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quinta-feira, março 28, 2024

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Humberto Trezzi é o jornalista mais premiado no Brasil em 2013

Rodrigo Carvalho, da GloboNews, e Mauri König, da Gazeta do Povo, ficam na segunda e terceira posições, respectivamente Após semanas de exaustivo trabalho de pesquisa, analisando 116 premiações nacionais e internacionais, Jornalistas&Cia e Portal dos Jornalistas divulgam nesta 6ª.,feira (20/12) os resultados do Ranking dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros, nas versões Todos os Tempos e Ano de 2013. Embora externamente ninguém soubesse disso, a disputa pela primeira colocação do Ranking J&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de 2013 seguiu acirrada até o último instante. Na liderança até o início de dezembro, com 130 pontos, o repórter da GloboNews Rodrigo Carvalho teve o posto ameaçado uma semana atrás, quando foram anunciados os vencedores do Prêmio Sangue Bom no Jornalismo Paranaense. Na oportunidade, Mauri König, da Gazeta do Povo, venceu uma das categorias e atingiu a marca de 125 pontos, a apenas cinco da liderança. Mas a grande reviravolta veio mesmo nesta 5ª.feira (19/12), último dia de pesquisa, quando foram divulgados os resultados do Prêmio ARI de Imprensa 2013. Até então na terceira posição, dez pontos atrás de Rodrigo, o repórter especial de Zero Hora Humberto Trezzi faturou o ARI em duas categorias por trabalhos em equipe, e assumiu a liderança, com 145 pontos, terminando o ano como o Jornalista mais premiado do Brasil em 2013. Duas reportagens foram responsáveis pelo excelente resultado de Trezzi neste ano. Em A agonia das estradas, feita em parceria com os repórteres Caio Cigana e Guilherme Mazui, a equipe de Zero Hora abordou os graves problemas nas rodovias do Rio Grande do Sul. O estado é o último colocado no Brasil na proporção de estradas asfaltadas em relação ao total de rodovias. “A ideia surgiu de uma provocação da Marta Gleich, diretora de Zero Hora, que um dia questionou por que nossas estradas são tão ruins”, explica Trezzi. “Ao fazer um levantamento prévio, Caio e eu descobrimos que, mais do que ruins, são as piores em taxa de asfalto. Levamos mais de um mês para produzir um caderno em que falamos de corrupção, burocracia, entraves ambientais e outras dificuldades que nos colocam na rabeira do desenvolvimento de estradas no Brasil”. A reportagem foi premiada com os grandes prêmios do Setcergs e CNI de Jornalismo, além de ter faturado o Especial Infraestrutura do CBIC de Jornalismo. O grande destaque, no entanto, foi a reportagem Os arquivos secretos do coronel do DOI-Codi, produzida em conjunto com José Luís Costa, Marcelo Perrone e Nilson Mariano, que faturou o Esso de Jornalismo. “O mérito maior dessa reportagem foi do José Luís, que soube da morte do homem na noite em que ela aconteceu e descobriu, naquela madrugada mesmo, que o morto no assalto era ex-DOI-Codi. A nós parecia que poderia ser execução. As investigações posteriores, feitas pela Polícia Civil com rastreamento de celulares e imagens de vídeo, mostraram que bandidos assaltaram o coronel Molinas na intenção de tomar o arsenal (fuzis, inclusive) que ele mantinha em casa. Os bandidos eram PMs que já haviam cometido outros assaltos naquela área. Quando a Polícia Civil abriu a casa, desconfiamos que o coronel poderia ter papéis relativos ao regime militar. Após expectativa, eu recebi de um delegado a informação de que ele guardava em casa diversos papéis relativos ao atentado do Riocentro e ao Rubens Paiva. Passei para o Zé Luís, que tinha iniciado o caso, e ele pressionou muito, até ter acesso aos papéis. Não pôde xerocar: teve de copiar tudo à mão. O coronel mantinha inclusive um diário da época do Riocentro, contanto passo a passo o que fez quando soube da notícia do atentado. Inclusive encobrindo os feitos dos seus subordinados (os verdadeiros autores da explosão). Tanto o Zé quanto eu mergulhamos nos papéis. O Nilson foi a São Paulo entrevistar a família do Rubens Paiva e o Marcelo entrevistou, por telefone, autores de documentários sobre o caso. O importante na matéria é que ela comprovou com documentos que o Rubens Paiva ingressou numa unidade do Exército e jamais voltou a ser visto. O coronel guardava livro com a assinatura do Paiva e a apreensão dos bens dele, o que desmonta a versão militar de que o deputado tinha sido sequestrado por guerrilheiros. Com relação ao Riocentro, o próprio coronel recomenda que simulem furto do Puma, botando a culpa na VPR”. Além do Esso, a reportagem também recebeu o título de Hours Concours do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, o ARI de Reportagem Impressa, e os internos do Grupo RBS e de Zero Hora. Ainda como desdobramento do tema, também gerou a reportagem Fichados no Dops no RS, que recebeu o primeiro lugar no ARI de Webjornalismo. Reportagem mais premiada de 2013, Os arquivos secretos do coronel do DOI-Codi rendeu ainda pontos importantes para José Luís Costa terminar o ano na quinta posição geral, com 95 pontos. Aos 26 anos e há quatro atuando como repórter da GloboNews, Rodrigo Carvalho é, curiosamente, um debutante no ranking. Com a série Juízes ameaçados, em que traz a realidade de juízes que sofrem constantes ameaças de morte em todo o Brasil, ele faturou em 2013 o Embratel de Televisão, o Libero Badaró de Telejornalismo e o AMB de Jornalismo. “Encontramos juízes de vários cantos do País que sofriam ameaças de morte”, explica Rodrigo. “Todos, depois de algumas conversas por telefone, se dispuseram a falar abertamente sobre o assunto. Esse trabalho de apuração e pré-produção durou um mês. Gravamos em Campo Grande, São José do Belmonte (PE), Embu das Artes (SP), São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O material rendeu quatro reportagens, cada uma com oito minutos em média, e no quinto dia fizemos um debate no estúdio e levamos ao ar trechos inéditos do material. Entramos num assunto que sem dúvida já foi pauta de todo grande veículo de comunicação deste País, mas acho que nosso mérito foi ter conseguido – ao tirar os juízes de seus gabinetes e levá-los para a rua – mostrar a fragilidade, o medo e o constrangimento desses profissionais diante das ameaças”. Segundo colocado entre os mais premiados de 2012, Mauri König repetiu o excelente desempenho e terminou 2013 na terceira posição. Desta vez, não foi um trabalho específico que lhe garantiu a alta pontuação, mas sim o conjunto de uma carreira marcada pelo sério trabalho investigativo que desenvolve e pelas denúncias que publica com frequência nas páginas da Gazeta do Povo. Em setembro o repórter foi homenageado com o prêmio Maria Moors Cabot, um dos mais cobiçados do mundo jornalístico. “O jornalismo é dessas profissões que nos tornam pessoas melhores, a depender do que se faz no jornalismo e do tipo de jornalismo que se faz. É de nossa escolha ser o profissional que queremos ser. Não bastasse isso, esse é daqueles ofícios que acabam fazendo mais pela gente do que a gente por ele. Qual outra profissão nos permitiria desnudar mundos, pessoas e realidades e ainda sermos reconhecidos quando damos uma cota extra de sacrifício para melhor contar uma história? Vibrei com cada trabalho premiado, e, claro, vibrei mais ainda com o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa e o Maria Moors Cabot Prize, que, antes de reconhecer minha trajetória profissional, é um reconhecimento ao tipo de jornalista que escolhi ser”, celebra Mauri, que também faturou em 2013, com a reportagem Polícia fora da lei, um Embratel – Regional Sul e um Sangue Bom no Jornalismo Paranaense de Reportagem Impressa. Vencedora em 2013 de um Prêmio Comunique-se de Melhor Repórter de Mídia Impressa, um Mulher Imprensa de Melhor Repórter de Jornal, e do Grande Prêmio CNT de Jornalismo, com a reportagem Fora dos Trilhos – As revelações do cartel ferroviário no Brasil, a repórter da Folha de S.Paulo Cátia Seabra termina o ano na quarta posição, com 97,5 pontos, apenas 2,5 à frente de Lucio de Castro, da ESPN, e de José Luís Costa. Com a reportagem Memórias do chumbo – O futebol nos tempos do Condor, Lucio faturou a categoria Especial do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, e como Melhor Cobertura Noticiosa do Prêmio Gabriel Garcia Marquez de Periodismo (antigo FNPI). Na sétima posição, com 92,5 pontos, aparece Miriam Leitão, que neste ano conquistou um Comunique-se, um Mulher Imprensa e um Esso de Informação Científica, Tecnológica e Ambiental, em equipe, com o fotógrafo Sebastião Salgado. Ela é seguida de perto por outro colega de TV Globo e CBN, o comentarista Carlos Alberto Sardenberg, com 90 pontos, que se destacou ao vencer o Prêmio Comunique-se 2013 em três categorias: Apresentador/Âncora de Rádio, Jornalista de Economia – Mídia Eletrônica e Jornalista de Economia – Mídia Impressa. Empatado com Sardenberg na oitava posição está o também comentarista Mauro Beting, vencedor em 2013 de dois Comunique-se (Jornalista de Esporte – Mídia Eletrônica e Mídia Impressa) e dois Troféus Aceesp (Comentarista – TV Aberta e Rádio). Fechando os Top 10, outro debutante em prêmios, o repórter da Folha de S.Paulo Fernando Mello, com 85 pontos. Em 2013, Fernando fez parte das equipes da Folha que faturaram o SIP de Reportagem em Profundidade, o Esso de Contribuição à Imprensa, além de um Prêmio Cbic de Mídia Impressa. A relação com os 100 jornalistas mais premiados de 2013 estará disponível na edição desta 6ª.feira de Jornalistas&Cia. José Hamilton Ribeiro mantém liderança entre jornalistas mais premiados de todos os tempos Base de dados se consolida e resultado apresenta menos variações que em 2012 116 prêmios e mais de seis mil jornalistas vitoriosos

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