Vera Durão

    Vera Lígia Huebra Neto Saavedra Durão, ou apenas Vera Durão, nasceu em 25 de julho de 1947, em Laginha, Zona da Mata mineira. Ainda em Minas Gerais iniciou o curso de Jornalismo na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (Ufmg), mas só conseguiu concluir o curso anos mais tarde, na Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro (RJ), após um período de dois anos presa pela ditadura por ser militante clandestina da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).

    A carreira jornalística, porém, já havia começado alguns anos antes, em 1973 como estagiária na rádio Jornal do Brasil. “Fui ajudada, na época, pela Sueli Caldas, cujo marido estava preso junto com o meu, no Rio de Janeiro. Foi engraçado, pois ela trabalhava na pesquisa do Jornal do Brasil e me arrumou um freela sobre trade companies. Eu, militante de esquerda da VAR-Palmares, recém-saída da prisão, nem tinha ideia do que podia ser uma trade company, mas fiz o trabalho”, conta Vera.

    A experiência na JB durou cerca de um ano e após alguns trabalhos para um house-organ, iniciou a especialização no Jornalismo Econômico atuando pela agência Telenotícias, da extinta revista Visão. Cada vez mais envolvida com os profissionais do setor, em 1976 conseguiu um trabalho temporário cobrindo férias em O Globo. Como tinha processo aberto na junta militar, não foi contratada pelo jornal, mas ainda na época começou a trabalhar na sucursal fluminense da Folha de S.Paulo.

    Ficou na Folha até 1982 quando, após mudança no comando da sucursal, acabou sendo demitida. Após uma rápida passagem pela revista do Centro do Comércio do Café, retornou, desta vez de forma definitiva, ao O Globo. No ano seguinte, porém, após um convite do então chefe de Redação da sucursal fluminense da Gazeta Mercantil Paulo Totti, se transferiu para o jornal onde permaneceria por quase 20 anos, interrompidos apenas por uma passagem de dois anos, entre 1986 e 1987, pelo Jornal do Brasil.

    Após seu retornou à GZM, foi secretária de Redação da sucursal, mas, por considerar este um cargo de confiança, deixou a função ainda em 1988 após a transferência de Paulo Totti para a função de correspondente na Argentina. “Nunca mais voltei à chefia. Fiquei como repórter especial. Cobria de tudo, principalmente privatizações na era Collor. Foram dias difíceis, mas a equipe era muito boa”, afirma.

    Permaneceu como repórter especial da casa até o ano 2000, quando foi convidada para participar no projeto de lançamento do Valor Econômico. Sobre esse período ela conta: “Fui chamada pela Heloisa Magalhães, com convite reforçado pela Vera Brandimarte, para trabalhar num novo jornal de Economia que estava sendo criado, o Valor Econômico. Resolvi arriscar nesta empreitada imperdível para quem já trabalhava há tantos anos no Jornalismo Econômico. Confiava e admirava o Celso Pinto, pai do projeto, e mergulhei de cabeça nesta aposta de um jornal feito e tocado por jornalistas”.

    Foi repórter especial do Valor Econômico até maio/2013 quando deixou a publicação. Teve os passos seguidos pela filha mais velha, Mariana Durão, que também é repórter de Economia.

     

    Atualizado em maio/2013 – Portal dos Jornalistas
    Fontes:

    Informações cedidas pela própria jornalista

    Livro Jornalistas Brasileiros – Quem é Quem no Jornalismo de Economia (Mega Brasil/Call Comunicações, 2005)

    https://www.portaldosjornalistas.com.br/noticias-conteudo.aspx?id=459