Apóllo Natali

    Apóllo Natali nasceu em São Paulo (SP), no bairro do Bixiga, em 13 de abril de 1936, “completo 80 anos em abril de 2016”, gosta de dizer. Formou-se em Jornalismo em 2007 pela Faculdades São Judas Tadeu, em Bauru (SP).

    Sobre a formação universitária e o início da carreira, contou: “Trabalhei sem diploma durante 40 anos na imprensa escrita, entre Rádio Eldorado, Estadão, Jornal da Tarde, Agência Estado, assessorias de imprensa do governo, de universidades, de empresas, além de revistas e trabalhos freelance para jornais regionais de todo o país. Fui fazer faculdade aos 68 anos para matar a fome que eu sempre tive de transitar pelas matérias de uma faculdade de jornalismo. Formei-me aos 71 anos, em 2007. Não faltei um dia sequer nos quatro anos de curso. Fanático por jornalismo”.

    Aos 13 anos ele já escrevia reportagens para o jornal impresso A Gazeta Esportiva, sobre os jogos da várzea do antigo IAPI, em São Paulo.

    Começou no O Estado de São Paulo em 1961. Trabalhou no Grupo Estado por 28 anos. Foram 2 anos na Eldorado, 5 no Estadão, 8 no Jornal da Tarde e 20 na Agência Estado. Recordou-se quando começou na Agência Estado: “desde a sua fase embrionária, quando na AE éramos uma pequena mesa, uma velha Olivetti e eu, os três enclausurados numa redoma de vidro usada até então para recepção de noticiário por telefone”. E resumindo o período no Grupo Estado, explica: “Olha a soma: 2+5+8+20 igual a 35. (Mas…no meu trabalho de 8 anos no JT também atuava ao mesmo tempo na AE). Então, são 28 anos de “Casa”.

    Sem largar o grupo Estado, passou pela Folha da Tarde, Diário do Grande ABC, revistas. Deixou os impressos em 1990 não antes de ter passado por em assessorias de universidades, empresas e governo (trabalhou na Secretaria da Segurança Pública no tempo de Michel Temer, onde o atual vice-presidente da república iniciou a carreira política como secretário de Segurança Pública de São Paulo, em 1985).

    Escreveu em 1974 sobre a despedida de Pelé, quando o jogador deixou o futebol.  A matéria foi considerada por Camargo Mariano a mais bela e perfeita crônica sobre Pelé. Foi distribuída na ocasião para “o mundo todo” pela Agência Estado. Anos depois o artigo foi imortalizado no Museu Pelé, de Santos.  Apollo convida: Os detratores de Pelé estão intimados a ler essa matéria.

    Colabora com artigos e crônicas para diversos blogs, entre eles, o Quem tem medo da democracia?, onde mantém a coluna Desabafos de um ancião; e principalmente Náufrago da utopia, de Celso Lungaretti. Sobre ele Celso fez um relato em 2010 quando recebeu mais uma de suas crônicas para publicar.

    A morte dos jornais texto escrito por ele e publicado no blog do Saraiva em janeiro de 2013 descortina o cenário catastrófico para a imprensa anunciado em profecias assinadas por mestres da comunicação. De acordo os presságios que Apollo transcreve as previsões “para 2017” – ou seja, no ano que vem – para os Estados Unidos é “o fim dos jornais impressos”. E de acordo com os prognósticos “para 27 anos depois” – ou seja, para o ano 2.040: “desaparecerão por completo os jornais impressos no mundo”. A justificativa é: “Não há jornal impresso que resista ao furacão de avanços tecnológicos a que chegamos neste século 21 e das tempestades eletrônicas que se avizinham”. Os prenúncios do que se avizinha anunciam que os impressos terão de “fazer a transição do papel para o meio digital” sem a certeza de sobreviver.

    Apóllo escreve no Vivendo Bauru semanalmente. Na entrevista que deu ao jornalista Renato Cardoso do blog Vivendo Bauru em 15 de janeiro de 2016 contou sobre sua trajetória no jornalismo e falou sobre o futuro: “Com o mercado do trabalho no jornalismo de ponta cabeça, e eu com 80 anos, o que me resta é ser um jornalista sem fins lucrativos, escrevendo para blogues de meus amigos. Vou me despedir do jornalismo nos dizeres do meu túmulo: sinto muito, mas a partir de agora não conte mais comigo”.

    Estreou como colaborador do Memória da Redação, do Jornalistas&Cia em janeiro de 2016. A estreia de Apóllo Natali no O Memórias da redação foi a história publicada na Edição 1.035 do Jornalistas&Cia, lançado na semana de 27 de janeiro a 2 de fevereiro de 2016. O texto está na última página do newsletter encerrando a edição e publicada na ‘Galeria’ deste perfil.

    Ao final o mestre (que não escolhe ser chamado assim) sugere para o encerramento do perfil: “Resuma essas linhas no seguinte: não seria outra coisa no mundo a não ser jornalista. Pode escrever aí: sou definitivamente apaixonado pelo jornalismo. Agora melhorado com as luzes de uma faculdade. Anexo quatro matérias um pouco antigas. Peço paciência para ler. Poderá juntar informações úteis para o resumo do perfil”. Atendemos o desejo expresso por ele: publicamos as matérias, todas na íntegra, na ‘Galeria’ deste perfil e também a delicada mensagem do colega.

     

    Atualizado em fevereiro/2016 – Portal dos Jornalistas

    Fontes:

    http://saraiva13.blogspot.com.br/2013/01/a-morte-dos-jornais-apollo-natali.html

    http://oclaro.blogspot.com.br/2010/11/o-desabafo-de-um-anciao-por-apollo.html

    http://www.velhosamigos.com.br/Colaboradores/Diversos/ApolloNatali.html

    http://www.vivendobauru.com.br/apollo-natali/reconhecamos-pele-foi-e-sera-sempre-o-craque

    http://www.vivendobauru.com.br/

    http://www.vivendobauru.com.br/entrevista-com-o-decano-do-jornalismo-apollo-natali/