Edney Silvestre

    Edney Silvestre nasceu em Valença (RJ), em 27 de abril de 1950. Iniciou a carreira como datilógrafo na Manchete Press, agência de notícias da Bloch Editores. Logo foi convidado a escrever reportagens para a revista Fatos e Fotos e, depois, para a Manchete.
     
    Migrou para O Cruzeiro, onde foi demitido após ter feito uma reportagem que desagradou à ditadura militar. Depois, passou a trabalhar com Publicidade, área em que ficou por dez anos até voltar para a imprensa.
     
    Colaborou com o semanário O Pasquim e escreveu artigos para jornais gaúchos da Rede RBS, afiliada da TV Globo. Na mesma época, dirigiu O Noivado, curta-metragem em 16 mm, que ganhou o prêmio de Melhor Filme Experimental de um festival organizado pelo Jornal do Brasil. Pouco depois estava dirigindo documentários para o Canal 100, de Carlos Niemeyer.
     
    Em 1990, foi selecionado para participar do Festival de Publicidade Clio, em Nova York, com uma peça publicitária em que homenageava Federico Fellini (1920-1993). Manny Kivowitz, dono de uma produtora norte-americana, gostou do filme e o convidou para trabalhar com ele. Mudou-se, então, para os Estados Unidos.
     
    Depois de curta experiência na produtora, voltou para o Brasil. Em 1992, convidado a escrever notas sobre comportamento para o Ela, caderno de O Globo, logo passou a crônicas para o suplemento e reportagens para o Segundo Caderno. Também escrevia matérias sobre Economia e Política. Um ano depois, foi enviado para Nova York como correspondente do jornal.
     
    Em julho de 1996, teve a ideia de fazer um programa de entrevistas com personalidades das áreas de Cultura, Comportamento e Política e apresentou o projeto para a TV Globo, que estava prestes a inaugurar o canal de notícias Globo News. O projeto foi aceito e, em outubro, quando o canal entrou no ar, estreou também o Milênio, produzido e apresentado pelo próprio Edney e por Paulo Francis, nos Estados Unidos, e William Waack, na Europa.
     
    Em 1997, foi contratado pela TV Globo como correspondente no escritório de Nova York. Acompanhou o escândalo que envolveu o então presidente americano Bill Clinton e a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, em 1998. Fez reportagens sobre os avanços da Medicina e sobre fenômenos climáticos, como a tempestade tropical Allison, que devastou as regiões do Texas e de Lousiana, em 2001.
     
    De Nova York, participou ainda da cobertura dos ataques de 11 de setembro de 2001. Ao lado do cinegrafista Orlando Moreira, registrou imagens da devastação do impacto dos aviões no World Trade Center e mostrou o desespero e o medo da população nas ruas da cidade.
     
    Em março de 2002, voltou ao Brasil como repórter especial da editoria Rio e passou a escrever crônicas mensais para o Bom Dia Brasil. Em julho de 2003, realizou uma reportagem para a série Brasil Bonito, exibida no Jornal Nacional. A matéria mostrava o trabalho de um professor que recolhia material de um depósito de lixo e que produzia e ensinava seus estudantes a fazer brinquedos com material reciclado. Ele considera esse um dos momentos mais emocionantes da sua carreira.
     
    No mesmo ano, foi premiado pela Confederação Nacional do Transporte pela série O Rio Engarrafado, exibida pelo RJTV de 4 a 6 de junho. Ainda em 2003, passou a apresentar a coluna Bate Papo, no RJTV – 1ª edição, entrevistando pessoas de destaque em várias áreas, e o Espaço Aberto Literatura, programa de entrevistas do Globo News. Atualmente, também faz matérias especiais para a Rede Globo. Um desses trabalhos foi o programa Brasileiros que, em junho de 2010, levou ao ar histórias de superação de pessoas comuns. As reportagens foram conduzidas por Edney, Neide Duarte e Marcelo Canellas, que se alternavam a cada programa.
     
    Na categoria Jornalista de Cultura Mídia Eletrônica, foi finalista do Prêmio Comunique-se em 2010 e em 2011, por seu trabalho na Globo News.
     
    A carreira literária de Edney Silvestre deslanchou a partir de novembro de 1995, quando a Editora Record lançou o livro Dias de Cachorro Louco, com 30 crônicas selecionadas de um total de mais de 200 que ele escreveu sobre a cidade de Nova York. As crônicas que deram origem ao livro foram publicadas no caderno Ela, de O Globo, a partir de 1992.
     
    Seu trabalho também foi contemplado no Livro das Grandes Reportagens, sétimo título da Coleção Fantástico, organizado por Geneton Moraes Neto, com coordenação de Alberto Villas, e publicado pela Editora Globo. Além de Edney Silvestre, a obra reúne produção de expoentes do jornalismo, como William Waack, José Hamilton Ribeiro, Geneton Moraes Neto, Joel Silveira, Luiz Carlos Azenha, Fernando Molica e André Luiz Azevedo.
     
    Autor de Outros tempos (Record, 2002) e de Contestadores (Francis, 2003), Edney Silvestre viu o seu talento duplamente reconhecido em 2010 com o livro Se Eu Fechar os Olhos Agora (Record, 2009). Foi o grande vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, na categoria Autor Estreante. Em 1º de outubro foi o vencedor do 52º Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Romance. Seu premiado romance já foi vendido para Portugal, França, Holanda e Sérvia.
     
    Em julho de 2011 participou da 9ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip); em setembro, participou da 15ª Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, e, em outubro, lançou um novo romance: A Felicidade É Fácil (Record).
     
    Em setembro de 2015 segue como âncora do programa Globo News Literatura, à frente dos lançamentos e dos melhores títulos editoriais nacionais e internacionais além de apresentar seus autores na discussão das obras e da vida de escritor nas mais diversas partes do mundo.

    Direto de livrarias ou bibliotecas que transforma em suas salas de visitas desfilam escritores, poetas, ensaístas e tradutores em um bate-papo que mostra os variados aspectos da literatura brasileira e internacional. Já estiveram ao alcance do seu microfone nomes como John Updike, Ohran Pamuk, Mario Vargas Llosa, Nadine Gordimer, José Saramago, João Ubaldo Ribeiro, Lygia Fagundes Telles, Zélia Gattai, Michael Cunningham, David Hare e outros. Presença marcante nas feiras internacionais e bienais de livros em Paris, Alemanha, Reino Unido e Flip Paraty

    O primeiro romance de Edney Se eu fechar os olhos agora (Ed. Record, 2009), ganhou o Prêmio Jabuti de 2010 de Melhor Romance e o Prêmio São Paulo de Literatura 2010, na categoria estreante.

    Em entrevista conta um pouco da sua vida literária e pessoal.

    Definido como “trama eletrizante e comovente”, repleto de referências a um dos momentos mais importantes do cenário político e cultural do Brasil e do mundo, Se eu fechar os olhos agora transita por gêneros tão distintos quanto o policial, o histórico e o romance de formação.

    Em setembro de 2015 ao lado da jornalista Míriam Leitão e Edney discutiu o tema Ditadura e literatura. Na Bienal do Livro, Rio de Janeiro. Em pauta no debate o quanto e como os regimes autoritários influenciaram as vidas destes dois jornalistas e as obras. Marca nos livros lançados pelos dois.

    O tema permeia seus escritos, presente no segundo romance de Edney A felicidade é fácil, lançado em novembro de 2011; em que a trama tensa e concisa narra o sequestro de uma criança e mostra duas vidas separadas no tempo e na geografia, sofrendo as consequências da ditadura militar e do caos econômico da Era Collor.

    E no romance Vidas provisórias (Ed. Intrínseca) que trouxe de volta personagens de seus livros anteriores. Entre ele Paulo (personagem de Se eu fechar os olhos agora) com a saga de dois jovens expatriados brasileiros, lançado em 2013.

    E o mais recente Boa Noite a Todos lançado que veio com a trama de outra expatriada, a brasileira Maggie, levada ainda criança para a Inglaterra, e assume a personagem central do romance (Ed. Record, 2014).

    Títulos que estão traduzidos na Grã-Bretanha, França, Alemanha, Portugal, Itália, Sérvia, Holanda e Estados Unidos. Algumas das obras vertidas para peça de teatro

    Outros livros de Edney são: Contestadores (entrevistas, 2003 – Editora Francis), Outros tempos (crônicas e memórias, 2002 – Ed. Record), Dias de cachorro louco (crônicas, 1995 – Ed. Record – esgotado) e Grandes entrevistas do milênio (2009 – Ed. Globo). Edney é também coautor de O livro das grandes reportagens (Ed. Globo, esgotado) e, As melhores entrevistas de O Globo (Ed. Globo, esgotado), tanto nos volumes I e II.

    Edney Silvestre autografou em junho de 2016 o Welcome to Copacabana & outras histórias, o seu primeiro livro de contos lançado pela Grupo Editorial Record. No livro o autor percorre na França e Itália os subúrbios, por suas misérias, até chegar a outra galáxia – e então retornar a Copacabana, onde tudo parece mesmo se misturar, do começo ao fim.

     

     

    Atualizado em junho/2016  – Portal dos Jornalistas

    Fontes:

    Jornalistas&Cia – Edição 1.054

    http://www.record.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=2922519h

    https://www.portaldosjornalistas.com.br/noticia/em-bienal-livro-rio-em-muitos-jornalistas-nos-palcos-nos-corredoreshttps://sobrecapa.wordpress.com/autores-obras-entrev/autores/edney-silvestre/

    https://www.facebook.com/edneysilvestreescritor?fref=ts  (Fun page)