O repórter Alex Pandini e o cinegrafista José Jantorn, da TV Vitória, afiliada da Record no Espírito Santo, foram hostilizados e expulsos por manifestantes bolsonaristas dos protestos contra o Supremo Tribunal Federal em Vitória, no último domingo (1º/5). Os jornalistas precisaram ser escoltados pela Guarda Municipal para não serem agredidos fisicamente.
Segundo a TV Vitória, Pandini e Jantorn entrevistavam uma mulher que pedia intervenção militar no Brasil quando foram intimidados e ameaçados por manifestantes.
Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Rômulo Lacerda, vereador de Vila Velha pelo PSL, não permitiu a gravação da reportagem e acusou, aos gritos, a emissora de estar fazendo uma cobertura parcial. Além disso, o locutor de um dos trios elétricos usou o microfone para desqualificar o trabalho dos jornalistas. Diante da situação, a Guarda Municipal escoltou o repórter e o cinegrafista para garantir a segurança deles.
Em nota, a entidade e o Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo repudiaram o ocorrido, reiterando que “o trabalho do jornalismo é apurar e relatar os fatos, o que tanto incomoda aos que utilizam de mentiras para se promoverem politicamente. Os profissionais precisam ser respeitados e não cerceados ou ameaçados. Quem perde com esse tipo de atitude é a sociedade, que deixa de ser informada. (…) Agredir jornalista é agredir a democracia. Chega de fakes! Basta de violência!”.

Agressão também em São Paulo
Solange Santana, diretora do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, foi agredida enquanto realizava atividades preparatórias da CUT para o 1º de Maio, Dia do Trabalhador. Carlos Amado, dirigente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), também foi agredido. O agressor, encaminhado à delegacia, também fez agressões verbais e ameaças a outros sindicalistas.
A Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo solidarizaram-se com as vítimas e exigiram a devida punição ao agressor, destacando que “tais casos não são isolados e são consequência direta do discurso de ódio destilado por Jair Bolsonaro e seus apoiadores, que veem na figura do jornalista um inimigo”.