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quarta-feira, abril 24, 2024

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Associação de ex-Gazeta Mercantil nega venda da marca

Fábio Galvão, CEO da GME, garante que negociações estão avançadas e que vai ampliar a equipe de colaboradores A propósito da notícia a respeito da Gazeta Mercantil Experience, que publicamos na quarta-feira (29/6), a Associação dos Ex-Funcionários da Gazeta Mercantil enviou a seguinte nota, assinada pelo presidente Marcelo Moreira e pelo advogado Carlo Frederico Müller: “O mercado jornalístico brasileiro foi surpreendido nesta quarta-feira, 29 de junho, com a notícia do lançamento de um empreendimento chamado Gazeta Mercantil Experience (GME), liderado pelo empresário Fábio Galvão, que teve sua carreira construída como sócio e diretor executivo na Verticals Capital, empresa da área de investimento de venture capital, que operou na América Latina até 2014. Em um comunicado divulgado no Portal dos Jornalistas, a GME diz que, entre outras coisas, “a empresa, comandada por um grupo de empresários do setor de investimentos e TI que adquiriu a marca, passou a publicar nesta semana conteúdo temático com a qualidade editorial do jornal mas em formato digital inovador”. Sobre essa questão, a Associação dos Ex-Funcionários da Gazeta Mercantil informa o seguinte: 1 – Os advogados da entidade têm recebido nos últimos meses consultas de vários interessados em adquirir a marca Gazeta Mercantil, arrestada por medida judicial para servir de garantia ao pagamento de dívidas trabalhistas. Um dos interessados que entrou contato com os advogados foi o empresário Fábio Galvão, da Verticals, que mantém negociações para a aquisição da marca. 2 – Ressaltamos que, apesar de negociações em curso, a marca não foi vendida e continua arrestada. 3 – Reiteramos que qualquer tentativa de concretização da negociação de compra da marga Gazeta Mercantil precisa obrigatoriamente passar pelo crivo do Poder Judiciário.” “Penso que em alguns dias teremos tudo isso acertado”, diz Fábio Galvão Fábio Galvão, CEO da GME – Gazeta Mercantil Experience e que está à frente do grupo de investidores que decidiu relançar a marca no mercado brasileiro, reconheceu, em entrevista a este Portal dos Jornalistas, que o anúncio do lançamento do primeiro projeto da GME foi feito sem que ainda todos os trâmites judiciais para a aquisição da marca tivessem sido finalizados. “Houve, é certo”, diz ele, “uma precipitação no anúncio, mas isso em nada inviabiliza a iniciativa, pois estamos fazendo tudo em absoluta harmonia com a Associação dos ex-Funcionários da Gazeta Mercantil, inclusive com o grupo de advogados das duas partes conversando permanentemente sobre os passos a serem seguidos. Está tudo encaminhado e tenho certeza de que a finalização do processo judicial é questão de dias”. Galvão explicou que os primeiros passos rumo à aquisição da marca se deram em 2014, quando, junto com o grupo de investidores que lidera, começou a analisar e a entender toda a complexidade judicial e econômica que girava em torno da Gazeta Mercantil: “Até o final de 2015, ficamos imersos nas questões judiciais e em contato com a Associação dos ex-Funcionários, para que tudo fosse feito de uma forma transparente e duradoura. Queríamos conhecer a fundo toda a questão judicial e mesmo econômica, o que nos levou a realizar uma gigantesca due dillinge. E para nós era fundamental fazer isso em consonância com a Associação, pois só a partir do momento em que eles de fato entendessem a nossa proposta e aceitassem fazer um acordo é que faríamos o movimento de aquisição. E sempre deixamos muito claro que era premissa a total desconexão em relação aos grupos que administraram o jornal no passado, tanto o Tanure (Nelson) quanto o Levy (Luiz Fernando). E por aí viemos até aqui, sempre em conjunto com a Associação, buscando um acordo judicial que permita o ressurgimento da marca, num novo negócio, sendo que isso agora é uma questão de dias, pois está tudo bem adiantado no plano judicial, restando apenas a deliberação da Justiça autorizando a transferência da marca para a nossa organização”. Por enquanto, o primeiro fruto desse novo negócio são as revistas digitais temáticas – batizadas de GME HUB –, a primeira delas, sobre os Jogos Olímpicos, lançada há duas semanas. Mensais, as duas próximas também já são conhecidas: em 15/7 será lançada uma edição sobre Tecnologia&Mobilidade e em 15/8, outra sobre Educação. “Com a revista digital GME HUB, nosso desafio é fazer com que os leitores, que têm cada vez menos tempo para se informar com profundidade, absorvam o conteúdo de nossas publicações em 5 minutos por reportagem. E para isso acontecer investimos em qualidade na produção jornalística e tecnológica”, afirma Galvão. Mas quais de fato são os planos da nova empresa e do grupo de investidores? Ambiciosos, segundo o idealizador da GME: “Somos um grupo de empresários do setor de investimentos e TI e o que estamos desenvolvendo na GME é algo extremamente inovador. Em quatro meses vamos lançar o Portal GME, apoiado no tripé informação, serviços de software e serviços de publicidade, focado sobretudo no pequeno e médio empresário de todo o território nacional. Mas não vamos fazer o que os outros estão fazendo, até porque isso não faz parte de nossa formação, em que a prioridade sempre foi o capital de risco”. Empresário e investidor, agora desempenhando a função de CEO da GME, com a responsabilidade de estruturar a empresa, Galvão explica que o plano de negócios para a criação da GME apoiou-se em três premissas: 1. Blindagem do negócio, ou seja, só entrar nele sob a garantia de que não correria riscos de descontinuidade pela questão judicial; 2. Desenvolvimento de um modelo inovador de negócios, que pudesse valer-se de conteúdos de qualidade, propiciado pela marca Gazeta Mercantil, com o uso intensivo de tecnologia para oferecer ao mercado informações, softwares e serviços de qualidade e com boa competitividade; e 3. Montagem de uma equipe sênior, qualificada, que pudesse garantir ao novo negócio o mesmo nível de conteúdo que fez história nas páginas da Gazeta Mercantil. Seria possível arriscar um futuro para a empresa e para os negócios, sobretudo na comparação com o que representou historicamente a Gazeta Mercantil? “Temos de no mínimo chegar onde a Gazeta Mercantil parou, mas creio que em algum tempo poderemos até mesmo ser maiores do que foi um dia o jornal. Explico: nós vamos precisar ter colaboradores em todo o Brasil, em especial nas principais praças, pois queremos dialogar de igual para igual com os empresários dessas regiões. Queremos entender como eles consomem e produzem informações e isso não será possível sem um olhar local. Lembro que o Levy tentou fazer isso, mantendo edições regionais, impressões gráficas descentralizadas, escritórios em várias capitais com redação e equipe comercial, mas, sem os recursos de que hoje dispomos, tudo isso representou uma operação caríssima, insustentável para aquele tempo. Hoje, com a tecnologia, será possível avançar muito nesse conceito de atuação regionalizada e nós vamos investir muito nesse caminho. Vamos buscar manter estruturas regionais fortes e que usem as estratégias mais adequadas, com plataformas e insumos que façam a diferença. Sem esquecer o principal ativo: os jornalistas que, com a tecnologia a seu lado, terão condições de produzir e consumir informação de ponta. Desde a última quarta-feira, quando o Portal dos Jornalistas deu com exclusividade o lançamento da GME, a empresa tem recebido em média 200 currículos por dia, incluindo candidatos da nova geração e também muitos que trabalharam na própria Gazeta Mercantil, incluindo 80% dos jornalistas que integram a própria Associação. “Isso acabou nos ajudando imensamente, pois estamos definindo a estrutura da equipe editorial e precisamos encontrar os profissionais com perfis adequados ao projeto. Todos, sem exceção, são bem-vindos. Além disso, embora a notícia tenha saído antes da formalização da aquisição definitiva da marca, foi bom para motivar os investidores, excelente para agitar o ambiente da publicidade, que já passa a nos ver como parceiros potenciais de negócios, e para o próprio jornalismo, que vê renascer um projeto histórico e que foi um marco na atividade”. Sobre a crise, diz ele: “Nossa atitude, por si só, demonstra que há espaço para inovação no mercado editorial e é prova de nossa confiança em nossa equipe e produtos”. E sobre o futuro do negócio, assinala: “Por enquanto estamos bancando todos os investimentos, mas sabemos que a médio prazo e pela magnitude do projeto, vamos precisar de novos aportes financeiros. Mas esse não é um negócio em que entramos para sanear e depois lucrar, vendendo. Sou, como o são milhares de pessoas, um órfão da Gazeta Mercantil e esse é um resgate que estamos fazendo para trazer de volta um legado do jornalismo brasileiro”. Aos 45 anos de idade, e leitor tradicional de jornais como Wall Street Journal, Estadão e Valor Econômico, Galvão cursou publicidade e economia, embora tenha logo cedo partido para o mercado de capitais. Fundou a Verticals Capital em 2001, gestora de investimentos em participação (venture capital) com foco em pequenas e médias empresas do setor de tecnologia, até assumir a direção da GME em 2014. 

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