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100 anos de rádio no Brasil: IA transforma a produção sonora e abre novas possibilidades para a indústria do áudio

Por Álvaro Bufarah (*)

A inteligência artificial está redefinindo os limites da criatividade e da produtividade na indústria do áudio. Uma das empresas que mais se destaca nessa área é a Wondercraft, que, com o lançamento do Modo Diretor, coloca nas mãos dos criadores uma ferramenta poderosa para moldar e personalizar vozes sintetizadas com um nível de realismo nunca antes visto.

A ferramenta é uma funcionalidade inovadora da plataforma que permite aos usuários dar instruções precisas e detalhadas às vozes de IA, transformando-as em verdadeiras atrizes virtuais. Através de uma interface intuitiva, é possível controlar diversos aspectos da performance vocal, como:

  • Emoções: Alegria, tristeza, raiva, surpresa, medo e diversas outras nuances emocionais podem ser expressas com naturalidade pelas vozes sintetizadas.
  • Sotaques: A plataforma oferece uma ampla variedade de sotaques, permitindo que os criadores adaptem as vozes a diferentes públicos e contextos.
  • Tons: É possível ajustar o tom de voz para criar diferentes atmosferas, desde uma narração suave e relaxante até um discurso enérgico e motivacional.
  • Ritmo e entonação: A velocidade da fala, a altura e a intensidade da voz podem ser controladas com precisão, permitindo criar performances mais dinâmicas e envolventes.

A integração da inteligência artificial na produção de áudio oferece uma série de vantagens, como:

  • Aumento da produtividade: A automação de tarefas e a geração rápida de conteúdo permitem que os criadores se concentrem em tarefas mais estratégicas.
  • Redução de custos: A eliminação da necessidade de contratar atores de voz e estúdios de gravação reduz significativamente os custos de produção.
  • Maior flexibilidade: A possibilidade de criar e personalizar vozes sob demanda permite adaptar o conteúdo a diferentes formatos e plataformas.
  • Qualidade profissional: As vozes sintetizadas pela Wondercraft apresentam um nível de qualidade que se aproxima cada vez mais das vozes humanas, garantindo resultados profissionais.

As possibilidades de aplicação do Modo Diretor são vastas e abrangem diversos setores, como:

  • Publicidade: Criação de anúncios personalizados com vozes que se conectam emocionalmente com o público-alvo.
  • Podcasts: Produção de podcasts com diferentes estilos de narração e convidados virtuais.
  • Audiobooks: Transformação de textos em audiobooks com vozes expressivas e envolventes.
  • Videogames: Criação de personagens com vozes autênticas e memoráveis.
  • Assistentes virtuais: Desenvolvimento de assistentes virtuais com vozes personalizadas e capazes de realizar diversas tarefas.

O contraponto

A voz humana tem um poder único de transmitir emoções, nuances e autenticidade de forma instantânea. É através dela que estabelecemos conexões profundas com os outros, construímos confiança e criamos empatia. A voz de um apresentador de rádio, por exemplo, não é apenas um som, mas uma assinatura, uma marca pessoal que nos acompanha e nos conecta com o conteúdo transmitido.

A utilização de vozes sintetizadas pela IA, por mais sofisticadas que sejam, pode comprometer essa conexão única entre o ouvinte e o comunicador. Algumas das desvantagens dessa tecnologia incluem:

  • Falta de autenticidade: As vozes geradas por IA, por mais realistas que pareçam, podem soar artificiais e distantes. A ausência de microvariações na entonação e no ritmo, características típicas da voz humana, pode gerar uma sensação de desconexão.
  • Dificuldade em transmitir emoções complexas: Embora a IA possa simular uma ampla gama de emoções, ela ainda tem dificuldade em transmitir nuances mais complexas e sutis, como ironia, sarcasmo e ambiguidade.
  • Perda da espontaneidade: A programação prévia das falas e das reações da IA limita a espontaneidade e a capacidade de adaptação a situações inesperadas, características essenciais em uma comunicação eficaz.
  • Risco de despersonalização: A padronização das vozes pode levar à despersonalização da comunicação, tornando-a mais fria e menos envolvente.

A comunicação é um processo dinâmico e complexo que envolve a troca de informações, a construção de significados e a criação de relações sociais. A voz humana, com suas imperfeições e nuances, desempenha um papel fundamental nesse processo. Ao substituir a voz humana pela voz sintetizada, corremos o risco de simplificar a comunicação e perder a riqueza de detalhes que a torna única.

Não se trata de demonizar a inteligência artificial, mas sim de reconhecer suas limitações e utilizá-la de forma complementar à voz humana. A IA pode ser uma ferramenta poderosa para automatizar tarefas, aumentar a eficiência e criar possibilidades de comunicação. No entanto, é fundamental que a voz humana continue a ocupar um lugar central na produção de conteúdo de áudio, garantindo que a comunicação continue sendo uma experiência humana e autêntica.

Em resumo, a utilização da IA na produção de áudio pode trazer benefícios significativos, mas é preciso ter cautela para evitar que a tecnologia substitua a humanidade. A voz humana, com sua capacidade de conectar, emocionar e inspirar, continua sendo um elemento fundamental da comunicação e deve ser preservada.


Álvaro Bufarah

Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.

(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.

EBC lança edital de credenciamento para produtoras audiovisuais

EBC lança edital de credenciamento para produtoras audiovisuais
Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A EBC publicou em 31/10 o Edital de Credenciamento para habilitação de produtoras audiovisuais para a produção de conteúdos nos formatos de série documental, série em animação, programa de entrevista, programa de reportagem especial e programa em estúdio.

As empresas poderão concorrer para a produção de um ou mais formatos e, estando habilitadas, passarão a fazer parte de um banco de fornecedores e serão sorteadas à medida que a EBC seja demandada via seus contratos de prestação de serviço com o Poder Executivo.

A finalidade é atender à produção de conteúdos para compor a grade de programação de Canal Gov, Canal Educação e solicitações de outros órgãos da administração federal. Acesse o edital aqui.

Mega Brasil Benchmarking será na próxima quarta-feira (13/11), na ESPM-SP

Mega Brasil Benchmarking será na próxima quarta-feira (13/11), na ESPM-SP
Crédito: Mega Brasil

Será no próximo dia 13 de novembro a edição 2024 do Seminário Mega Brasil Benchmarking, marcado para o período da manhã, das 9h às 13h, no Auditório Renato Castello Branco da ESPM em São Paulo. O evento debaterá A Comunicação, as Marcas e os Influenciadores, em dois painéis, mais uma palestra de fechamento.

O primeiro reunirá Gisele Freitas, gerente de Marketing da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras); Cauã Taborda, head de Comunicações América Latina e Canadá do YouTube; e Diego Santélices, head de Comunicação e Mídia do Grupo Petrópolis.

O segundo contará com a participação de Michele Dovoezem, global social media manager na Hotmart; Marina Zveibil, gerente sênior de RP para a área de Dispositivos e Serviços da Amazon para as Américas; e Juliana Isidoro, especialista sênior de press relations na TIM.

Fechando o Seminário, Giulia Inhaquite, head do Influency.me, vai falar sobre Marketing de Influência de Alta Performance

Informações e inscrições aqui.

Claudia Collucci é a +Admirada Jornalista da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar 2024

Claudia Collucci é a +Admirada Jornalista da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar 2024
Claudia Collucci

Foram homenageados na noite dessa segunda-feira (4/11) os jornalistas e veículos vencedores do Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar 2024, iniciativa promovida pelo Hospital Israelita Albert Einstein com o apoio do Jornalistas&Cia. Claudia Collucci, da Folha de S.Paulo, foi eleita a +Admirada Jornalista de Saúde, Ciência e Bem-Estar 2024.

É a segunda vez que ela leva o título, pois foi eleita a +Admirada Jornalista do setor em 2022. E tanto no ano passado como em 2021 ficou em segundo lugar nos TOP 5 +Admirados Jornalistas.

“Cada vez que eu subo neste palco é como uma renovação de propósito”, declarou Collucci. “Porque me remete aos anos 1980, quando consegui meu primeiro emprego no jornalismo, justamente na cobertura da saúde pública. Era uma época pré-SUS e eu de madrugada entrevistava as pessoas que tinham dormido na fila à espera de uma senha para marcar consulta. Sou muito feliz de ao longo da minha trajetória ter feito tantas coberturas, traduzindo estudos científicos para o público leigo, denunciando mazelas desse sistema, ou trazendo soluções e boas práticas de saúde. Esse trabalho nosso é muito importante, e precisamos saber disso todos os dias. E é também muito importante que sejamos reconhecidos”.

Em segundo lugar entre os TOP 5 +Admirados Jornalistas ficou Luiza Caires, do Jornal da USP, que também foi eleita a +Admirada Jornalista da Região Sudeste e, pela segunda vez seguida, a +Admirada Jornalista Especializada em Ciência. Completam os TOP 5, pela ordem, Érica Montenegro, do Metrópoles, que já esteve entre os TOP 25 em edições anteriores; André Biernath, da BBC News, eleito o +Admirado Jornalista de 2021; e Chloé Pinheiro, de Veja Saúde/Ciência Suja, também já conhecida da premiação.

O prêmio de +Admirado Colunista foi novamente para a estante de Drauzio Varella, que recebeu o troféu nas últimas duas edições, em 2023 e 2022. Os vencedores regionais foram Paula Laboissiére (Centro-Oeste), Cinthya Leite (Nordeste), Kátia Brasil (Norte), Luiza Caires (Sudeste) e Angélica Weize (Sul).

A cerimônia revelou ainda os veículos vencedores das sete categorias temáticas: Folha de S.Paulo (Jornais e Revistas), DrauzioCast (Áudio), Agência Brasil (Agência de Notícias), Fantástico/TVGlobo (Programa de TV), VivaBem (Site/Portal), Jornal da USP (Veículo Especializado em Ciência) e Veja Saúde (Veículo Especializado em Saúde).

Jornalistas&Cia vai lançar na próxima quinta-feira (7/11) uma edição especial sobre a cerimônia e os vencedores do prêmio, com uma lista completa de todos os ganhadores. Assista à cerimônia completa no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube.

Mariana Grilli assina a newsletter UOL Agro

Mariana Grilli assina a newsletter UOL Agro
Crédito: Reprodução/Linkedin

O UOL lançou em 25/10 a newsletter UOL Agro, que vai ao ar às sextas-feiras pela manhã, focada em notícias sobre o Agronegócio. Trará notícias e análises exclusivas sobre safras, movimentações de preços, estratégias empresariais, medidas de governo, inovações tecnológicas e novidades que interessam a quem deseja acompanhar de perto este ecossistema.

O projeto é assinado por Mariana Grilli, contratada em agosto como colunista, com passagens pelas redações de Exame, Globo Rural e Jovem Pan, e pelas assessorias da Cargill e Bayer.

Clique aqui para receber o UOL Agro gratuitamente via e-mail.

Grupo Cultivar lança revista semanal

Grupo Cultivar lança revista semanal
Crédito: Reprodução/Revista Cultivar Semanal

O Grupo Cultivar Publicações lançou a revista eletrônica Cultivar Semanal, publicação que vai ao ar aos sábados pela manhã, trazendo artigos técnicos e notícias sobre o agronegócio. O editor Schubert Peter destaca que a publicação foi pensada para leitura em celulares e fácil compartilhamento.

Também atuam na redação Rocheli Wachholz, Miriam Portugal e Nathianni Gomes. No setor comercial, estão o coordenador Charles Echer, além de Sedeli Feijó, José Geraldo Caetano e Franciele Ávila. Esta é a quarta revista do Grupo Cultivar, que publica ainda os títulos Cultivar Grandes Culturas, Cultivar Hortaliças e Frutas e Cultivar Máquinas.

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: Licenciosidade na cultura popular (LXXXIV)

Por Assis Ângelo

Em 1975, o escritor inglês James Clavell lançou ao mundo Shogun. Tem muitos personagens, destaque para Mariko e Anjin-san.

Anjin-san é personagem nascido de pai inglês e mãe holandesa. Fala várias línguas, incluindo português e latim. É um lobo do mar que por acaso cai nas mãos de japoneses. Sua inteligência desperta a atenção de poderosos e logo uma mulher, Mariko, é designada para ser sua intérprete perante Toranaga. Esse é o rei do pedaço, invejado por muitos e com todo poder possível nas mãos. Há movimentos para derrubá-lo.

A personalidade de Mariko é fortíssima. Chega a enfrentar samurais em campo aberto e em ambientes fechados. Ali pelo final da trama Mariko morre.

 

Além dos literatos portugueses aqui já citados, acrescento ainda Fernando Pessoa (1888-1935), Antero de Quental (1842-1891), Mário de Sá Carneiro (1890-1916), José Régio (1901-1969) e Florbela Espanca (1894-1930).

Pessoa, que criou dezenas e dezenas de heterônimos, tornou-se clássico pela obra publicada. Escreveu muito sobre muitas coisas. De amor e sexo, por exemplo:

 

O amor é essencial;

O sexo é só um acidente.

Pode ser igual

Ou diferente.

 

Através de um de seus mais famosos heterônimos, Álvaro de Campos, Pessoa escreveu Ode Marítima. Um trecho:

 

…Ah, torturai-me para me curardes!

Minha carne − fazei dela o ar que os vossos cutelos atravessam

Antes de caírem sobre as cabeças e os ombros!

Minhas veias sejam os fatos que as facas trespassam!

Minha imaginação o corpo das mulheres que violais!

Minha inteligência o convés onde estais de pé matando!

Minha vida toda, no seu conjunto nervoso, histérico, absurdo,

O grande organismo de que cada acto de pirataria que se cometeu

Fosse uma célula consciente − e todo eu turbilhonasse

Como uma imensa podridão ondeando, e fosse aquilo tudo!…

 

José Régio

Pessoa morreu de morte natural, ao contrário de Quental e Carneiro, que se suicidaram.

José Régio, negro de grande inspiração poética, marcou época em sua terra e em boa parte da Europa. Dele é o poema Monólogo a Dois:

 

Sábia talvez inconsciente,

Doseando com volúpia, uma ancestral sofreguidão,

Ali onde o desejo mais me dói, mais exigente,

Me acaricia a tua mão.

De olhos fechados me abandono, ouvindo

Meu coração pulsar, meu sangue discorrer,

E sob a tua mão, na asa do sonho, eis-me subindo

Àquele auge em que todo, em alma e corpo, vou morrer…

 

Régio, além de poemas, escreveu contos situados no campo do sagrado e do profano. Exemplos são os livros Sorriso Triste e O Vestido Cor de Fogo.

Em 2020, Samara Mariana Cândida da Silva desenvolveu dissertação de mestrado sobre a a obra dele, apresentada à Universidade Federal de Goiás. Lá pras tantas, destaca:

 

A sutileza erótica presente nos contos de José Régio permite refletir acerca do paradoxo que engloba corpo, carne, amor e reprodução. Um matrimônio segurado somente pelos filhos e pela convenção social de que devemos construir uma família não é capaz de completar a existência do ser humano, assim como também não lhe permite preencher tal vazio que o acompanha.

A plenitude divina não se dá somente pelas orações e templos religiosos, mas acontece no encontrar-se, no compreender-se, no desvendar do significado do corpo que está para além do físico, que se configura no metafísico, que permite ser morada do sagrado e que contemple o desejo erótico sem necessariamente estar cometendo um pecado que lhe acarrete em uma condenação eterna.

 

E Florbela Espanca, hein?

Florbela Espanca

Ela era altamente depressiva. Sua boca parece que não fora feita pra sorrir. Estava sempre fechada. Mesmo triste, escorregando pelos cantos da parede, Florbela escrevia sobre o amor o tempo todo sem, porém, se cansar. Um dos seus poemas, Fanatismo, foi musicado pelo cantor e compositor cearense Raimundo Fagner, em 1981. Fez sucesso.

Dessa autora, que se findou por iniciativa própria em 1930, é o poema Nervos d’Oiro:

 

Meus nervos, guizos de oiro a tilintar

Cantam-me n’alma a estranha sinfonia

Da volúpia, da mágoa e da alegria,

Que me faz rir e que me faz chorar!

Em meu corpo fremente, sem cessar,

Agito os guizos de oiro da folia!

A Quimera, a Loucura, a Fantasia,

Num rubro turbilhão sinto-As passar!

O coração, numa imperial oferta,

Ergo-o ao alto! E, sobre a minha mão,

É uma rosa de púrpura, entreaberta!

E em mim, dentro de mim, vibram dispersos,

Meus nervos de oiro, esplêndidos, que são

Toda a Arte suprema dos meus versos!


Foto e Ilustrações de Flor Maria e Anna da Hora

 

Morreu Evandro Teixeira, “o codinome da mais aguda percepção”

Evandro Teixeira (Crédito: Marcello Cavalcanti)
Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro

O repórter fotográfico Evandro Teixeira morreu nessa segunda-feira (4/11), aos 88 anos, no Rio. Ele estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, na Zona Sul, por uma pneumonia, e teve falência múltipla de órgãos. Evandro deixa duas filhas, Carina Almeida e Adryana, da agência Textual. O velório, nesta terça-feira (5/11), vai até as 12h, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro (Palácio Pedro Ernesto, Praça Floriano, s/nº, Cinelândia).

Nascido no interior da Bahia, filho de fazendeiro, mudou-se para a cidade de Jequié, para continuar os estudos. Trabalhou no jornal local e com o salário comprou sua primeira câmera. Transferiu-se para a cidade de Ipiaú, onde aprendeu fotografia com Teotônio Rocha, primo de Glauber Rocha. Com o trabalho no jornal local, comprou sua segunda câmera, uma Polaroid.

Aos 19 anos, foi para Salvador e lá fez um curso de fotografia por correspondência com José Medeiros e trabalhou como estagiário no jornal Diário de Notícias. Já no Rio de Janeiro, depois de estágio no Diário da Noite, começou em 1963 no Jornal do Brasil. Lá esteve por 47 anos, até 2010, quando a edição impressa do jornal deixou de circular.

Evandro Teixeira (Crédito: Marcello Cavalcanti)

Em 1964, quando ocorreu o golpe militar, Evandro conseguiu entrar no Forte de Copacabana e registrou a chegada do general Castello Branco. A foto, publicada na primeira página do JB, foi um marco na história política do País.

Em 1968, cobriu manifestações do movimento estudantil no Rio de Janeiro e a repressão. Imagens icônicas dessa época são do confronto de estudantes e policiais a cavalo no Centro do Rio e a chamada Passeata dos Cem Mil. Para seu livro 1968 Destinos 2008. Passeata dos Cem Mil, montou uma equipe que entrevistou remanescentes da passeata e ouviu suas opiniões sobre a participação.

Passeata dos cem mil (Acervo IMS)

Seus registros de eventos marcantes da história brasileira e mundial incluem o golpe militar que derrubou Salvador Allende no Chile, em 1973, e a comoção popular com a morte do poeta Pablo Neruda. Por diversas vezes, visitou o cenário da Guerra de Canudos, no sertão da Bahia, e suas imagens resultaram no livro Canudos: 100 anos.

As fotos de Evandro integram acervos de museus em Zurique, na Suíça, e na Colômbia; o Masp, em São Paulo, do MAM e do MAR, ambos no Rio. Seu livro Fotojornalismo está na biblioteca do Centro de Artes George Pompidou, em Paris. Seu currículo está na Enciclopédia Suíça de Fotografia, que reúne os maiores fotógrafos do mundo. Entre os prêmios recebidos, estão os da UnescoNikon e da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Uma homenagem que o emocionou foi o poema de Carlos Drummond de Andrade Diante das fotos de Evandro Teixeira.

Morre Antônio Augusto Amaral de Carvalho, fundador da Jovem Pan, aos 93 anos

Morre Antônio Augusto Amaral de Carvalho, fundador da Jovem Pan, aos 93 anos
Crédito: Jovem Pan

Morreu nesta segunda-feira (4/11) o empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o Seu Tuta, fundador da Jovem Pan, aos 93 anos. Ele estava internado no hospital Sírio Libanês com a saúde muito debilitada. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela própria Jovem Pan.

Tuta iniciou a carreira no jornalismo no final da década de 1940, na Rádio Panamericana, atuando como secretário de seu irmão, Paulo Machado de Carvalho Filho. Em 1952, aos 21 anos, assumiu a direção-geral da Panamericana. Na década de 1960, criou festivais na Record TV que marcaram época e contribuíram para a explosão de movimentos como Tropicália e Jovem Guarda. Formatou programas como a Família Trapo, que tinha no elenco nomes como Jô Soares, Hebe Camargo e Ronald Golias.

Foi o grande responsável pela transformação da antiga Rádio Panamericana em Jovem Pan. A partir de 1966, Seu Tuta revolucionou a programação da rádio, introduzindo um sistema de jornalismo 24 horas por dia, investindo em prestação de serviços e informação. Sob sua liderança, surgiram programas como Equipe Sete e Trinta, Jornal de Integração Nacional e Jornal da Manhã.

Em 1976, Seu Tuta inaugurou a Jovem Pan 2 FM e a TV Jovem Pan UHF 16. Em 1993, iniciou o Projeto Jovem Pan SAT, levando a programação da emissora para o nível nacional e internacional, com cobertura jornalística abrangente e transmissão via satélite. Em 1997, a Jovem Pan entrou na era digital com o lançamento de seu site. Segundo a própria emissora, Tuta foi ainda o primeiro empresário da comunicação a apostar na transmissão em streaming pela internet, quando idealizou a Jovem Pan Online.

Sempre valorizava o trabalho em equipe, afirmando constantemente que “ninguém faz sucesso sozinho”. A frase virou o título de sua biografia, que venceu o Grande Prêmio da Crítica da APCA. Ao longo da carreira, Tuta recebeu diversos outros prêmios e homenagens devido ao seu legado na comunicação, como 10 Troféus Roquete Pinto, 3 Troféus Governador do Estado e 2 Troféus TV Tupi.

CNBC Brasil define data de estreia para 17 de novembro

Crédito: Divulgação/CNBC Brasil

A CNBC Brasil, novo canal focado em jornalismo de negócios, definiu sua estreia para 17/11, domingo, a partir das 19h nos canais digitais e às 20h na televisão. O anúncio foi feito na última sexta-feira (1º/11), em evento de lançamento no Hotel Grand Hyatt São Paulo, que contou com mais de mil convidados.

O evento reuniu o elenco de apresentadores e executivos do novo canal, além de empresários e autoridades de diferentes esferas. A data de 17/11 foi escolhida como estreia para possibilitar que a programação foque na cobertura da 19ª Reunião de Cúpula do G20, que começa no dia 18/11.

Foram reveladas informações sobre a programação da nova emissora. No começo da manhã, às 7h, vai ao ar o programa Agora, com Rafael Ihara, que vai mostrar o fechamento das Bolsas asiáticas e como está o mercado europeu. Na sequência, às 9h30, vem o Real Time CNBC, comandado por Marcelo Torres, que vai acompanhar a abertura do mercado brasileiro e outros assuntos do cotidiano.

No período da tarde, às 13h, vai ao ar o Money Times, com Natália Ariede e Renan de Souza, este último que entrará ao vivo diretamente de Abu Dhabi. Depois, às 16h, Fabio Turci comanda o Radar CNBC, que focará nos bastidores do poder e suas conexões com o mundo dos negócios.

A programação noturna do canal começa com o Times CNBC, apresentado por Christiane Pelajo, que trará informação, análises e notícias ao vivo de diversas partes do Brasil e do mundo. Na sequência vem o Conexão CNBC, comandado por Marcelo Tavares, que trará uma seleção de conteúdos produzidos nas redações da CNBC ao redor do mundo.

Nos finais de semana, o canal terá programas voltados ao lazer, bem-estar e lifestyle. Zeca Camargo comanda o Passaporte CNBC, programa focado em viagens. E também vai ao ar o Planeta CNBC, com Carol Barcellos, que apresentará experiências inspiradoras aos telespectadores.

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