Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Novo CAGED, evidenciou profundas desigualdades regionais na remuneração média dos jornalistas no Brasil.
Segundo o estudo, apesar da remuneração média nacional da categoria ser de R$ 8.607,84, tal valor esconde graves desigualdades ao analisar o cenário por região do País. Profissionais de imprensa do Distrito Federal e do Rio de Janeiro têm, respectivamente, remuneração média de R$ 19.371,00 e R$ 9.989,97. Por outro lado, na Bahia, por exemplo, a remuneração mediana é de apenas R$ 3.731,02, a mais baixa do Brasil. Outros estados com salários baixos incluem Piauí (R$ 4.403,78) e Pará (R$ 4.488,23).
“Apesar de ser considerada uma profissão essencial para o funcionamento da democracia, a atuação jornalística sofre com a desvalorização em grande parte do território nacional”, escreveu a Fenaj, em texto sobre o levantamento. “Estados do Norte e Nordeste concentram os menores salários, o que evidencia a fragilidade estrutural do setor fora dos grandes centros urbanos e econômicos”.
O estudo mostra também dados sobre salário médio de admissão dos jornalistas, de R$ 4.231,86, valor distante da média salarial geral da categoria; e sobre a informalidade e a pejotização do trabalho jornalístico. Muitos jornalistas atuam como pessoa jurídica (PJ) ou Microempreendedor Individual (MEI), embora não exista código de MEI para a categoria.
Confira mais dados do levantamento no site da Fenaj.
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