Cid Martins

    Cid Martins nasceu em Porto Alegre (RS). É jornalista formado pela Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Fabico-Ufrgs/RS), em 1997. Participou, durante um mês, em 2007, do curso de Jornalismo Investigativo da rádio Deutsche Welle, em Bonn (Alemanha).
     
    Percebeu sua vocação jornalística na infância, quando recortava, com a ajuda do pai, notícias de jornal, que depois narrava em um gravador. Como o pai ficou cego, em 1994, decidiu trabalhar no ramo radiofônico, preparando as matérias da maneira mais contextualizada que conseguisse.
     
    Atua na editoria de Cidades e Polícia da rádio Gaúcha (RS) desde 2001, depois de passar pelas redações da Bandeirantes (RS) e do Jornal do Comércio (RS). Edita, também, com seus colegas de Gaúcha Lucas Abati e Vítor Rosa, o blog Caso de Polícia, lançado em setembro de 2010, que se propõe a abordar “a violência e a criminalidade em pauta”, possibilitando ao internauta acesso aos desdobramentos de inquéritos policiais e processos na Justiça, dos crimes que ocorreram no Estado e fatos ligados à segurança pública do Rio Grande do Sul.
     
    No final de agosto de 2016, fez parte da força-tarefa Segurança Já, coordenada por Carlos Etchichury, que integrou os orgãos de comunicação do Grupo RBS – Zero Hora, Diário Gaúcho, Rádio Gaúcha e RBS TV – para buscar soluções e tangibilizar o cenário de vulnerabilidade da população diante dos casos de violência no Estado.
     
    Em sua consagrada trajetória no Jornalismo, passou pelo menos por duas graves situações de risco. Em 2006, participou da cobertura dos atentados da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo (SP), e em 2010, da implantação do processo de pacificação do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ). Após a tensão dessa última cobertura, ao retornar para Porto Alegre (RS), fez, pela rádio Gaúcha, o curso de guerrilha ministrado pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), no Rio, e solicitou a compra de coletes à prova de balas de alta qualidade. Entende que todo profissional deve solicitar condições mais seguras para participar dessas coberturas.
     
    Teve a vida de reportagem marcada em abril de 2012 por grave acidente de carro, no qual dois integrantes do Diário Gaúcho – Enildo Paulo Pereira, o Paulão (1952-2012), e Ezequiel Barbosa (1985-2012) –, acabaram falecendo. O veículo no qual viajava seguia o carro dos repórteres, que foi abalroado por um caminhão de laranjas. Além das frutas que cobriram o carro, um sarrafo de madeira atravessou as janelas dos veículos e ficou entre ele e o motorista. Ambos saíram vivos. Foi um momento trágico e inesquecível, que não apaga da memória, porém, outras coberturas marcantes, como a sobre a festa de tradição gaúcha nos Estados Unidos, a da morte do político Leonel Brizola (1922-2004) e a da visita do papa Bento 16 ao Brasil, em maio de 2007.
     
    É o jornalista mais vitorioso em número de prêmios no Brasil, segundo levantamento do Jornalistas&Cia, mesmo sem considerar menções honrosas, indicações ou conquistas de segundas e terceiras colocações
     
    Entre as premiações mais recentes, venceu o 1° Prêmio Ethos de Jornalismo 2001, na categoria Rádio, com a matéria Sob a sombra das figueiras, onde apresentava o caso em que a General Motors, ao instalar-se no Rio Grande do Sul, em parceria com a Har Engenharia e a Fundação Zoobotânica do Estado, removeu cerca de 550 figueiras do terreno destinado à construção da sede da montadora e replantou as espécies numa área de preservação ambiental.
     
    Venceu o primeiro Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos em 2002, na categoria Rádio, pela matéria Viagem Sem Retorno – Famílias ainda aguardam pela volta de dez caminhoneiros gaúchos. Recebeu duas Menções Honrosas desta premiação em 2004, na mesma categoria, pelas matérias A batalha do Capão e Violência contra a infância, esta em coautoria com Roberto Maltchik.
     
    Recebeu, em seguida, Menção Honrosa do Prêmio FIP Periodismo para La Tolerancia 2005, promovido pela Federación Internacional de Periodistas (FIP), pela série Desabrigados, que mostrou irregularidades em abrigos municipais para adolescentes e em uma sala de contenção do Departamento Estadual da Crian&amamp;ccedil;a e do Adolescente. Ganhou o Prêmio de Jornalismo Ministério Público do Rio Grande do Sul 2005, na categoria Reportagem/Rádio, pela matéria Operação Lagarta: Investigação inédita do Ministério Público gaúcho infiltra agente em organização criminosa, que a Gaúcha irradiou em 23 de setembro daquele ano. Voltou a vencer o prêmio em 2006, na mesma categoria, com reportagem sobre a Operação Paranhana.
     
    Venceu também o Prêmio Imprensa Embratel 2006, com Fábio Almeida, na categoria Reportagem de Rádio, pela série Nazistas sulinos, pela qual também recebeu Menção Honrosa do Prêmio FIP Periodismo para La Tolerancia e o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 2006, ambos na categoria Rádio, além de mais cinco premiações nacionais e internacionais. Na mesma edição do Vladimir Herzog, recebeu outra Menção Honrosa, na categoria Rádio, pela matéria Relatos de morte, feita com Jocimar Farina. Voltaria a vencer a premiação na edição de 2008, na mesma categoria, pela matéria Exploração sexual de crianças e adolescentes no Rio Grande do Sul. Entre eles, ganhou o Prêmio de Jornalismo Ministério Público do Rio Grande do Sul 2007, desta vez na categoria Reportagem Impressa, pela matéria Um ataque à esperança de quem faz concurso público, com os repórteres Cleber Bertoncello, Jocimar Farina, Leandro Fontoura, Vânia Espeiorin e Marielise Ferreira, publicada no jornal Zero Hora (RS). E repetiu a dose em 2009, na categoria Reportagem/Rádio, com a reportagem Operação Grande Família: Um golpe no tráfico de drogas na Região Metropolitana de Porto Alegre.
     
    Venceu também, com o repórter Giovani Grizotti, da rádio Gaúcha, a 17ª edição do Prêmio CNT de Jornalismo, em 2010, com a matéria Fraude em Santa Catarina, que rendeu o reconhecimento como o melhor trabalho entre os inscritos na categoria Rádio. A matéria denunciava o esquema ilegal de venda de carteiras de habilitação em Criciúma (SC) por motoristas reprovados nos exames do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul. Ainda em 2010, voltaria a ganhar, ao lado de Fábio Almeida, o Prêmio de Jornalismo Ministério Público do Rio Grande do Sul, na categoria Reportagem/Rádio, pela reportagem Tecnologia a Serviço do Crime: MP e BM desarticulam quadrilhas de traficantes comandadas de dentro das cadeias. A mesma matéria levou o Prêmio Imprensa Embratel 2011, na categoria Rádio, e o Prêmio José Hamilton Ribeiro de Jornalismo, na categoria Novas Mídias.
     
    Com Andressa Xavier, voltaria a ganhar o Prêmio de Jornalismo Ministério Público do Rio Grande do Sul em 2011, com a reportagem Fraude em pedágio comunitário gaúcho, e em 2012, com Cartel dos banheiros químicos, ambas na categoria Reportagem/Rádio. Ainda com Andressa, levaria o Prêmio Setcergs de Jornalismo 2011, instituído pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul, pela matéria Desvio milionário de cargas. Além disso, levou o Prêmio Ari/Banrisul de Jornalismo 2012, na categoria Radiojornalismo/Reportagem Geral, promovido pela Associação Riograndense de Imprensa, com a matéria DP – Delegacias do Passado, e o Prêmio Press 2012, promovido pela revista Press & Advertising, como o Repórter de Rádio do Ano.
     
    Foi homenageado em 7 de abril de 2013, Dia do Jornalista, pelo J&Cia (veja em Galeria) por estar no Top 10 do ranking Os +Premiados Jornalistas de Todos os Tempos (veja em Galeria). No Prêmio ARI de Jornalismo 2015, categoria Radiojornalismo/Reportagem Geral, recebeu o laurel pela matéria Os caminhos da maconha no Uruguai. Em 2016, integrou-se ao Grupo de Investigação (GDI), uma estrutura composta por experientes jornalistas de Zero Hora, Diário Gaúcho, Rádio Gaúcha e RBS TV, responsável por produzir ainda mais conteúdo de impacto social, político e econômico.
     
    Voltou a vencer o ARI em 2016, na categoria Radiojornalismo, chegando, assim, à incrível marca de 50 prêmios – sem contar segundos e terceiros lugares ou menções honrosas –, o que faz dele O +Premiado Jornalista Brasileiro de Todos os Tempos em número de conquistas.
     
     
    Atualizado em setembro de 2016
     
    Fontes:
    <lt;a href=”https://www.portaldosjornalistas.com.br/noticia/jose-hamilton-ribeiro-eliane-brum-sao-os-mais-premiados”>portaldosjornalistas.com.br/noticia/jose-hamilton-ribeiro-eliane-brum-sao-os-mais-premiados