Está disponível para download no site da Abraji o guia Lei de Acesso a Informações Públicas – O que você precisa saber, que ela produziu com financiamento do Programa Internacional para Desenvolvimento da Comunicação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Comunicação e Cultura). O material resume os principais pontos da Lei de Acesso (nº12.527/2011), com o objetivo de facilitar o uso da norma. Traz ainda conteúdo detalhado sobre pontos como transparência ativa, recursos e prazos de sigilo, apontando legislações relacionadas. O guia é a primeira etapa de um projeto desenvolvido pela Abraji, com financiamento da Unesco, que envolve a abertura de três turmas de treinamento online para jornalistas sobre o uso daquela lei. Veja o documento em pdf

A história desta semana é de Marco Antonio Zanfra, diretor de Apoio e Mídias da Secretaria Municipal de Comunicação da Prefeitura de Florianópolis. Na época do episódio que narra, era repórter da Folha de S.Paulo na capital paulista, onde passou por diversos outros veículos. É autor do Manual do repórter de Polícia. Plantão de almoço             O ano, 1980. Metalúrgicos de São Bernardo do Campo em greve, Lula preso, a ditadura militar em franco processo de deterioração, o movimento sindical crescendo e parindo, pouco depois, um partido político.             O Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema estava sob intervenção. A rua João Basso, onde funcionava a entidade, estava fechada por cordões de policiais militares. Os trabalhadores em greve faziam suas assembleias na igreja matriz de São Bernardo, não muito longe do Paço Municipal.             Lula, o presidente do Sindicato, estava preso no Dops. A polícia ia catando as lideranças grevistas restantes, uma a uma. Esta história aconteceu no dia em que prenderam Enílson Simões de Moura, o Alemão.             A Folha de S Paulo dedicava uma página diária – editada pelo grande (inclusive verticalmente) Clóvis Rossi – aos acontecimentos de São Bernardo. Para isso, deslocava três repórteres de texto para acompanhar o desenrolar da greve: Odilon Guimarães, que cobria Economia; eu, que cobria Geral; e Ricardo Kotscho, que cobria tudo e mais um pouco. A gente passava quase o dia inteiro por lá.             Os metalúrgicos tinham no então prefeito de São Bernardo do Campo, Tito Costa, um importante aliado. Foi no gabinete dele que se discutiu e se decidiu pela conveniência de Alemão entregar-se à polícia. E foi no gabinete dele – no 14º andar do Paço – que a rendição aconteceu.             Só quem já enfrentou uma muvuca sabe da intensidade do termo. Pois aquilo lá era uma muvuca. Toda a imprensa, inclusive correspondentes internacionais, acotovelava-se na antessala de Tito Costa à espera do assunto do dia. Confinados por conta própria, os jornalistas só ficaram sabendo por relatos externos que os agentes da lei, numa demonstração de profundo respeito às instituições democráticas, tinham lançado uma bomba de gás lacrimogêneo no interior do veículo onde estava Orestes Quércia, então senador da República.             Mas, voltando ao Paço Municipal, os três repórteres da Folha estavam lá, contribuindo para engrossar o caldo de jornalistas da muvuca palaciana. E já passava um bocado da hora do almoço quando Odilon teve uma ideia que me pareceu sensata: por que ficarem os três ali, sem almoçar, quando um único repórter certamente bastaria para acompanhar a prisão do Alemão?             A sugestão era que um de nós, escolhido por sorteio, permanecesse de plantão na antessala de Tito Costa, enquanto os outros dois sairiam para almoçar e voltariam rapidamente, provavelmente antes ainda do desfecho da história.             Para encurtar, dali a pouco vi Odilon Guimarães com as mãos em concha, pedindo que eu retirasse um papelzinho dobrado dentre os três ali colocados, para sortear o “plantonista”. Ao desenrolar o papelucho, li o nome Zanfra como o escolhido pelo destino para permitir que as outras duas criaturas pudessem cumprir o salutar hábito de alimentar-se regularmente.             Não posso dizer que cheguei a pensar em fraude, aliás não sei exatamente por que fiz aquilo, mas – ainda que resignado com a missão que me cabia – pedi para ver os outros dois recortes de papel… Pois ganha uma paçoquinha de rolha quem descobrir os nomes que estavam anotados nos outros dois papeizinhos.             Resumindo, saímos os três juntos para almoçar quase às 4 da tarde. E naquele dia, especialmente, o frango com polenta do restaurante São Judas Tadeu me pareceu ter um sabor mais revigorante.   Leia mais + Ricardo Kotscho, o “pé de poeira” + Conferência Nacional de Blogs chega a São Paulo em 23 de agosto + Oposição denuncia ao MP uso de recursos públicos em eleição de jornalistas em MG

Este mês Ricardo Kotscho está completando 50 anos de jornalismo e, embora tenha ocupado cargos de direção em veículos e até o de assessor de imprensa do ex-presidente Lula, segue afirmando que seu lugar é na rua, fazendo reportagens. Aos 66 anos, completados em março, ainda mantém essa função na revista Brasileiros, do amigo Hélio Campos Mello, além de fazer comentários políticos no Jornal da Record News e de atualizar diariamente seu blog Balaio do Kotscho. Jornalistas&Cia une-se a tantos outros que lhe estão prestando homenagens por todos esses anos de “pé de poeira” e reproduz em edição especial o resultado da entrevista que ele deu, em seu apartamento em São Paulo, na última 2ª.feira (26/5), ao diretor Eduardo Ribeiro e ao editor Fernando Soares. Nela, como não poderia ser diferente, Ricardo fala principalmente da carreira e de colegas com os quais trabalhou nesses 50 anos, mas também lembra com carinho da família, que nesse período aprendeu a lidar com suas ausências. Boa leitura!

Após edição em Fortaleza, em março último, a Conferência Nacional de Blogs chega a São Paulo no dia 23 de agosto. Os blogueiros serão recepcionados por Ana Jacobs e Dani Sanches – fundadoras da CBBloger, que realiza o evento – em um dia dedicado a palestras, atividades, apresentação de marcas dos mercados fashion e de beleza, desfiles de moda e networking. Inscrições para participação corporativa estão abertas pelo [email protected]. Aos blogueiros, as inscrições serão abertas no início de junho. A etapa São Paulo da Conferência Nacional de Blogs 2014 será das 10h às 17h, no Golden Tulip Paulista Plaza (al. Santos, 85).

A Chapa1 Oposição Sindical: independência, renovação e luta, derrotada nas eleições para o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais realizadas em 17/4, protocolou representação junto ao Ministério Público denunciando o uso indevido de recursos públicos da Prefeitura de Contagem durante as eleições. A denúncia leva em conta fotos que registraram o transporte de jornalistas no carro da Prefeitura de Contagem até o Sindicato. Para a oposição, o fato aconteceu em favorecimento da Chapa 2 Movimento pra sacudir, cujo candidato a presidente Kerison Lopes e membros da chapa fazem parte do PCdoB, mesmo partido do prefeito de Contagem. Felipe Castanheiras, membro da oposição sindical dos jornalistas e da Chapa1, afirma que “a denúncia é contra a ingerência de um partido político utilizando o dinheiro público para interferir numa eleição sindical da categoria dos jornalistas, com o agravante de desmoralizar o poder público pelo uso de veículo da prefeitura para fins alheios e de interesses próprios”. Em resposta, Eneida da Costa, atual presidente do Sindicato, afirmou que a entidade acredita “que é direito da oposição apresentar denúncias, mas não houve nenhum registro sobre o assunto na junta eleitoral durante as eleições. Assim como outros jornalistas foram votar em carros das organizações em que trabalham, o jornalista da Prefeitura de Contagem usou do mesmo meio. O voto é sigiloso e, portanto, não é possível assegurar que o votante tenha optado pela Chapa 2, como afirmou a oposição”. A Chapa 2, liderada por Kerison, venceu a eleição com 58,6% dos votos válidos, contra 39,4% dados à Chapa 1, encabeçada por Adriano Boaventura, e estará a frente da entidade no triênio 2014-2017. Salvo impedimento legal, a posse da nova diretoria será em 13 de junho.   Leia mais + Mais de 50 profissionais deixam a TVE e a FM Cultura + Trabalhadores da EBC planejam parar a dois dias da Copa + Após se recuperar de um AVC, Dirceu Pio lança blog O Sobrevivente!

O Coletiva.net noticiou que a partir desta 4ª.feira (28/5) a Fundação Piratini deixa de contar com o trabalho de 54 funcionários, 15 deles jornalistas, contratados em regime emergencial. Publicados no Diário Oficial do Estado nesta 3ª (27), os desligamentos devem impactar nas programações da TVE e da FM Cultura, que passarão a operar com uma equipe de 33 jornalistas e 10 estagiários, segundo informações da Rádio Gaúcha. Conforme a Fundação, ainda não é possível detalhar quais programas sofrerão alterações. Algumas atrações têm edições gravadas e outras poderão ser reprisadas. A homologação do processo seletivo que preencherá 98 vagas nas emissoras está prevista para 4 de junho. De acordo com a Fundação, a convocação dos aprovados ocorrerá imediatamente. 

Seis meses após uma greve que durou 15 dias, trabalhadores da EBC em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro aprovaram na semana passada indicativo de paralisação para o próximo dia 10/6, “caso a empresa não apresente uma proposta de novo Plano de Empregos, Carreiras e Salários que atenda às reivindicações dos funcionários e siga descumprindo cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho”. Uma nova assembleia nacional será realizada em 6/6 para reavaliar os avanços na negociação e o indicativo de greve. Nesse meio tempo, os trabalhadores aguardam esclarecimentos da empresa sobre a proposta de Plano de Carreira elaborada por consultoria terceirizada, que deveria ter sido apresentada em abril deste ano. Jornalistas, radialistas, administradores e demais profissionais da EBC querem garantidos os compromissos firmados para a finalização da greve do ano passado, como, por exemplo, a implantação do vale-cultura e a ampliação da licença-paternidade de cinco para sete dias. Outra reivindicação é o cumprimento de cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho, como o pagamento das horas-extras e a concessão de vestuário para apresentadores, repórteres e outros profissionais. Eles também reivindicam da empresa que a proposta do Plano seja divulgada na íntegra para conhecimento dos funcionários e da sociedade. Isso porque a categoria julga insuficiente a apresentação feita por conferência de vídeo, pela direção da empresa. Os trabalhadores também querem saber se as diretrizes para o Plano aprovadas pela categoria serão absorvidas no momento da implementação do acordo. O movimento conta com o apoio da Fenaj, que entende que as condições de trabalho dos empregados, que somam mais de dois mil, “são determinantes na construção de uma comunicação pública que sirva de fato aos interesses da população brasileira”.