A Record TV realizou nessa semana mais cortes em sua redação em São Paulo. Deixam a emissora o apresentador André Azeredo e a repórter Thatiana Brasil. Desde o final de novembro, a Record tem feito demissões em diversos setores da empresa, incluindo o de Jornalismo. As informações são de Ana Cora Lima, do F5 (Folha de S.Paulo).
André Azeredo, ex-Globo e RBS, foi contratado em 2019. Apresentou o Fala Brasil e ultimamente comandava o Balanço Geral aos sábados. Trabalhou também no setor de reportagem, cobrindo diversos acontecimentos internacionais, incluindo recentes conflitos no Oriente Médio.
Thatiana Brasil tinha 16 anos de casa. Começou na redação da Record no Rio de Janeiro e, após breve passagem pela Globo, mudou-se para a sede da Record em São Paulo, em 2008. Trabalhou nos telejornais Câmera Record e Repórter Record. Ultimamente, produzia reportagens para o Domingo Espetacular.
Além de Azeredo e Brasil, dois produtores do Jornal da Record também foram demitidos.
Vale lembrar que, na semana passada, a Record demitiu sete profissionais do setor de Jornalismo, entre eles nomes veteranos que estavam há mais de 15 anos na casa. Outros cortes já haviam sido feitos no final de novembro. Na ocasião, o Portal dos Jornalistas entrou em contato com a emissora, que falou sobre “demissões pontuais”.
A população de Belém acordou assustada em 11/12, quando tomou conhecimento de que o governador do Estado, Hélder Barbalho (MDB) tinha mandado para análise e votação na Assembleia Legislativa de um projeto de reforma administrativa no Estado. Um dos pontos do projeto era a extinção da Fundação Paraense de Radiodifusão – Funtelpa, que congrega rádio FM, televisão e portal de internet, chamados Cultura.
Pelo projeto, a Fundação seria extinta e absorvida pela Secretaria de Comunicação. Na prática, o projeto subordinava os recursos humanos e o aparato técnico da Fundação ao interesse da assessoria de imprensa e do marketing governamental, acabando assim com a autonomia que sempre foi uma característica marcante da Fundação.
O anúncio recebeu diversas críticas e repúdios diante de tamanho desmonte. Por causa da repercussão negativa, o Governo do Pará anunciou a retirada temporária do projeto e justificou o recolhimento do texto, afirmando que ajustes serão feitos antes de um novo envio. Depois do susto inicial, servidores da Funtelpa, com apoio do Sindicato dos Jornalistas do Pará, além da população, começaram uma série de reuniões e manifestações contra a medida do governador. Quem quiser ajudar, dar uma força aos coleguinhas das emissoras Cultura no Pará, há um abaixo-assinado contra esse absurdo.
Maira Pinheiro, gerente sênior de Comunicação Corporativa, Reputação e DE&I, despediu-se em novembro da Alpargatas, após 5 anos de casa. Antes, esteve em Triunfo Participações, Grupo Confidence e Máquina CW.
Em seu Linkedin, Maira Maira despediu-se e agradeceu pelo período na empresa: “Foram anos intensamente vividos na Alpargatas. Momentos icônicos, bem a cara da marca Havaianas que tanto me representa. Conheci pessoas incríveis e competentes, líderes que me desafiaram e me fizeram crescer de forma acelerada. […] Foi uma caminhada inspiradora, leve, colorida e cheia de realizações, pegadas que ficarão pra sempre na minha jornada. Chegou a hora de voar, sempre com a Alpa no coração e Havaianas nos pés!”.
Mulheres também têm sido personagens de muitos contos e romances de ficção científica mundo afora, nas mais diversas línguas.
No primeiro livro de contos do russo naturalizado norte-americano Isaac Asimov, (1920-1992), Eu, Robô (1950), aparece uma personagem identificada como psicóloga roboticista. Seu nome: Susan Calvin.
Isaac Asimov
Susan é alguém que desfruta de prestígio e respeito numa empresa fabricante de máquinas robóticas. Nada vai adiante sem a sua aprovação. E aí é que vem a coisa.
Um dia, um jornalista bate à porta de seu escritório pedindo entrevista. Ela anda ali pela casa dos oitenta, carregando consigo histórias tantas. É simpaticíssima. No campo sexual, porém, parece ser completamente inexperiente. Ingênua até, embora um dia tenha se apaixonado por um cientista conceituado. Coisa do tipo platônico.
Ao jornalista a personagem abre o coração e diz o que a mente manda.
O livro contém nove contos. Um deles surpreende quando o personagem, um robô, convence a psicóloga dizendo que há correspondência entre ela e uma paixão oculta. Esse robô é programado para obedecer a ordens e jamais ferir ou decepcionar um ser humano. Assim é, pode ou poderá ser. E ela chora desesperadamente ao descobrir a verdade. Que verdade?
A psicóloga Susan é o elo de ligação entre os contos que formam o livro Eu, Robô.
Não custa lembrar que esse livro começa com um robô babá cuidando de uma criança que por ele se afeiçoa. A mãe da menina é contra máquinas de inteligência artificial cuidando de humanos.
Em 1954 Asimov lançou o livro As Cavernas de Aço. Conta uma história que se passa num futuro longínquo, com humanos habitando subterrâneos de Nova York. Nesse imaginário mundo há mais robôs do que gente. Num determinado momento, um cientista é assassinado e para descobrir o assassino é destacado um superinvestigador de polícia, Elijah Baley.
Esse livro é cheio de ação, emoção, suspense, suicídio, amor e paixão. É um tempo em que há controle de natalidade.
Esse foi o primeiro romance de Asimov. O segundo, O Sol Desvelado (1957), traz a continuação do primeiro.
O enredo desse novo romance trata de descendentes de terráqueos habitando dezenas de mundos diferentes. São chamados de solarianos, habitantes do planeta Solaria, onde há 20 mil “humanos” e 20 milhões de robôs. Lá também ocorre um misterioso crime. A vítima é um importante cientista. Para elucidá-lo são convocados o investigador Elijah e seu parceiro no livro anterior, o humanoide R. Daneel Olivaw, movido a energia nuclear.
Como o primeiro, esse segundo romance de Asimov, tem como pano de fundo o tempo futuro.
Isaac Asimov começou a publicar suas coisas em 1940, em revistas de ficção científica. No total deixou quase 500 livros, incluindo didáticos e de história universal. De profissão era bioquímico.
Os crimes que aparecem em As Cavernas de Aço e O Sol Desvelado têm como vítimas especialistas em robôs, quer dizer: cientistas e tal.
As histórias de robôs contadas por Asimov são mais do que curiosas: interessantíssimas.
Até no mundo dos robôs há leis. Estas:
1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal
2ª lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei
3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis
Eu não ia falar de mais um romance de Asimov, mas vou falar.
No livro O Fim da Eternidade (1955) há o que não poderia haver no seu enredo: um cara, chamado Andrew, treinado pelo sistema para não ter emoção de tipo algum, apaixona-se perdidamente por uma cientista de nome Nöys.
Quem é essa mulher e o que ela pretende?
Essa história se passa quase toda na casa do chapéu, num inimaginável século 482.
Será que Nöys é uma figura perigosa?
Será que Nöys vai corresponder à paixão de Andrew?
Andrew é técnico de uma organização chamada Eternidade. Os habitantes dessa coisa são chamados de “Eternos”.
Ora, ora, não posso deixar de comparar Asimov a Guimarães Rosa, mas numa bobagenzinha só: Rosa era um paquerador e amante incorrigível, como o autor Isaac Asimov.
A pergunta: quem matou o primeiro e o segundo cientistas de As Cavernas de Aço e de O Sol Desvelado?
Uma coisa a mais: houve um escritor que inspirou a criação do Dia da Ficção Científica Brasileira. Era paulistano e chamava-se Jeronymo Monteiro (1908-1970).
Como Machado de Assis, Jeronymo Barbosa Monteiro era autodidata e poliglota. E também jornalista e um dos pioneiros da ficção científica ou ficção do futuro, como também esse gênero é chamado.
Como Machado, Jeronymo traduziu livros de autores como Victor Hugo. Falava quatro línguas: francês, italiano, espanhol e inglês.
E como Coelho Neto, Jeronymo caiu no esquecimento, pois são poucas as pessoas que lembram dele hoje e da obra que deixou. Entre seus livros se acham Três Meses no Século 81 (1947), A Cidade Perdida (1948) e Os Visitantes do Espaço (1963).
E ainda como Coelho Neto, Jeronymo escreveu livros direcionados ao público infantil.
Sua atividade como jornalista estendeu-se pelas páginas de Folha, Estadão e O Globo.
No jornal Tribuna, de Santos, Jeronymo assinou uma coluna intitulada Admirável Mundo Novo. Nela coluna, divulgava notícias do mundo científico.
Antes de trabalhar nesses jornais, assumiu a direção e edição da primeira revista publicada pela Editora Abril, em 1950. São dele a tradução e adaptação dos primeiros números do gibi O Pato Donald.
O maranhense Henrique Maximiano Coelho Neto foi um dos mais criativos jornalistas e ficcionistas da vida intelectual brasileira. Publicou centenas e centenas de contos, crônicas, poesias, romances. Muita coisa ele escreveu, até livros para o público juvenil. Chegou a assinar obras com Olavo Bilac.
Neto tem um conto bastante curioso no qual um cientista gera um ser esquisito denominado James Marian. Esse ser foi resultante da junção de um corpo masculino jovem cuja cabeça fora degolada e de uma jovem que teve o corpo esmagado de que sobrou apenas a cabeça intacta.
Cabeça de uma jovem num corpo de um jovem resultou no personagem próximo a Frankenstein. Detalhe é que, ao contrário de Frankenstein, Marian é bonito e encantador.
Lá pras tantas, Marian conta sobre seu criador:
(…) Tive um protetor, Arhat. Vivi em sua companhia e ele velou por mim. Não era de amor que me cercava, mas de cuidados. Eu era feitura sua, obra do seu saber. Tinha grande zelo por mim, sempre atento à minha saúde, às minhas tristezas, medicando-me, defendendo-me de todo o mal para que eu resistisse. Eu era para ele como objeto delicado que se conserva em vitrina. Amor não havia. Que fez por mim? Deu-me a vida, educou-me e instituiu-me herdeiro da fortuna que dissipo. Eu dormia e ele despertou-me… e ando agora como estremunhado, só desejoso de voltar ao sono. (…)
O repórter esportivo André Hernan assinou com a Amazon Prime para as transmissões do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil em 2025. Ele se junta à equipe que inclui nomes como Galvão Bueno na narração e Rafael Oliveira nos comentários. As informações são de Flávio Ricco, do portal LeoDias.
Hernan já havia trabalhado na Amazon anteriormente, em transmissões pontuais da Copa do Brasil, e agora assina um contrato fixo. A ideia é que Hernan seja o repórter “número 1” das transmissões, trazendo informações diretamente dos gramados. Ele seguirá na apresentação do quadro Zona Mista, do UOL, e vai manter seu canal no YouTube.
O jornalista deixou a Globo em abril de 2022, após quase 20 anos de emissora. Na carreira, cobriu diversos eventos como Copa do Mundo, Olimpíadas, Brasileirão e Eurocopa. Além do UOL e do canal no YouTube, Hernan fez também trabalhos para a CazéTV.
A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) lançou em 14/12 a sexta edição da revista Memória da Imprensa, publicação que preserva os relatos de quem fez o jornalismo baiano ao longo das últimas décadas.
Participam desta edição, intitulada Decifra-me ou te devoro: O enigma da IA para o jornalismo, nomes como Clementino Heitor de Carvalho, que relembra os tempos em que os jornais tinham grande influência na vida das cidades; Zé Raimundo recorda sua trajetória de quatro décadas de reportagens, enquanto Perfilino Neto demonstra seu vasto conhecimento sobre o rádio e a Música Popular Brasileira. A revista resgata a história de coragem e destemor de Margarida Neide, a primeira fotojornalista a cobrir futebol na Bahia, e também traz passagens e histórias dos 55 anos de Paulo Roberto Sampaio no jornalismo.
O ensaio 3M celebra três mestres da fotografia – Milton Mendes, Manoel Porto e Manu Dias –, cujas lentes captaram os pulsos da redemocratização. Já os artigos dos especialistas Gabriela de Paula, Pyr Marcondes (autor do livro Jornalismo 4.0), Lucas Reis (presidente da ABMP) e Suzana Barbosa (professora da Facom e coordenadora do Pós-Com) convidam a um mergulho no futuro do jornalismo, abordando os desafios e oportunidades trazidos pela inteligência artificial, tema central desta edição.
A Toyota segue reforçando sua equipe de Comunicação Corporativa. A novidade da vez é a chegada da coordenadora Aline Mustafa Cerri, que responderá ao gerente da área, Marcelo Cosentino.
Há quase dez anos na Honda, ela vinha atuando no atendimento à imprensa para assuntos corporativos de automóveis, Honda Serviços Financeiros e HondaJet. Antes passou por agência Leo Burnett e TV Cultura. O novo contato dela é [email protected].
A história e trajetória da revista esportiva Placar é tema do documentário Placar, a revista militante. O filme mostra como a publicação, ao longo de 50 anos de trabalho e mais de 1500 reportagens publicadas, ajudou a contar a história do futebol brasileiro. O documentário será exibido nesta terça-feira, às 19h, no Museu do Futebol, em São Paulo, em sessão aberta ao público.
Além da história da Placar, o documentário mostra a forma diferenciada como a revista cobria e encarava o futebol: “A Placar não apenas narrou, foi protagonista, desafiadora, amou os craques, odiou cartolas, lutou pelo futebol, pela democracia, divertiu, denunciou, escandalizou”, destaca Ricardo Corrêa, diretor-geral do filme, que tralhou na Placar por mais de 20 anos. “É um filme sobre futebol e jornalismo”.
Com diversas entrevistas de jornalistas e ex-jogadores que passaram pelas páginas da Placar, o filme discute temas como a Máfia da Loteria, o fim da Lei do Passe, o doping do ex-meia Mário Sérgio, então no Palmeiras, a Democracia Corinthiana e outros assuntos que estamparam as capas da revista ao longo de cinco décadas. Passaram pela Placar referências do jornalismo esportivo como Arnaldo Ribeiro, Celso Unzelte, Gian Oddi, Marcelo Duarte, Martha Esteves, Paulo Vinícius Coelho (PVC), Ronaldo Kotscho, Carlos Maranhão e Juca Kfouri.
Além de Ricardo Corrêa, também são realizadores do filme Sérgio Xavier Filho, comentarista da SporTV e ex-diretor de redação da publicação; Alfredo Ogawa, diretor de conteúdo; e Alexandre Battibugli, que atuou como assistente de direção e fotografia.
Jornalistas brasileiros estão incorporando ferramentas de inteligência artificial em sua rotina de trabalho para tarefas mais automatizadas, como revisão de textos, pesquisa de dados e transcrição de áudios. Na avaliação dos profissionais, a IA tem se mostrado uma boa aliada na otimização do tempo e na melhoria da qualidade do conteúdo jornalístico produzido. Eles destacam a necessidade de supervisão humana permanente.
Os jornalistas consideram baixo seu conhecimento sobre essa tecnologia, e há uma percepção de falta de treinamento oferecido pelas empresas de comunicação. Preocupações sobre a importância de respeitar os direitos autorais e de manter a transparência sobre o uso de IA, além da falta de originalidade do material produzido, são recorrentes. Os profissionais destacam ainda a importância da definição de parâmetros para o uso responsável da IA no jornalismo, porém apontam a carência de manuais organizados pelos meios de comunicação em que atuam, com regramentos nesse sentido.
Estas são algumas conclusões da segunda fase da pesquisa A inteligência artificial para jornalistas brasileiros. O estudo, realizado pelo grupo de pesquisa Tecnologias, Processos e Narrativas Midiáticas − ESPM, formado por professores do curso de Jornalismo da ESPM-SP, tem parceria, apoio e divulgação do Jornalistas&Cia.
Os objetivos do estudo são identificar o nível de conhecimento da inteligência artificial generativa por jornalistas no País e conferir o grau de conhecimento e de utilização de suas ferramentas na produção e nos negócios jornalísticos, bem como as preocupações que envolvem seu uso na atividade profissional. Os nomes dos participantes são mantidos em sigilo. Os dados obtidos são utilizados para trabalhos acadêmicos e para a produção de notícias sobre o tema no Jornalistas & Cia.
Um relatório divulgado pela Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor) sobre ataques à imprensa nas eleições municipais de 2024 revelou que a maioria foi direcionada a mulheres. Segundo a pesquisa, elas sofreram 50,8% dos ataques, com maior incidência no Instagram (68,3%). O estudo também considerou fatores como raça, mostrando altos índices de ataques a profissionais negros.
Além das agressões digitais, 11 casos de violência física ou verbal foram registrados, muitos promovidos por agentes políticos. O relatório ainda recomenda ações para proteger jornalistas e fortalecer a liberdade de imprensa. Leia o material aqui.