Andrew Jennings

    Andrew Jennings nasceu em 1946, na Escócia. Mudou-se para Londres, na Inglaterra, ainda criança.
     
    Nos anos 1960, começou a carreira trabalhando para o jornal The Sunday Times. Passou por outras publicações britânicas até chegar à rádio BBC Four e, depois, à BBC TV, onde se destacou como repórter investigativo. Preparou reportagem sobre corrupção na New Scotland Yard, quartel-general da Polícia Metropolitana de Londres, que a emissora recusou-se a exibir. Demitiu-se, escreveu um livro sobre o tema – Scotland Yard's Cocaine Connection (Jonathan Cape, 1990), com Paul Lashmar e Vyv Simon – , refez a matéria com Paul Greengrass e a exibiu pelo programa World in Action, da TV Granada, do Reino Unido, em 1986.
     
    Passou a atuar como colaborador do programa, para o qual realizou várias reportagens e documentários. Sua investigação sobre o envolvimento britânico no caso Irã-Contras ganhou a Medalha de Ouro 1989 do New York TV Festival. Em 1992, revelou o passado fascista do então presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Juan Antonio Samaranch, e a corrupção dentro da organização. A denúncia lhe valeu uma sentença de prisão por cinco dias, algo que ele considera o maior prêmio que já ganhou na carreira.
     
    Liderou, em 1993, a equipe que tornou-se a primeira da televisão ocidental a gravar imagens da Chechênia, para uma matéria sobre a atividade mafiosa no Cáucaso, transmitida pela Carlton TV. No mesmo ano, apresentou o programa Bus Stop na BBC Four. Na televisão, voltou a destacar-se ainda pelo trabalho investigativo sobre Hamilton Bland, técnico de esportes aquáticos do Comitê Olímpico Britânico, em 1997, e sobre a privatização ferroviária no Reino Unido, em 1998, para o World in Action.
     
    Depois de 20 anos, voltou para a BBC TV, onde participa do programa de documentários Panorama. Começou investigando várias alegações de corrupção dentro da Federação Internacional de Futebol Association (Fifa), atribuidos a Jack Warner, presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), que incluiam milhões de dólares em suborno para garantir os direitos de comercialização para a ISL, empresa suíça de marketing esportivo. No mesmo programa, mostrou ainda como funciona a prática da compra de votos para garantir a posição de Sepp Blatter, presidente da Fifa.
     
    Continuou a explorar o tema em outras reportagens. Em uma delas explorou a relação entre o político e ex-atleta olímpico Sebastian Coe e o Comitê de Ética da Fifa. Em outra, de grande repercussão no Brasil, apresentou a denúncia de corrupção de alguns membros da Fifa e do Comitê Executivo que votou na escolha da sede da Copa do Mundo de Futebol 2018, envolvendo Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol e, então, do Comitê Organizador da Copa do Mundo de Futebol Brasil 2014, Nicolás Leoz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), e Hayatou Issa, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF). Eles teriam recebido suborno da ISL, então detentora dos direitos de transmissão de televisão do evento e que foi à falência no início de 2011. Desde março de 2003, seu nome é o único proscrito das entrevistas coletivas promovidas pela Fifa, por ordem expressa de Blatter.
     
    Tem escrito recentemente para o Financial Times, o The Sunday Times, o The Times, o The Guardian, o The Observer, o The Daily Telegraph, o Private Eye e o New Statesman. Suas matérias tem sido republicadas na África do Sul, Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Japão, Nova Zelândia, Rússia e Suíca. No rádio, atua em vários canais da BBC, incluindo os transmitidos internacionalmente. Na BBC Radio Five apresentou o programa On The Line, sobre Esportes, e o Seven Brides for One Brother, sobre poligamia no estado americano de Utha. No ano 2000, montou um programa dividido em quatro partes sobre seu livro de escândalos olímpicos. Em outubro de 2011, esteve em Brasília (DF), onde depôs em audiência pública da Comissão de Educação, Esporte e Cultura do Senado Brasileiro sobre o envolvimento de Blatter, João Havelange, ex-presidente da Fifa, e RicardoTeixeira em irregularidades. 

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    Mantém, na Internet, o site Andrew Jennings Reporter, onde divulga suas ideias e publicações.
     
    Ganhou muitos prêmios na Europa e na América, além do de 1989, entre eles o Prêmio Gerlev 1998, por sua “contribuição para a liberdade de expressão democrática no esporte”;  o Prêmio Integridade em Jornalismo 1999, atribuído pela OATH, um grupo formado por atletas olímpicos, e o Prêmio da Royal Television Society 2000, por sua investigação de corrupção nos Jogos Olímpicos. É membro honorário vitalício da Associação Americana de Treinadores de Natação, cargo concedido por seu trabalho de investigação sobre os escândalos de doping e de manipulação de resultados na natação olímpica.
     
    Participa de conferências acadêmicas em diversos países de todos os continentes, inclusive no Brasil, onde mostrou-se favorável à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a administração de Ricardo Teixeira na CBF, conforme proposta pelo ex-jogador Romário de Souza Faria, campeão mundial de 1994.
     
    Além de Scotland Yard's Cocaine Connection, escreveu The Lords of the Rings: Power, Money and Drugs in the Modern Olympics (Simon & Schuster, 1992), com Vyv Simon, que foi publicado no Brasil com  o título de Os Senhores dos Anéis: Poder Dinheiro e Drogas Nas Olimpíadas Modernas (Best Seller, 1992); Dishonored Games: Corruption, Money