Velório será nesta quarta-feira (30/7), no Memorial do Carmo, no Rio
Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro
Marcelo Beraba morreu nesta segunda-feira (28/7), aos 74 anos. Ele estava internado no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, Zona Sul do Rio. Descobriu em março deste ano um câncer no cérebro e passou por cirurgia em abril. O velório está marcado para a quarta-feira (30/7), das 12h30 às 15h30, na capela 6 do Memorial do Carmo (rua Monsenhor Manuel Gomes, 287) no Caju, Zona Portuária do Rio.
Ele começou a carreira como repórter de O Globo, em 1971, antes mesmo de concluir o curso de Comunicação na ECO-UFRJ. Obteve ali seu primeiro furo de reportagem, quando explodiram duas bombas, durante um festival no Riocentro, no carro de dois militares, um dos quais morreu no local. Beraba conseguiu, com um médico que atendeu o militar sobrevivente da operação frustrada, o filme com imagens da cirurgia.
Contratado pela Folha de S.Paulo em 1984, no ano seguinte foi promovido a diretor da sucursal do Rio do jornal. Na sucursal conheceu a repórter Elvira Lobato, com quem viria a se casar e viver por 30 anos até o fim da vida.
No início da década de 1990, Beraba foi secretário de redação da Folha em São Paulo. Em 1996, voltou ao Rio para ser editor-executivo do Jornal do Brasil, onde ficou até 1999. Depois disso, por um breve período, foi editor-executivo do Jornal da Globo, na TV Globo.

Em 2002, após o assassinato de Tim Lopes, da TV Globo – por traficantes durante uma reportagem sobre aliciamento infantil em bailes funk –, Beraba tomou a iniciativa de fundar a Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Durante o período que passou à frente da entidade, recebeu reconhecimento internacional com o prêmio Excelência em Jornalismo, oferecido pelo International Center for Journalism (ICFJ), nos Estados Unidos, em 2005.
Retornou à Folha para dirigir novamente a sucursal Rio. E voltou a São Paulo como ombudsman e repórter especial, até trocar o jornal, em 2008, pelo principal concorrente, O Estado de S.Paulo. Beraba dirigiu as sucursais do Estadão no Rio e em Brasília, e foi editor-chefe do jornal. Lá esteve por 11 anos, até se aposentar das redações em 2019, após 48 anos de carreira.
Chamado de “mestre” pelos que trabalharam com ele, Beraba orientou coberturas históricas. Era extremamente rigoroso com a checagem de dados, muito antes da explosão das fake news e das redes sociais. Assim ele próprio se definia: “Já fui editor, fechei Primeira Página…, mas o que me deu mais prazer, deu mais motivação, foi trabalhar com produção de reportagens, com repórteres, fazer planejamento, a pauta”.










