aí. Especialmente na comunicação pública, dos governos e dos órgãos públicos com a sociedade. Talvez porque comunicar não fosse realmente o objetivo. No próximo domingo, 13 de outubro, será celebrado o Dia Mundial da Linguagem Simples, para dar visibilidade a um movimento mundial de alerta sobre a responsabilidade de governos usarem a linguagem como instrumento de inclusão social.
Nos anos 1970, o filósofo Michel Foucault já chamava a atenção para a exclusão por meio da linguagem. A política, o direito e outras áreas de interesse público eram exclusivas de quem conhecia as palavras difíceis do juridiquês. Nas universidades se pesquisa como as linguagens têm o poder de incluir ou excluir falantes. Mas o assunto ainda precisa ganhar o mundo.
E vem ganhando! Nos Estados Unidos, desde 1940. Na Europa, desde os anos 1970. No México e na Colômbia, a partir dos anos 2000. E, no Brasil, a partir de 2010. Profissionais da comunicação, especialmente no setor público, têm estimulado e capacitado colegas a buscar uma escrita simples, tarefa que não é fácil. Seja em documentos públicos, em ações judiciais, contratos, informes, seja matérias jornalísticas, ou conteúdo de redes sociais, a ideia é também testar com frequência a compreensão destes textos. Em resumo: todo conteúdo falando para todos.
Desde os anos 1990 órgãos públicos ampliam seus canais de comunicação com o cidadão, como sites, emissoras de rádio e tv, e mais recentemente, redes sociais. Informações direto da fonte buscavam chegar ao cidadão sem intermediários. Mas em vez da linguagem do cidadão o que se viu com frequência foram os jargões dos órgãos públicos tendo destaque. E o desconhecimento sobre direitos e deveres não diminuía. Por isso, um movimento pela linguagem simples vem alertando e convocando o poder público a rever seu esforço de comunicação.
“Uma comunicação em Linguagem Simples é visualmente convidativa e fácil de ler. Costuma ter o tom de uma conversa amigável e respeitosa. Reconhece o direito que toda pessoa tem de entender textos relevantes para o seu cotidiano. Sua intenção primordial é esclarecer”, define a jornalista e escritora Heloísa Fischer, que é uma das referências no assunto no Brasil. Ela explica que a linguagem simples possibilita ao leitor “localizar com rapidez a informação de que precisa, entendê-la e usá-la”.
A jornalista e consultora em linguagem simples, Patrícia Roedel, alerta sobre o perigo da compreensão equivocada desse “simples”: “Linguagem Simples não é intuitiva. Gastar tempo e recursos sem conhecer as diretrizes, sem planejar o público-alvo e sem testar a efetividade ao final é um esforço que tem outro nome: boa intenção”. Patrícia representou a Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública), na elaboração da norma ABNT NBR 24495-1. Ela estabelece os princípios e diretrizes para elaborar documentos em Linguagem Simples e tem por objetivo padronizar o processo de redação, contemplando três etapas: planejamento, desenvolvimento e testagem.
Da teoria para a prática, combinando frases curtas e desenho, o Laboratório de Inovação e Dados do governo do Ceará – IRIS – criou a primeira Política Estadual de Linguagem Simples. Clique aqui e veja que uma lei não precisa ser bicho de sete cabeças. Quer mais experiências? Veja esse edital em linguagem simples, ou a consulta de Despesa do Poder Executivo do Governo do Ceará. Por essas iniciativas, em 2023, o IRIS recebeu o Prêmio Cherryl Stephens de Inovação, na Conferência da Associação Internacional de Linguagem Simples (PLAIN).
Outro projeto premiado é o Programa de Linguagem Simples da cidade de São Paulo, vencedor no concurso de inovação promovido pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), na categoria “Poder Executivo Estadual, do Distrito Federal e Municipal”.
Escrever simples já é regra em alguns estados brasileiros, como Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, onde foram adotadas Políticas Estaduais de Linguagem Simples que preveem a capacitação de servidores públicos para a produção de conteúdo, a adoção de tecnologias facilitadoras, a produção de conteúdo pedagógico, a promoção de eventos de sensibilização para a prática.
Como você pode ver, linguagem simples é sobre ensinar e aprender técnicas de escrita acessível, mas é também um movimento global pela inclusão pela informação, com diversas iniciativas pelo mundo, inclusive uma associação internacional de profissionais a Plain Languague Association International, atuante há mais de 20 anos.
*Lincoln Macário é jornalista, comunicador público na Câmara dos Deputados e Vice-presidente de Relações Legislativas e Governamentais da ABCPública
Lília Gomes Ferreira é jornalista, comunicadora pública no Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais e Vice-presidente de Comunicação da ABCPública
Crédito: Reprodução/Faceboo/Movimento de Justiça e Direitos Humanos
Estão abertas até 25/10 as inscrições para o 41º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, realizado pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), que reconhece trabalhos jornalísticos sobre violações e a defesa dos Direitos Humanos.
Este ano, com o tema Democracia, podem ser inscritos trabalhos publicados ou veiculados entre 1º de novembro de 2023 e 25 de outubro de 2024. As categorias são Reportagem, Fotografia, Áudio (Rádio e Podcast), Televisão, Jornalismo Online, Crônica, Documentário, Grande Reportagem (livro), Multimídia e Acadêmico.
O primeiro colocado de cada categoria receberá um troféu, enquanto os segundos e terceiros colocados receberão diplomas. Não há premiação em dinheiro. A cerimônia de entrega será realizada em 10/12, às 19h, em Porto Alegre, com transmissão ao vivo pelas redes sociais.