Max Altman

    (São Paulo, 9 de abril de 1937  São Paulo, 19 de dezembro de 2016)
     
    Max Altman nasceu em São Paulo (SP), no dia 9 de abril de 1937. Filho de um revolucionário polonês de origem judaica, desde cedo tornou-se militante internacionalista, inicialmente integrado ao Partido Comunista (PC), em 1950, e, a partir de 1984, ao Partido dos Trabalhadores (PT), onde era membro do Coletivo da Secretaria Nacional de Relações Internacionais.
     
    Formou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), fazendo parte da Turma de 1960 do Largo São Francisco. Cursou também Jornalismo, na Faculdade Cásper Líbero. Atuou como advogado, editor, empresário, educador e jornalista.
     
    Exerceu a profissão de advogado durante seis anos, abandonando-a para assumir a direção administrativa e financeira de uma empresa mecano-metalúrgica. Entre 1968 e 1980, foi presidente da associação mantenedora da Escola Scholem Aleichem, referência do ensino àquela época. Em 1983, abandonou a atividade empresarial para assumir a direção do Teatro Municipal de São Paulo, os corpos estáveis – orquestra, balé e coral – e os teatros distritais.
     
    Em 1986, foi cofundador e sócio da Editora Scritta – mais tarde Editora Página Aberta – que lançou a revista semanal Atenção!, de grande prestígio mas curta duração. Foi um dos fundadores da organização progressista Shalom Salam Paz que reuniu durante anos na década de 1990 membros de origem judaica, palestina e árabe para tratar e divulgar das questões do conflito palestino-israelense.
     
    Em 2000 tornou-se presidente do primeiro Comitê Brasileiro pela Libertação dos Cinco Cubanos. Viajou seguidamente nos últimos anos para acompanhar como observador de eleições na Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai e Argentina.
     
    No fim da vida, era articulista e diretor editorial do portal OperaMundi, onde mantinha parceria com a Radioagência Brasil de Fato com a coluna Hoje na História e escrevia no blog Sueltos. Também colaborava com a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT.
     
    Escreveu o livro Venezuela (FPA, 2016) e foi tradutor de Falso amanhecer: Os equivocos do capitalismo global (Record, 1999), de John Gray, Os Investigadores (Civilização Brasileira, 2003), de Daniel J. Boorstin, A Herança de Stalin: Três gerações de amor e guerra (Globo, 2009), de Owen Matthews, e Imposturas Intelectuais: O abuso da Ciência pelos filósofos pós-modernos (Best Bolso, 2014), de Alan Sokal e Jean Bricmont. Deu depoimento para os organizadores do livro Vanguarda Pedagógica: O legado do Ginásio Israelita Brasileiro Scholem Aleichem (Lettera.Doc, 2008). Doou a maior parte do seu acervo de livros à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), de Guararema (SP), uma escola de formação política do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
     
    Dez anos depois de ter se curado de uma leucemia, faleceu em 19 de dezembro de 2016, em São Paulo (SP), vítima de um tumor cerebral, do tipo mais agressivo, diagnosticado apenas um mês antes. Seu corpo foi cremado no cemitério da Vila Alpina e, conforme seu desejo, as cinzas foram jogadas sobre a mureta do Malecón, em Havana (Cuba).
     
    Teve três filhos, Breno, Fábio e Rogério Altman, também jornalistas.
     
     
    Atualizado em janeiro de 2017
     
    Fontes:
    J&Cia – Edição 1.085