Sandra Moreyra

    (28 de agosto de 1954, no Rio de Janeiro (RJ)  / 10 de novembro de 2015, no Rio de Janeiro)

     

    Sandra Maria Moreyra nasceu no Rio de Janeiro, no dia 28 de agosto de 1954. Se formou jornalista pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1976, no Rio de Janeiro.

    Vem de uma família de jornalistas de cinco gerações de jornalistas. Sua irmã, Eugenia Moreyra, é diretora da Globo News. O bisavô paterno,  gaúcho, trabalhava com comércio de atacado e nas horas vagas colaborava com um jornal do Rio Grande do Sul. O avô, Álvaro Moreyra, era escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, e dirigiu importantes revistas nos anos 1950, como a Fon-Fon e Paratodos. Sandro Moreyra, o pai, foi um reconhecido jornalista esportivo. A filha de Sandra, Cecília Figueiredo, formou-se em jornalismo e trabalha como documentarista.

    Começou a carreira ainda como estudante, no departamento de pesquisa do Jornal do Brasil. Três anos mais tarde, em 1978, foi contratada para reportagem da editoria de geral do jornal. Na época atuou com profissionais de renome no mercado, entre eles estavam Elio Gaspari, Luiz Orlando Carneiro, Paulo Henrique Amorim, Renato Machado.

    Em 1979, precisou deixar o JB, pois seu marido trabalhava numa empresa de engenharia e foi transferido para a Argélia. Chegou a produzir algum material para o jornal, engravidou, voltou para o Brasil e começou a trabalhar numa agência de publicidade, onde teve seu primeiro contato com o vídeo. Mais uma vez, o marido fora transferido, agora para Salvador, e Sandra resolveu bater na porta da TV Aratu, na época afiliada da TV Globo. Ainda na capital baiana, foi repórter da tevê Bandeirantes.

    Voltou para o Rio de Janeiro e foi convidada para trabalhar na TV Manchete, já como subeditora de um jornal de cultura e entretenimento. Pouco depois, seu marido foi enviado à Minas Gerais. Foi por estas bandas que ingressou na tevê Globo, em 1984. Fazia matérias para o Jornal Nacional e cobriu Tancredo Neves desde a candidatura à Presidência da República até a morte. Poucos e significativos meses.

    Em 1986, mais uma vez no Rio de Janeiro, fez a cobertura da implantação do Plano Cruzado. Em uma das idas à Sunab, os chamados “fiscais do Sarney”, ancorou o RJTV direto dali. Era a primeira vez que isso acontecia. Pouco depois repetiu o feito ao apresentar as manchetes do Jornal Nacional direto de uma festa popular após a vitória da seleção na Copa.

    Esteve na cobertura do naufrágio do Bateau Mouche, embarcação de turismo que naufragou na costa brasileira no dia 31 de dezembro de 1988, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, quando estava a caminho de Copacabana. Das 142 pessoas a bordo, 55 morreram. Na época estava grávida do filho mais novo “e com um barrigão”, como conta a própria jornalista “Eu, com o maior barrigão, fazendo flash daquilo. Uma coisa maluca, e a gente nem se tocou”.

    Atuou pelo Globo Repórter onde fez diversas reportagens de comportamento, inclusive uma sobre adolescência e outra sobre sexualidade feminina. Também viajou ao Peru em duas oportunidades, em ambas para cobrir a eleição e reeleição de Fujimori.

    Em 1996 passou a trabalhar para o jornal Bom dia Brasil. Três anos mais tarde, foi convidada para trabalhar na Globo News, onde não só fez matérias e editou, como também ajudou a cuidar de toda a parte gerencial e administrativa. Também apresentou o programa Espaço Aberto Literatura.

    De volta à Globo em 2004, participou da série comemorativa dos 35 anos do Jornal Nacional, com a reportagem As Mudanças nos Costumes dos Brasileiros. Em 2008, dividiu com a jornalista Mônica Sanches a apresentação da premiada série 1808 – A Corte no Brasil, exibida em comemoração pelos 200 anos da chegada da família real.

    Foi colunista do Bom dia Brasil, onde fazia comentários sobre cultura e gastronomia, além de manter o blog Artes da Mesa.

    Sandra Moreyra, foi a roteirista, do documentário ‘70’, da diretora Emília Silveira, que além da direção do documentário, é parte da história que conta o sequestro de  jornalistas no Rio, há 40 anos. O filme mostra o auge da ditadura militar do Brasil, quando um grupo de 70 presos políticos foi enviado ao exílio no Chile em troca da libertação do embaixador suíço sequestrado, Giovanni Enrico Bucher.

    Para o documentário ‘70’ foram reencontrados 18 desses personagens, 40 anos depois, que contam como sobreviveram. Sobre o assunto Sandra deu uma entrevista para o programa Almanaque da Globo News e disse: “me apaixonei pela história”.

    O documentário fez parte do Festival do Rio de 2013, da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e do Fest Aruanda, na Paraíba, onde recebeu o Prêmio Especial do Júri e o de Melhor filme de longa metragem pelo Júri Popular. Em março de 2014 o filme segue para o Festival de Cinema de Mulheres no Chile, para o Festival do Cinema Brasileiro de Paris e para o Festival Internacional de Documentários de Londres. Ainda não tem data definida para entrar no circuito comercial.

    Sandra Moreyra morreu no Rio de Janeiro, no dia 10 de novembro de 2015 (uma terça-feira). Tinha 61 anos e lutava contra um câncer.

    Sandra tinha 40 anos de carreira, era casada, mãe de dois filhos, Cecilia e Ricardo, e um neto, Francisco. 

     

    Atualizado em novembro/2015  – Portal dos Jornalistas

    Fonte:

    http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/11/jornalista-sandra-moreyra-da-tv-globo-morre-no-rio.html

    Informações iniciais fornecidas pela jornalista

    http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/03/almanaque-apresenta-bastidores-de-documentario-sobre-ditadura.html

    http://artesdamesa.blogspot.com.br/

    http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,GYP0-5271-262634,00.html