Moisés Rabinovici

    Rabino, ou Moisés Rabinovici nasceu em 26 de outubro de 1945, no Rio de Janeiro (RJ).

    Entrou no jornalismo para desmentir uma notícia. Estudava no Colégio Anchieta, em Belo Horizonte, onde presidia um grupo de arqueologia que fez uma importante descoberta numa gruta de Lagoa Santa: um crânio humano de 10 mil anos, datado por testes de carbono 14, nos Estados Unidos.

    Um repórter do extinto Última Hora (MG) que escreveu sobre a descoberta, que mudava a história pré-colombiana de Minas, acrescentou alguns zeros na datação e o crânio, então com um milhão de anos, mudou a história do mundo. Foi manchete. As agências de notícia passaram a ligar com insistência para o colégio, atrás de novas informações. A diretoria decidiu exigir uma correção.

    Rabinovici foi enviado à redação do Última Hora, numa sobreloja sobre a Praça Sete, no centro da cidade, com uma frase feita: Exijo a verdade a bem da Ciência! O responsável pela edição mineira de UH, José Wainer, irmão de Samuel Wainer, que dirigia o UH Nacional, depois de ouvi-lo pacientemente, pediu que se sentasse a uma máquina de escrever, por acaso ao lado de Alberico Souza Cruz, e produzisse um desmentido. No dia seguinte, Rabino era o novo repórter de polícia do jornal.

    Ficou na Última Hora de 1961 até pouco antes de seu fechamento, em 1965. Passou, ainda, pelas redações do Diário de Minas (MG) e do semanário Binômio (MG), de José Maria Rabelo, empastelado pelo exército, antes de mudar-se para São Paulo, convidado por Murilo Felisberto para participar da criação de um vespertino.

    Na capital paulista, fez parte da primeira equipe do Jornal da Tarde (SP) como repórter de polícia. Foram 37 anos de JT, desde o nascimento, em 1966, até 2003. Em novembro de 1977, tornou-se correspondente do Grupo Estado no Oriente Médio, com base em Israel, cobrindo também o Egito, o Líbano e a Jordânia. Ficou no cargo até o ano 2000, atuando episodicamente, entre 1978 e 1984, no serviço brasileiro da rádio BBC, de Londres, e para a rádio Renascença, de Lisboa, diariamente. Também pelo Estadão foi correspondente em Washington, por seis anos.

    Cobriu as negociações de paz iniciadas com a histórica viagem do presidente do Egito Anuar Sadat a Jerusalém, em 1977. Foi à Suécia para o seu prêmio Nobel da Paz em 1978, compartilhado com o primeiro-ministro Menachem Beguin. E em seu assassinato, no Cairo, em 6 de outubro de 1981, durante o desfile militar comemorativo da “vitória” egípcia na guerra do Yom Kippur, em 1973. A “paz” foi uma sucessão de guerras, que o levou ao batismo de fogo no front, em 1978, com a invasão israelense do sul do Líbano, e em 1982, quando Israel cercou Beirute.

    Atentados palestinos espetaculares, a destruição do reator nuclear iraquiano ao tempo de Saddam Hussein, duas intifadas, a devolução do Sinai ao Egito, a partida de Yasser Arafat do Oriente Médio para o exílio, expulso pelos israelenses, e a explosão que matou o presidente eleito libanês Bashir Gemayel, seguida pelo massacre vingativo das milícias cristãs nos campos de refugiados de Sabra e Shatilla, foram marcos na cobertura do dia a dia. Voltou a Israel para cobrir a primeira Guerra do Golfo e o assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin.

    Enquanto em Washington, foi enviado especial à invasão americana do Panamá, à guerra Equador-Peru, ao sequestro do embaixador brasileiro Baena Soares pela guerrilha Farabundo Marti, em El Salvador; várias vezes a Miami para entrevistas com Pedro Collor, e eleições na Argentina e no México. Também foi mandado à Ruanda, para os desdobramentos do genocídio.

    Transferiu-se para a revista Época (SP) no ano 2000, convidado como correspondente em Paris, cargo que exerceu até 2002. Cobriu a Copa do Mundo, viajou com tropas francesas para a Macedônia, então porta para a Iugoslávia em guerra, e retornou à África para uma reportagem sobre Aids. 

    De volta ao Brasil e ao Grupo Estado, trabalhou na criação do portal que uniu os sites do Jornal da Tarde, Estadão, Rádio Eldorado e Agência Estado, e de novo no Jornal da Tarde, onde recomeçou repórter até se tornar o sub do diretor Murilo Felisberto.

    Em 2003, assumiu a direção do Diário do Comércio (SP).

    Criou para o jornal o projeto do site MuCo – Museu da Corrupção, agraciado com o Prêmio Esso de Jornalismo 2009, na categoria Melhor Contribuição à Imprensa.

     
     
    Atualizado em setembro/2013 – Portal dos Jornalistas.
    Informações passadas pelo Jornalista.
    http://prof.reporter.sites.uol.com.br/rabinoentrevista.htm