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domingo, dezembro 28, 2025

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Noite de gala para homenagear os +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira

Foram definidos os profissionais e veículos finalistas do Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira

Depois de dois turnos concorridíssimos e de intensa participação de jornalistas e profissionais de Comunicação de todo o Brasil, chegou a hora de homenagear os +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, em noite para lá de especial, que receberá, no Itaú Cultural, os eleitos TOP 50 do Brasil e os TOP 5 das categorias Imagem/Vídeo, Veículos Liderados por Jornalistas Negros e Veículos Gerais. Todos receberão os certificados alusivos ao prêmio conquistado.

Durante a cerimônia, que terá início às 18h30 de 11/11, serão revelados os TOP 10 mais votados (os +admirados entre os +admirados) e os mais votados nas outras três categorias.

Também farão parte da solenidade as homenagens especiais aos Decanos do Jornalismo, Valdice Gomes e Dennis de Oliveira, que receberão o Troféu Luiz Gama; à Personalidade do Ano, o jogador de futebol Vini Jr., da Seleção Brasileira e do Real Madrid, com o Troféu Gloria Maria; e à Revelação do Ano, Hellen Lirtêz, da Amazônia Real, que receberá o Troféu Tim Lopes.

Iniciativa conjunta deste J&Cia, dos sites 1 Papo Reto e Neo Mondo e da Rede Jornalistas Pretos – Jornalistas pela Diversidade na Comunicação, o Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira conta com Patrocínio Ouro da Unilever, Patrocínio Bronze de DOW, LATAM e Uber, apoio institucional de GSS e apoio do Itaú Cultural.

Os admirados apresentadores da cerimônia

Eliane de Souza Almeida

Dois dos mais prestigiados profissionais da imprensa brasileira aceitaram novamente o convite dos organizadores para abrilhantar ainda mais o evento de premiação: Eliane de Souza Almeida e Luiz Claudio Alves, colegas com uma respeitável trajetória.

Eliane de Souza Almeida é jornalista, mestre em Processos Comunicacionais pela Universidade Metodista de São Paulo e doutoranda em Mudança Social e Participação Política pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, além de ativista antirracista independente e membro da Rede Jornalistas Pretos – Jornalistas pela Diversidade na Comunicação.

Luiz Claudio Alves

Luiz Claudio Alves, natural de Brasília, começou no rádio em 1989 e profissionalizou-se como locutor e operador pela Rádio Oficina, no bairro do Cambuci, em São Paulo, e pelo Senac. Em 2010, foi para a Rádio Cultura de Campinas, atual CBN, em que atuou como editor e produtor de áudio jornalístico até 2021. Em 2017, deu início ao projeto de comunicação voltado à comunidade negra que em 2018 se tornaria o site Imprensa Preta − Comunicação e Diversidade, na Região Metropolitana de Campinas. No mesmo ano participou da fundação da ONG Rede JP. Em 2021, participou do Caucus of Journalists pelo Estado da Diáspora. Atualmente é consultor especial da Presidência para a Bancada Pan-Africana de Jornalistas da SOAD − State of African Diaspora.

E não vai faltar emoção, nem música

Lucas Gomes

Em paralelo à emoção das homenagens para celebrar tanto o jornalismo quanto a presença dos negros nas redações brasileiras, o Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira terá um outro convidado especial, o trompetista Lucas Gomes.

Sobre ele, diz Rosenildo Ferreira, de 1 Papo Reto: “Aficionado por Chet Baker, Miles Davis, Kenny G e outros mestres do sopro, o trompetista Lucas Gomes é um dos jovens talentos da cena jazzística de São Paulo. Seu trabalho mistura influências do jazz tradicional com sons na levada do blues e do funk”.

Outras informações com Vinícius Ribeiro ([email protected]).

Livro de Luciana Barreto dá um banho de esperança na luta contra o racismo digital

Finalista do Prêmio Jabuti, Discursos de ódio contra negros nas redes sociais propõe soluções na luta contra ataques e crimes digitais

Eleita pela ONU como uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo em 2021, Luciana Barreto, âncora da TV Brasil e ex-CNN, foi convidada em 2016 pelo Departamento de Estado dos EUA para visitar um projeto que tinha como objetivo conscientizar sobre a importância da tolerância em escolas do Alabama.

Impressionada com a iniciativa e seus resultados, ela retornou com um desafio: estudar e entender as motivações dos discursos de ódio contra negros nas redes sociais, para no futuro implementar algo similar no Brasil.

Como resultado, transformou sua dissertação de mestrado no livro Discursos de ódio contra negros nas redes sociais (Pallas), que neste ano foi selecionado entre os finalistas do Prêmio Jabuti Acadêmico, na categoria Divulgação Científica.

Em entrevista a este Portal dos Jornalistas e para a coluna J&Cia Livros, de Jornalistas&Cia, ela falou, entre outros assuntos, sobre sua relação com o tema, como lidar com pessoas que fazem ataques e cometem crimes nas redes sociais, a surpresa pela indicação ao Jabuti, o sonho de replicar no Brasil o projeto estadunidense de sucesso e a importância da pressão nas big techs para barrar ataques criminosos digitais.

Portal dos Jornalistas/J&Cia LivrosDe onde veio a inspiração para escrever ‘Discursos de ódio’?

Luciana Barreto – Pelo trabalho que realizo, de vez em quando sou convidada por alguns governos para visitá-los e conhecer movimentos sociais em seus países. Este foi o caso em 2016, quando o Departamento de Estado dos Estados Unidos me convidou para ir ao Alabama conhecer o Teaching Tolerance (ensinando tolerância, em português), programa que acabou sendo motivador da minha dissertação de mestrado. O Alabama, vale lembrar, é berço dos direitos civis nos Estados Unidos. Um lugar onde teve muito conflito racial e mortes, e eles tinham essa preocupação com a escalada do ódio. E eu achei incrível a iniciativa, pois ela dava orientação aos professores e alunos, oferecia apoio jurídico e contava inclusive com um museu físico para as pessoas visitarem e conhecerem os momentos de ódio vividos no passado. Então, voltei para o Brasil pensando que a gente deveria ter algo semelhante, mas para isso seria preciso estudar a nossa própria história, até para entender o conceito do discurso de ódio.

PJ/J&Cia LivrosComo foi abordar um tema do qual você certamente também já foi vítima?

Luciana – É claro que para um pesquisador é sempre complicado, pois a gente precisa de um certo distanciamento. Mas, por outro lado, justamente por estar inserida nesse contexto, eu conseguia entender os meandros do discurso de ódio contra negros. Além disso, o que mais me incomodava não eram os ataques que eu sofria, mas sim o que amigas minhas sofriam, principalmente aquelas com a pele mais retinta ou que estavam mais perto do poder, porque estas tendem a ser ainda mais atacadas. Me incomodava ver pessoas que eu admirava, em posição de poder, de repente frágeis por causa de ataques, a maioria deles coordenados. Tudo o que eu queria era entender o objetivo dessas pessoas e que tipo de recurso elas utilizavam para fragilizar as vítimas e assim ajudar minhas amigas a entenderem que eles estavam buscando algo que elas não deveriam entregar.

PJ/J&Cia LivrosVocê pretende ampliar esse projeto de alguma forma?

Luciana – Eu gostaria de implantar algo similar ao Teaching Tolerance no Brasil, mantendo as bases de apoio e combate ao ódio. Enquanto a gente não se aprofundar e trabalhar em conjunto com as plataformas digitais, os discursos de ódio tenderão a ficar entre nós, que sofremos com ele, e isso é um problema, porque ele faz muitas vítimas. O discurso de ódio mata. Então, eu tenho muita preocupação com isso. Não desisti de influenciar empresas, grupos, governos, ou seja, alguém que possa fazer algo consistente no combate ao ódio no País.

PJ/J&Cia LivrosNas primeiras linhas do seu livro você alerta o leitor que, apesar do título, se trata de uma obra de esperança. Passados oito anos desde o início dos seus estudos sobre o tema, período em que houve uma clara escalada de intolerância nas redes sociais, inclusive racial, como anda a sua esperança?

Luciana – Estou com a esperança muito em alta ainda. Acho que a gente atravessou um período muito obscuro na história recente do Brasil. Um período em que as pessoas achavam que, em nome da liberdade de expressão, você poderia cometer crimes, utilizar fake news, matar a reputação das pessoas e levar pessoas a se matarem. A gente viu que foi extremo, mas também viu que temos recursos e uma democracia e instituições fortes para combater esse tipo de atitude, e isso me trouxe muita esperança. Tenho muita esperança nas instituições brasileiras.

PJ/J&Cia LivrosEm que momento você acredita que estamos na abordagem sobre o tema?

Luciana – Eu acho que no da autoproteção, com dois vieses importantes. O primeiro, de como se proteger do odiador, conhecer que tipo de recursos ele utiliza e entender a cabeça dele para nos protegermos. Este ponto, eu acho que está ok. Mas temos o outro lado, muito importante, que é a pressão sobre as big techs, que são muito coniventes com esses odiadores. E neste caso a gente ainda vai ter muita luta pela frente.

PJ/J&Cia LivrosVocê aprofunda a discussão sobre a diferença de liberdade de expressão e discurso de ódio. Na sua opinião, a maioria dos casos acontece por ignorância legal ou simplesmente falha de caráter? Dá para separar uma coisa da outra?

Luciana – Há uma forte tentativa de burlar os conceitos e misturar tudo. Liberdade de expressão não te dá o direito de cometer crime de racismo, de homofobia, de ser misógino, de matar a reputação de pessoas, enfim, de cometer fake news. A gente ainda precisa de legislação para tudo isso. Sobre a motivação dos crimes, vejo que ela é estrutural, econômica e social. Crimes que a gente viu, por exemplo, contra a Miss Brasil(*), que eu cito no livro, onde encontramos ataques dizendo “cara de empregadinha. Não era para estar aí”, mostram onde esse odiador acredita que a mulher negra tenha que estar, que é na cozinha, limpando. Por outro lado, também há uma questão econômica, em que ela não pode estar em espaços de poder ou da beleza. Mas eu acho muito ingênuo a gente falar em caráter nessa história, pois muitas dessas pessoas sabem exatamente o que estão fazendo.

(*) Em 2017, Monalysa Alcântara, Miss Piauí, foi vítima de uma série de ataques após vencer o concurso de Miss Brasil

PJ/J&Cia LivrosNo seu livro, você também apresenta um acompanhamento profundo sobre o crescimento do discurso de ódio contra negros em um âmbito geral. E contra jornalistas negros, qual sua percepção?

Luciana – Já existem pesquisas que mostram que jornalistas mulheres são mais atacadas, seja de maneira misógina, ou atrelando com outros problemas, como gordofobia e racismo. E nessa escalada, as mulheres jornalistas negras são muito mais atacadas. A questão é que quando a gente tenta quantificar isso, há tão poucas mulheres negras no jornalismo que os números gerais acabam não sendo tão significativos. Mas tenho certeza de que, se você relativizar, vai ver que as mulheres negras são muito atacadas, porque aí mistura misoginia e racismo. Tem essa intersecção.

PJ/J&Cia LivrosVocê também mostra em ‘Discursos de ódio’ como as políticas de ação afirmativa acabaram resultando em uma escalada nos ataques contra negros nas redes sociais. Traçando um paralelo com o Jornalismo, em que a representação de profissionais negros nas redações é bem inferior ao da população em geral, passamos a ver nos últimos anos uma cobrança por perfis mais diversos no setor. Você acha que esse movimento também gerou ou pode gerar algum tipo de reação negativa entre profissionais do setor?

Luciana – Essa pergunta é bem sensível, porque estamos falando de colegas de trabalho e de profissão. O que eu posso dizer é que somos brasileiros e como brasileiros crescemos nessa estrutura racista. Então, é normal que a gente ainda tenha essa mentalidade, mesmo entre jornalistas, bastante racista, ou talvez com vieses inconscientes. Um exemplo é que ainda hoje a gente tem muito machismo nas redações brasileiras; então, porque não teríamos racismo?

PJ/J&Cia LivrosQual foi a sensação de ver seu livro entre os finalistas do Jabuti Acadêmico − Divulgação Científica?

Luciana – Curioso que só descobri que a editora havia inscrito meu livro depois que ele foi listado entre os dez semifinalistas. Eu me lembro de que fiquei muito chocada, parada e sem entender o que estava acontecendo. Sei que minha dissertação é boa, é consistente, e pelo fato de ser jornalista eu também tenho facilidade para escrever bem, mas fiquei muito surpresa mesmo assim. E depois, quando ele foi classificado entre os cinco finalistas, ao lado da Marilena Chauí, que depois conquistou o prêmio, fiquei impressionada, me questionando se aquilo estava mesmo acontecendo. Fiquei muito feliz pois deu visibilidade para um tema que é extremamente atual e urgente.

PJ/J&Cia LivrosNo final de outubro aconteceu a cerimônia da Bola de Ouro, que para muitos não foi entregue ao Vini Jr. por causa de sua posição firme contra o racismo. Na sua opinião, apesar de necessária, essa é uma luta que ainda traz mais dores e reveses do que resultados positivos?

Luciana – A luta contra o racismo sempre vai ser muito dura pra vítima, especialmente para aquela que ousa falar, se posicionar e constranger o racista. Eu acho que o Vini Jr. é uma pessoa que tem muito poder, muita visibilidade e que não se furta de denunciar e de falar, e isso constrangeu inclusive o continente europeu, especialmente os espanhóis, trazendo muitas mudanças, inclusive de protocolos da Fifa. Ele é gigante. Sim, ele vai sofrer muito, porque assim como esse racista que mira mulheres negras e faz ataques coordenados para tentar paralisar essa vítima, para que ela não tenha avanços profissionais, econômicos e em áreas de poder, acho que é o mesmo objetivo contra o Vini Jr., o de paralisar essa figura competentíssima dentro de campo. Para mim, pessoalmente, também acho que foi um recado que contraria a narrativa constante no esporte, de que ele está lá para jogar futebol e não para denunciar nada. A gente sabe que grandes atletas, atletas que entraram pra história, além das questões técnicas, eram pessoas que se posicionavam em prol dos Direitos Humanos, da democracia e de causas importantes para humanidade.

“Denúncias de Vini Jr. constrangeram o continente europeu e mudaram os protocolos da Fifa”

PJ/J&Cia LivrosNa próxima segunda-feira (11/11) teremos a cerimônia de premiação da segunda edição da eleição dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, em que você novamente figura entre os homenageados. Qual importância desse tipo de iniciativa para os jornalistas do setor?

Luciana – Esse prêmio, sinceramente, é um golaço. Primeiro, porque é um grande encontro que a gente faz nesse dia. Na edição do ano passado fiquei tão extasiada por estar naquele mesmo espaço com tantas pessoas que lutam bravamente por direitos humanos e contra o racismo no Brasil. Não são profissionais mudos, são profissionais extremamente posicionados e que recebem diariamente todo o tipo de discurso de ódio, lutando as vezes dentro dos próprios setores, enfrentando pautas muito sensíveis sem o menor apoio. Eu conheço algumas dessas histórias, então para mim esse encontro também é um aquilombamento, onde a gente se fortalece mutuamente. Por isso foi um golaço, não só por dar visibilidade ao nosso trabalho, mas, mais que isso, por fortalecer internamente esse grupo e isso pra mim é muito importante.

Cerimônia da primeira edição do prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira reuniu cerca de 200 jornalistas em São Paulo (Foto: Fabio Risnic)

Sobre Luciana Barreto – Formada em Jornalismo pela PUC-RJ e com mestrado em Relações Étnico-Raciais pelo Cefet-RJ, Luciana Barreto está em sua segunda passagem pela TV Brasil, onde já havia atuado como editora executiva e atualmente é âncora e apresentadora.

Em 25 anos de carreira, passou por GNT, Rádio e TV Bandeirantes, e fez parte do time que lançou em 2020 a CNN Brasil. Com a reportagem Negros no Brasil: brilho e invisibilidade, venceu em 2012 o Prêmio Abdias Nascimento na categoria Televisão. Em 2021 foi eleita pela ONU como uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo, e em 2023 e 2024 foi eleita entre os TOP 50 +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira.

6º Prêmio C6 de Jornalismo abre inscrições

6º Prêmio C6 de Jornalismo abre inscrições
Crédito: Prêmio C6 de Jornalismo

Estão abertas até 20 de dezembro as inscrições para a sexta edição do Prêmio C6 de Jornalismo, promovido pelo C6 Bank. A iniciativa visa premiar reportagens sobre inclusão financeira, educação financeira e proteção ao consumidor de serviços financeiros, além de matérias que facilitem a compreensão do mercado e incentivem decisões consistentes.

Serão premiados com R$ 20 mil os vencedores das categorias Educação Financeira e Finanças Pessoais, Macroeconomia e Tecnologia e Inovação. Podem concorrer trabalhados veiculados ou publicados no Brasil entre 1º de novembro de 2023 e 20 de dezembro de 2024.

Os participantes podem submeter no máximo três trabalhos produzidos individualmente ou em conjunto. Os vencedores serão anunciados em março de 2025; o local e data da cerimônia de premiação serão anunciados posteriormente.

Inscrições e regulamento aqui.

100 anos de rádio no Brasil: IA transforma a produção sonora e abre novas possibilidades para a indústria do áudio

Por Álvaro Bufarah (*)

A inteligência artificial está redefinindo os limites da criatividade e da produtividade na indústria do áudio. Uma das empresas que mais se destaca nessa área é a Wondercraft, que, com o lançamento do Modo Diretor, coloca nas mãos dos criadores uma ferramenta poderosa para moldar e personalizar vozes sintetizadas com um nível de realismo nunca antes visto.

A ferramenta é uma funcionalidade inovadora da plataforma que permite aos usuários dar instruções precisas e detalhadas às vozes de IA, transformando-as em verdadeiras atrizes virtuais. Através de uma interface intuitiva, é possível controlar diversos aspectos da performance vocal, como:

  • Emoções: Alegria, tristeza, raiva, surpresa, medo e diversas outras nuances emocionais podem ser expressas com naturalidade pelas vozes sintetizadas.
  • Sotaques: A plataforma oferece uma ampla variedade de sotaques, permitindo que os criadores adaptem as vozes a diferentes públicos e contextos.
  • Tons: É possível ajustar o tom de voz para criar diferentes atmosferas, desde uma narração suave e relaxante até um discurso enérgico e motivacional.
  • Ritmo e entonação: A velocidade da fala, a altura e a intensidade da voz podem ser controladas com precisão, permitindo criar performances mais dinâmicas e envolventes.

A integração da inteligência artificial na produção de áudio oferece uma série de vantagens, como:

  • Aumento da produtividade: A automação de tarefas e a geração rápida de conteúdo permitem que os criadores se concentrem em tarefas mais estratégicas.
  • Redução de custos: A eliminação da necessidade de contratar atores de voz e estúdios de gravação reduz significativamente os custos de produção.
  • Maior flexibilidade: A possibilidade de criar e personalizar vozes sob demanda permite adaptar o conteúdo a diferentes formatos e plataformas.
  • Qualidade profissional: As vozes sintetizadas pela Wondercraft apresentam um nível de qualidade que se aproxima cada vez mais das vozes humanas, garantindo resultados profissionais.

As possibilidades de aplicação do Modo Diretor são vastas e abrangem diversos setores, como:

  • Publicidade: Criação de anúncios personalizados com vozes que se conectam emocionalmente com o público-alvo.
  • Podcasts: Produção de podcasts com diferentes estilos de narração e convidados virtuais.
  • Audiobooks: Transformação de textos em audiobooks com vozes expressivas e envolventes.
  • Videogames: Criação de personagens com vozes autênticas e memoráveis.
  • Assistentes virtuais: Desenvolvimento de assistentes virtuais com vozes personalizadas e capazes de realizar diversas tarefas.

O contraponto

A voz humana tem um poder único de transmitir emoções, nuances e autenticidade de forma instantânea. É através dela que estabelecemos conexões profundas com os outros, construímos confiança e criamos empatia. A voz de um apresentador de rádio, por exemplo, não é apenas um som, mas uma assinatura, uma marca pessoal que nos acompanha e nos conecta com o conteúdo transmitido.

A utilização de vozes sintetizadas pela IA, por mais sofisticadas que sejam, pode comprometer essa conexão única entre o ouvinte e o comunicador. Algumas das desvantagens dessa tecnologia incluem:

  • Falta de autenticidade: As vozes geradas por IA, por mais realistas que pareçam, podem soar artificiais e distantes. A ausência de microvariações na entonação e no ritmo, características típicas da voz humana, pode gerar uma sensação de desconexão.
  • Dificuldade em transmitir emoções complexas: Embora a IA possa simular uma ampla gama de emoções, ela ainda tem dificuldade em transmitir nuances mais complexas e sutis, como ironia, sarcasmo e ambiguidade.
  • Perda da espontaneidade: A programação prévia das falas e das reações da IA limita a espontaneidade e a capacidade de adaptação a situações inesperadas, características essenciais em uma comunicação eficaz.
  • Risco de despersonalização: A padronização das vozes pode levar à despersonalização da comunicação, tornando-a mais fria e menos envolvente.

A comunicação é um processo dinâmico e complexo que envolve a troca de informações, a construção de significados e a criação de relações sociais. A voz humana, com suas imperfeições e nuances, desempenha um papel fundamental nesse processo. Ao substituir a voz humana pela voz sintetizada, corremos o risco de simplificar a comunicação e perder a riqueza de detalhes que a torna única.

Não se trata de demonizar a inteligência artificial, mas sim de reconhecer suas limitações e utilizá-la de forma complementar à voz humana. A IA pode ser uma ferramenta poderosa para automatizar tarefas, aumentar a eficiência e criar possibilidades de comunicação. No entanto, é fundamental que a voz humana continue a ocupar um lugar central na produção de conteúdo de áudio, garantindo que a comunicação continue sendo uma experiência humana e autêntica.

Em resumo, a utilização da IA na produção de áudio pode trazer benefícios significativos, mas é preciso ter cautela para evitar que a tecnologia substitua a humanidade. A voz humana, com sua capacidade de conectar, emocionar e inspirar, continua sendo um elemento fundamental da comunicação e deve ser preservada.


Álvaro Bufarah

Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.

(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.

EBC lança edital de credenciamento para produtoras audiovisuais

EBC lança edital de credenciamento para produtoras audiovisuais
Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A EBC publicou em 31/10 o Edital de Credenciamento para habilitação de produtoras audiovisuais para a produção de conteúdos nos formatos de série documental, série em animação, programa de entrevista, programa de reportagem especial e programa em estúdio.

As empresas poderão concorrer para a produção de um ou mais formatos e, estando habilitadas, passarão a fazer parte de um banco de fornecedores e serão sorteadas à medida que a EBC seja demandada via seus contratos de prestação de serviço com o Poder Executivo.

A finalidade é atender à produção de conteúdos para compor a grade de programação de Canal Gov, Canal Educação e solicitações de outros órgãos da administração federal. Acesse o edital aqui.

Mega Brasil Benchmarking será na próxima quarta-feira (13/11), na ESPM-SP

Mega Brasil Benchmarking será na próxima quarta-feira (13/11), na ESPM-SP
Crédito: Mega Brasil

Será no próximo dia 13 de novembro a edição 2024 do Seminário Mega Brasil Benchmarking, marcado para o período da manhã, das 9h às 13h, no Auditório Renato Castello Branco da ESPM em São Paulo. O evento debaterá A Comunicação, as Marcas e os Influenciadores, em dois painéis, mais uma palestra de fechamento.

O primeiro reunirá Gisele Freitas, gerente de Marketing da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras); Cauã Taborda, head de Comunicações América Latina e Canadá do YouTube; e Diego Santélices, head de Comunicação e Mídia do Grupo Petrópolis.

O segundo contará com a participação de Michele Dovoezem, global social media manager na Hotmart; Marina Zveibil, gerente sênior de RP para a área de Dispositivos e Serviços da Amazon para as Américas; e Juliana Isidoro, especialista sênior de press relations na TIM.

Fechando o Seminário, Giulia Inhaquite, head do Influency.me, vai falar sobre Marketing de Influência de Alta Performance

Informações e inscrições aqui.

Claudia Collucci é a +Admirada Jornalista da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar 2024

Claudia Collucci é a +Admirada Jornalista da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar 2024
Claudia Collucci

Foram homenageados na noite dessa segunda-feira (4/11) os jornalistas e veículos vencedores do Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar 2024, iniciativa promovida pelo Hospital Israelita Albert Einstein com o apoio do Jornalistas&Cia. Claudia Collucci, da Folha de S.Paulo, foi eleita a +Admirada Jornalista de Saúde, Ciência e Bem-Estar 2024.

É a segunda vez que ela leva o título, pois foi eleita a +Admirada Jornalista do setor em 2022. E tanto no ano passado como em 2021 ficou em segundo lugar nos TOP 5 +Admirados Jornalistas.

“Cada vez que eu subo neste palco é como uma renovação de propósito”, declarou Collucci. “Porque me remete aos anos 1980, quando consegui meu primeiro emprego no jornalismo, justamente na cobertura da saúde pública. Era uma época pré-SUS e eu de madrugada entrevistava as pessoas que tinham dormido na fila à espera de uma senha para marcar consulta. Sou muito feliz de ao longo da minha trajetória ter feito tantas coberturas, traduzindo estudos científicos para o público leigo, denunciando mazelas desse sistema, ou trazendo soluções e boas práticas de saúde. Esse trabalho nosso é muito importante, e precisamos saber disso todos os dias. E é também muito importante que sejamos reconhecidos”.

Em segundo lugar entre os TOP 5 +Admirados Jornalistas ficou Luiza Caires, do Jornal da USP, que também foi eleita a +Admirada Jornalista da Região Sudeste e, pela segunda vez seguida, a +Admirada Jornalista Especializada em Ciência. Completam os TOP 5, pela ordem, Érica Montenegro, do Metrópoles, que já esteve entre os TOP 25 em edições anteriores; André Biernath, da BBC News, eleito o +Admirado Jornalista de 2021; e Chloé Pinheiro, de Veja Saúde/Ciência Suja, também já conhecida da premiação.

O prêmio de +Admirado Colunista foi novamente para a estante de Drauzio Varella, que recebeu o troféu nas últimas duas edições, em 2023 e 2022. Os vencedores regionais foram Paula Laboissiére (Centro-Oeste), Cinthya Leite (Nordeste), Kátia Brasil (Norte), Luiza Caires (Sudeste) e Angélica Weize (Sul).

A cerimônia revelou ainda os veículos vencedores das sete categorias temáticas: Folha de S.Paulo (Jornais e Revistas), DrauzioCast (Áudio), Agência Brasil (Agência de Notícias), Fantástico/TVGlobo (Programa de TV), VivaBem (Site/Portal), Jornal da USP (Veículo Especializado em Ciência) e Veja Saúde (Veículo Especializado em Saúde).

Jornalistas&Cia vai lançar na próxima quinta-feira (7/11) uma edição especial sobre a cerimônia e os vencedores do prêmio, com uma lista completa de todos os ganhadores. Assista à cerimônia completa no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube.

Mariana Grilli assina a newsletter UOL Agro

Mariana Grilli assina a newsletter UOL Agro
Crédito: Reprodução/Linkedin

O UOL lançou em 25/10 a newsletter UOL Agro, que vai ao ar às sextas-feiras pela manhã, focada em notícias sobre o Agronegócio. Trará notícias e análises exclusivas sobre safras, movimentações de preços, estratégias empresariais, medidas de governo, inovações tecnológicas e novidades que interessam a quem deseja acompanhar de perto este ecossistema.

O projeto é assinado por Mariana Grilli, contratada em agosto como colunista, com passagens pelas redações de Exame, Globo Rural e Jovem Pan, e pelas assessorias da Cargill e Bayer.

Clique aqui para receber o UOL Agro gratuitamente via e-mail.

Grupo Cultivar lança revista semanal

Grupo Cultivar lança revista semanal
Crédito: Reprodução/Revista Cultivar Semanal

O Grupo Cultivar Publicações lançou a revista eletrônica Cultivar Semanal, publicação que vai ao ar aos sábados pela manhã, trazendo artigos técnicos e notícias sobre o agronegócio. O editor Schubert Peter destaca que a publicação foi pensada para leitura em celulares e fácil compartilhamento.

Também atuam na redação Rocheli Wachholz, Miriam Portugal e Nathianni Gomes. No setor comercial, estão o coordenador Charles Echer, além de Sedeli Feijó, José Geraldo Caetano e Franciele Ávila. Esta é a quarta revista do Grupo Cultivar, que publica ainda os títulos Cultivar Grandes Culturas, Cultivar Hortaliças e Frutas e Cultivar Máquinas.

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: Licenciosidade na cultura popular (LXXXIV)

Por Assis Ângelo

Em 1975, o escritor inglês James Clavell lançou ao mundo Shogun. Tem muitos personagens, destaque para Mariko e Anjin-san.

Anjin-san é personagem nascido de pai inglês e mãe holandesa. Fala várias línguas, incluindo português e latim. É um lobo do mar que por acaso cai nas mãos de japoneses. Sua inteligência desperta a atenção de poderosos e logo uma mulher, Mariko, é designada para ser sua intérprete perante Toranaga. Esse é o rei do pedaço, invejado por muitos e com todo poder possível nas mãos. Há movimentos para derrubá-lo.

A personalidade de Mariko é fortíssima. Chega a enfrentar samurais em campo aberto e em ambientes fechados. Ali pelo final da trama Mariko morre.

 

Além dos literatos portugueses aqui já citados, acrescento ainda Fernando Pessoa (1888-1935), Antero de Quental (1842-1891), Mário de Sá Carneiro (1890-1916), José Régio (1901-1969) e Florbela Espanca (1894-1930).

Pessoa, que criou dezenas e dezenas de heterônimos, tornou-se clássico pela obra publicada. Escreveu muito sobre muitas coisas. De amor e sexo, por exemplo:

 

O amor é essencial;

O sexo é só um acidente.

Pode ser igual

Ou diferente.

 

Através de um de seus mais famosos heterônimos, Álvaro de Campos, Pessoa escreveu Ode Marítima. Um trecho:

 

…Ah, torturai-me para me curardes!

Minha carne − fazei dela o ar que os vossos cutelos atravessam

Antes de caírem sobre as cabeças e os ombros!

Minhas veias sejam os fatos que as facas trespassam!

Minha imaginação o corpo das mulheres que violais!

Minha inteligência o convés onde estais de pé matando!

Minha vida toda, no seu conjunto nervoso, histérico, absurdo,

O grande organismo de que cada acto de pirataria que se cometeu

Fosse uma célula consciente − e todo eu turbilhonasse

Como uma imensa podridão ondeando, e fosse aquilo tudo!…

 

José Régio

Pessoa morreu de morte natural, ao contrário de Quental e Carneiro, que se suicidaram.

José Régio, negro de grande inspiração poética, marcou época em sua terra e em boa parte da Europa. Dele é o poema Monólogo a Dois:

 

Sábia talvez inconsciente,

Doseando com volúpia, uma ancestral sofreguidão,

Ali onde o desejo mais me dói, mais exigente,

Me acaricia a tua mão.

De olhos fechados me abandono, ouvindo

Meu coração pulsar, meu sangue discorrer,

E sob a tua mão, na asa do sonho, eis-me subindo

Àquele auge em que todo, em alma e corpo, vou morrer…

 

Régio, além de poemas, escreveu contos situados no campo do sagrado e do profano. Exemplos são os livros Sorriso Triste e O Vestido Cor de Fogo.

Em 2020, Samara Mariana Cândida da Silva desenvolveu dissertação de mestrado sobre a a obra dele, apresentada à Universidade Federal de Goiás. Lá pras tantas, destaca:

 

A sutileza erótica presente nos contos de José Régio permite refletir acerca do paradoxo que engloba corpo, carne, amor e reprodução. Um matrimônio segurado somente pelos filhos e pela convenção social de que devemos construir uma família não é capaz de completar a existência do ser humano, assim como também não lhe permite preencher tal vazio que o acompanha.

A plenitude divina não se dá somente pelas orações e templos religiosos, mas acontece no encontrar-se, no compreender-se, no desvendar do significado do corpo que está para além do físico, que se configura no metafísico, que permite ser morada do sagrado e que contemple o desejo erótico sem necessariamente estar cometendo um pecado que lhe acarrete em uma condenação eterna.

 

E Florbela Espanca, hein?

Florbela Espanca

Ela era altamente depressiva. Sua boca parece que não fora feita pra sorrir. Estava sempre fechada. Mesmo triste, escorregando pelos cantos da parede, Florbela escrevia sobre o amor o tempo todo sem, porém, se cansar. Um dos seus poemas, Fanatismo, foi musicado pelo cantor e compositor cearense Raimundo Fagner, em 1981. Fez sucesso.

Dessa autora, que se findou por iniciativa própria em 1930, é o poema Nervos d’Oiro:

 

Meus nervos, guizos de oiro a tilintar

Cantam-me n’alma a estranha sinfonia

Da volúpia, da mágoa e da alegria,

Que me faz rir e que me faz chorar!

Em meu corpo fremente, sem cessar,

Agito os guizos de oiro da folia!

A Quimera, a Loucura, a Fantasia,

Num rubro turbilhão sinto-As passar!

O coração, numa imperial oferta,

Ergo-o ao alto! E, sobre a minha mão,

É uma rosa de púrpura, entreaberta!

E em mim, dentro de mim, vibram dispersos,

Meus nervos de oiro, esplêndidos, que são

Toda a Arte suprema dos meus versos!


Foto e Ilustrações de Flor Maria e Anna da Hora

 

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